As circunstâncias das mortes de dois homens após uma ação policial no Setor Jaó, região norte de Goiânia, na segunda-feira (1º), precisam ser esclarecidas com celeridade. No registro de atendimento integrado (RAI), os militares envolvidos alegam que, durante a abordagem a um veículo onde estariam dois suspeitos, foram alvo de tiros e revidaram. Imagens do celular de um dos mortos, contudo, indicam que pode ter havido a tentativa de forjar o confronto — os detalhes estão em reportagens publicadas nas edições desta terça (3) e quarta-feira (4). Segundo a própria PM, foram disparados 18 tiros por três dos quatro militares que participaram da ação: nove de carabina e nove de fuzil. Na tarde de quarta, a corporação anunciou o afastamento deles. Corregedoria da PM e Polícia Civil abriram investigações, que devem ser tocadas com imparcialidade para que a verdade venha à tona: seja a versão dos policiais ou a hipótese de execução. A redução dos indicadores criminais em Goiás é reconhecida. Mas fatos como esse suscitam a importância de um debate sobre a atuação policial, incluindo o uso de câmeras no fardamento, que seriam de grande valia em casos do tipo.