Foi uma semana dramática para o Congresso, particularmente para a Câmara dos Deputados, que misturou personagens absurdos, decisões inacreditáveis e momentos chocantes que só pioram a imagem e a credibilidade dos políticos e da política. Que tal a profunda falta de ética em pleno Conselho de Ética, com troca de insultos, palavrões, empurrões?

🔔 <a href="http://opopular.com.br/canal" target="_blank">Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a> 
 
André Janones e Nicolas Ferreira ameaçaram trocar chutes e sopapos, diante de celulares ávidos por momentos picantes para atrair cliques e animar as torcidas da internet. Ambos emergiram para a política e para o Congresso graças exatamente à internet, incubadora de "influencers", "coachs" e coisas do gênero. Janones se tornou indispensável na campanha do presidente Lula em 2022, e Ferreira, na do então presidente Jair Bolsonaro, para nadar de braçadas no mar da internet, cheio de tubarões e fakenews.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/do-escaninho-de-arthur-lira-1.3143659" target="_blank">Do escaninho de Arthur Lira</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/efeito-domino-1.3140259" target="_blank">"Efeito dominó"</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/verdade-nua-e-crua-1.3138643" target="_blank">Verdade nua e crua</a></div>

 
Também estava no ringue do Conselho de Ética um deputado chamado Zé Trovão, tão caricato quanto o próprio nome e, até pouco tempo, portador de uma tornozeleira eletrônica, além do "coach" Pablo Marçal que, apesar de ex-deputado, usava botom e ocupava assento de deputado. Todos tentando estapear todos. E a ética? Foi varrida para debaixo do tapete. É a típica "falta de decoro parlamentar", que pode cassar mandatos, mas quem vai entrar contra quem e no próprio Conselho de Ética? 
 
Enquanto a PF estava em campo para prender 200 foragidos do 8/1, na Câmara, atingida em cheio pela selvageria, articulava-se o oposto: a anistia dos criminosos que tentaram anular eleições legítimas e dar um golpe de Estado. A presidente da CCJ, o relator e o autor do projeto são da tropa de choque bolsonarista E o texto, de 11/2022, "concede anistia a todos os que tenham participado de manifestações em qualquer lugar do território nacional do dia 30/11/2022 ao dia de entrada em vigor desta lei" Para blindar, de caminhoneiros que bloquearam estradas a, preventivamente, os vândalos de 8/1/2023. 
 
A semana teve uma surpresa: o pedido de urgência para um projeto de nove anos atrás (!) vetando a delação premiada de presos. Na época, as delações pegaram de jeito Lula e, hoje, pegam Bolsonaro. Os líderes do governo vão se virar para derrubar o pedido, com um detalhe: o autor do projeto, ex-deputado Wadih Damous, é do PT. 
 
E o que dizer dos dois novos projetos que balançam a República? A "PEC da Blusinhas" e a "PEC das Praias". Um taxa as compras do que Lula chama de "bugingangas" e o outro privatiza as praias brasileiras, para transformá-las em mais uma ferramenta para aprofundar a já cruel desigualdade social brasileira. Tá difícil, gente!

Show de horrores

Opinião

Opinião - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Opinião

Eliane Cantanhêde

Quem assume a presidência dos Estados Unidos amanhã não é uma pessoa, um líder, Donald Trump, mas um projeto de poder internacional em aliança com os líderes emergentes da direita em todos os continentes, massificado mundo afora pelas principais plataformas da internet e com o uso de aumento de tarifas como chantagem para reduzir a resistência e aumentar a adesão. 
 
Essa é a percepção de quem acompanha de perto a política externa e tem foco na ainda maior potência política, econômica e bélica. Aliás, é justamente pelo temor, ou constatação, de que esse poder não dura para sempre e está cada vez ameaçado, sobretudo pela China, que Donald Trump traçou sua estratégia na geopolítica internacional. Sua ação pode ser vista tanto como ataque quanto como defesa. 
 
Apesar das críticas, da impopularidade e da derrota dos democratas, Joe Biden deixa a presidência com um crescimento maior do que o previsto, a inflação dentro da meta e o menor desemprego em décadas, enquanto a China, apesar de manter altos índices de desenvolvimento, surpreendeu para menos. Mas a guerra não está nos números. 
 
Trump volta com uma força inquestionável, um gabinete duro e leal, adversários sem líderes e aliados que dominam as principais armas nas guerras modernas: Elon Musk, do X, Mark Zuckerberg, da Meta, dona da Facebook, Instagram e WhatsApp, e procura-se um comprador para o Tik Tok. E ele choca o mundo com suas ameaças de dominação: a anexação do Canal do Panamá, da Groenlândia e do Canadá inteiro. Parece loucura? Pois é tática. 
 
Trump convidou líderes da direita e o argentino Javier Milei, carimbado como seu principal aliado na América do Sul, talvez em toda a América Latina. Para o Brasil, o convite não foi para o presidente, mas para o ex-presidente. Sem passaporte, Jair Bolsonaro mandou Michele. Também estarão lá deputados e senadores, incluindo Eduardo Bolsonaro e aliados de Lula, com um pedido para os EUA: a suspensão do visto do Xandão. 
 
Lula marcou a primeira reunião ministerial do ano justamente para amanhã. Resta saber se para ignorar a posse de Trump, ou para deixar em segundo plano na mídia a tensão, as broncas e os chororôs da reunião. Lula só cumprimentou Trump pelo X e, além de estar na presidência dos Brics neste ano, fará nova viagem a Pequim em maio. Os Brics se opõem ao dólar como moeda internacional e alavancam o protagonismo da China. Lula mal disfarça que tem lado e o Brasil está numa típica "escolha de Sofia". Quanto menos se meter na disputa de gigantes, melhor para os interesses brasileiros.

Eliane Cantanhêde, jornalista

Gelo em Washington

Emendas

Deputados federais e senadores eleitos por Goiás finalizaram o ano de 2024 com mais de R$ 1,009 bilhão em emendas pagas entre as indicações individuais e de bancada. Os parlamentares se dividem sobre o peso de critério político para a liberação junto ao governo Lula (PT) e negam que os bloqueios, determinados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em busca de maior transparência nos processos, tenham prejudicado a chegada de recursos.&nbsp;

<a href="http://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

De acordo com levantamento do POPULAR a partir dos dados do painel Siga Brasil, do Senado Federal, as indicações pessoais de goianos somaram R$ 705,6 milhões, sendo R$ 541,4 milhões de deputados e R$ 164,2 milhões de senadores. Já as emendas de bancada totalizaram pagamento de R$ 303,5 milhões no ano passado (Veja quadro).

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/totens-de-seguranca-podem-sair-de-cena-em-aparecida-de-goiania-1.3216388" target="_blank">Totens de segurança podem sair de cena em Aparecida de Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/politica-rapidas-sobre-aparecida-de-goiania-e-anapolis-1.3215300" target="_blank">POLÍTICA: Rápidas sobre Aparecida de Goiânia e Anápolis</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/veja-quem-e-o-vereador-que-tomou-posse-em-ceres-mesmo-sendo-foragido-da-justica-1.3216623" target="_blank">Veja quem é o vereador que tomou posse em Ceres mesmo sendo foragido da Justiça</a></div>

Parlamentar com maior valor atendido para a execução e pagamento de emendas impositivas, o senador Jorge Kajuru (PSB), aponta que o bom relacionamento e contato permanente com o Palácio do Planalto possibilita a liberação dos recursos. “A relação influencia totalmente. Para quem é líder do governo, como eu sou, a liberação das emendas é bem maior”, diz o senador. “Isso é só sobre o valor das impositivas, que é até parecido para cada senador, mas se for considerar o que se consegue junto aos ministérios, não dá nem para comparar”, conta.

Entre os deputados menos atendidos, o oposicionista Zacharias Calil (UB) confirma que o critério político tem sido fundamental para que as indicações ao orçamento sejam pagas, apesar de serem impositivas constitucionalmente. O médico teve R$ 29,4 milhões pagos. Segundo ele, “os entraves foram essencialmente políticos” e “o tratamento diferenciado para quem é governo e para quem defende um Brasil melhor é evidente”.

“Parlamentares que votam alinhados com o governo têm portas abertas, enquanto os que rejeitam práticas como o aumento de impostos e o esmagamento da classe média, como eu, recebem apenas o básico: a liberação das emendas impositivas, conforme a lei exige. Meu posicionamento contra a reforma tributária e o pacote fiscal, ambos claramente prejudiciais à população, deixou ainda mais evidente essa discriminação política”, acusa.

Também integrantes da oposição, Glaustin da Fokus (Podemos) e Jeferson Rodrigues (Republicanos) avaliam que a manutenção de boas relações com o governo é ponto fundamental para executar as emendas parlamentares com mais agilidade. Os dois estão entre os maiores valores pagos em 2024, com R$ 36,05 milhões e R$ 35,4 milhões, respectivamente.

“Nosso foco sempre foi o diálogo e a construção de parcerias com os ministérios e demais órgãos envolvidos. Cada emenda representa um compromisso direto com as demandas da população e essa transparência no processo tem sido fundamental para evitar atrasos ou obstáculos de natureza política”, avalia Glaustin, que também elenca “planejamento e organização” para alcançar os pagamentos.

“Todos sabem que eu sou de direita, mas eu não tenho dificuldade nenhuma com ninguém do governo federal. Em favor do povo, é preciso ter bom relacionamento. As pessoas têm de olhar e ver um político que fala em nome das pessoas que ele representa. Não adianta fazer aquela oposição sanguinária. Você vota de acordo com a sua consciência e o que o partido pede, mas o bom relacionamento tem de acontecer”, defende Jeferson.

Já a deputada Silvye Alves (UB) não indica diretamente que entraves ideológicos tenham dificultado a liberação de recursos, mas sim opções do governo petista. “Na verdade, menos de 50% foram pagos até dezembro. Não foram pagas antes por falta de respeito do governo com os estados e município. O governo federal gastou absurdamente mais do que deveria e absolutamente reteve as emendas para pagar essa conta”, afirma.

A deputada ainda alega não fazer parte “das jogatinas do Congresso” e que não participa de “reuniões nem conchavos” para acertar o pagamento das indicações orçamentárias. O opositor Professor Alcides admite o baixo valor liberado. “Realmente desconheço os critérios utilizados pelo governo. Possuo R$ 37 milhões de emendas impositivas e foram pagas somente R$ 24,8 milhões. Não sabemos quando as demais serão pagas”, diz.

&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3216783" attr-version="policy:1.3216783:1736124362" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3216783" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3216783', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3216783">Emendas (1.3216783)</a></div>

Contraponto

Apesar do apontamento de parte da bancada sobre prática de preferência política para cumprimento das emendas, a deputada com maior valor pago no último ano foi a oposicionista Magda Mofatto (PRD), enquanto a delegada Adriana Accorsi (PT), governista, teve o menor recurso liberado. A comparação é considerada por José Nelto (UB) para rebater o discurso dos colegas.

“Por essa informação, dá pra ver que o governo não age com quem apoia ou não no Congresso. Essa história de discriminação política é conversa fiada. Não acredito que o governo tenha critério político para o pagamento das emendas e não há perseguição a parlamentares”, afirma o parlamentar, que tem o segundo maior valor atendido entre os goianos.&nbsp;

“Avalio que a liberação foi por mérito técnico. Não houve entraves políticos e os entraves técnicos aconteceram sim, mas em alguns municípios pontuais”, aponta Marussa Boldrin (MDB).&nbsp;

“O processo seguiu o caminho técnico normal durante todo o ano, garantindo a liberação das emendas para todas as bancadas, independente de partido político”, contrapõe Rubens Otoni (PT).

“Depende também de como as emendas são indicadas. Por exemplo, quem prioriza a saúde, tem maior chance de ter mais emendas pagas. Agora, quando se coloca dinheiro para entidade ou para ONGs, têm mais dificuldade de serem pagas”, avalia José Nelto.

Depois de bloquear o pagamento de emendas de comissão, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, determinou na sexta-feira (3) a suspensão de repasses às ONGs que não fornecerem as informações necessárias sobre aplicação dos recursos indicados por parlamentares. Como informa o Giro, uma fundação goiana está na lista.

&nbsp;

Emendas parlamentares pagas a goianos somam mais de R$ 1 bi em 2024

Política

Política - título

Matéria - Política

Congresso

O Brasil nunca foi fácil, trivial, previsível, mas este 2025 vai dar o que falar - e o que escrever! A economia cravejada de interrogações, a política num caminho perigoso e pavimentado por emendas bilionárias, o Judiciário afundando com o peso de penduricalhos e diante de um dos desafios mais difíceis da história, as Forças Armadas em meio a um julgamento inédito de altas patentes, as polícias aterrorizando em vez de defender os cidadãos, o crime organizado vencendo a guerra. E o mundo de ponta cabeça. 
 
O Executivo terá de calibrar a política externa, com a presidência dos Brics, COP30, Donald Trump no poder, os destroços de Gaza, a Ucrânia ao deus-dará, crises por toda parte; a economia, entre o populismo e o pragmatismo duro e insensível; a relação com um Congresso cada vez mais voraz, reacionário e sem compromisso com a Nação; a violência fora de controle, com governadores de oposição contra a ação federal direta. E, claro, os erros, titubeios e a saúde do presidente Lula. 
 
No Legislativo, conclusão das regulamentações da reforma tributária, nova etapa do corte de gastos, projetos de ataque e provocação ao Supremo e retrocessos na agenda social, como a ameaça contra as três hipóteses de aborto legal, obrigando mulheres a situações desumanas. Tudo isso com prioridade absoluta para emendas modeladas ao gosto da corrupção e... com o deputado Chiquinho Brazão preso, mas com mandato, gabinete, funcionários e salário, apesar das provas inequívocas de que foi um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco. 
 
E o Judiciário? Estará sob intenso tiroteio, ao julgar e poder condenar e prender um ex-presidente da República, oficiais de alta patente e a turma toda que articulou e chegou a agir para um golpe de Estado no País. Os "lobos solitários" estão à solta, uivando, e os mísseis, torpedos e drones pela internet serão incessantes. O Supremo vai precisar muito da comunicação e da percepção da maioria da sociedade para agir, como se espera, com rigor, mas dentro do arcabouço legal. E com um flanco preocupante: os desvios, desmandos e até crimes do próprio Judiciário. 
 
Esses desafios estonteantes são também da mídia, no olho do furacão. Aliás, sou colunista do nosso&nbsp;Estadão&nbsp;pela terceira vez e entro na Rádio Eldorado de segunda a sexta, às 9h, com Haisen Abaki e Carolina Ercolin. Posso garantir: a casa é rigorosa com a apuração, caprichosa com o texto, respeita seus profissionais, acata a opinião de suas fontes e leitores e será essencial em 2025, como sempre foi. Parabéns e coragem,&nbsp;Estadão, Eldorado e todos que fazem parte dessa história!

*Comentarista da Rádio Eldorado, da Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta

No olho do furacão

Live

<div attr-cid="policy:1.3213179" attr-version="policy:1.3213179:1734957633" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3213179" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3213179', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3213179">Live (1.3213179)</a></div>

O Jackson Abrão entrevista recebe nesta segunda-feira (23), o senador Vanderlan Cardoso (PSD).

<a href="https://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Acompanhe ao vivo, a partir das 10h, em O POPULAR.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/jackson-abr-o-entrevista-bruno-peixoto-1.3210651" target="_blank">Jackson Abrão entrevista Bruno Peixoto</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/jackson-abr-o-entrevista-franscine-le-o-1.3208176" target="_blank">Jackson Abrão entrevista Franscine Leão</a></div>

<img attr-cid="policy:1.3213177" attr-version="policy:1.3213177:1734956853" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3213177/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site (4).jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Senador Vanderlan Cardoso (Reprodução/Redes sociais)

&nbsp;