No fim de maio, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e representantes de planos de saúde firmaram um acordo verbal para a suspensão de cancelamentos unilaterais de contratos. Além de frágil, o acordo apenas adia um problema que requer solução definitiva. Os planos alegam prejuízos, os hospitais reclamam da inadimplência das operadoras (mais de R$ 2 bilhões em atraso) e os pacientes têm cada vez mais dificuldade em conseguir consultas e exames – o número de queixas na ANS se aproximou de 1 mil por dia, em 2023. Existem cerca de 270 projetos sobre planos de saúde no Congresso. Um novo Projeto de Lei pretende agrupá-los, para que a legislação seja atualizada. Uma das propostas é flexibilizar os pacotes de serviços ofertados: por exemplo, planos que cubram apenas consultas e exames. É preciso que o debate seja feito às claras. As empresas têm de sobreviver, mas não à custa do mais fraco: o consumidor que paga as faturas. No Brasil, são 54 milhões de pessoas. Os planos de saúde ajudam a desafogar o Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, quando todos os envolvidos em uma cadeia de serviços estão insatisfeitos, é óbvio que alguma coisa tem de ser mudada.