Números divulgados ontem pela Secretaria de Segurança Pública, referentes aos índices de criminalidade do primeiro semestre de 2024, revelam boas notícias. A violência se mantém em queda, preservando a tendência de redução dos últimos anos. Mesmo os feminicídios, cujos números apareciam na contramão, apresentando preocupante avanço, tiveram diminuição. Os dados não podem, no entanto, se transformar em motivo de arrefecimento. Especialmente no que se refere à violência contra a mulher ainda há muito a ser feito. Casos bárbaros são registrados com frequência e não podem ser banalizados em nome de uma cultura machista. Série de reportagens publicada por este jornal vem mostrando os efeitos devastadores da violência doméstica, como os órfãos dos feminicídios, obrigados a conviver com o trauma, penalizados com a falta da mãe e ainda enfrentando dificuldades econômicas. Outra situação alarmante é o da vítima que vive uma rotina de humilhações e agressões, acabando por mergulhar em uma condição de estresse pós-traumático que a deixa paralisada. Contra essa barbárie, é preciso uma política permanente de acolhimento, segurança, educação e punição.