A política monetária brasileira constitui verdadeira anomalia. Apesar da estabilidade de preços que estamos vivendo com inflação de IPCA-15 de maio rodando em 3,7% no acumulado os últimos 12 meses, o Banco Central do Brasil tem mantido a taxa básica de juros (Selic) em níveis excessivamente elevados, alçando recordes mundiais em termos de juros reais de 6,5% ao ano. Há uma convenção pró-conservadorismo de dominância monetária no Brasil que não deixa o país crescer suas atividades econômicas como deveria. A estabilidade somente será consolidada quando o controle da inflação for associado a uma política econômica que viabilize o desenvolvimento econômico, que seja sustentável a longo prazo. Logo, o problema da taxa de juros deveria ocupar um lugar de destaque na agenda econômica. O Boletim Focus do Banco Central tem muitas vezes se pautado em expectativas de mercado financeiro com taxas de inflação que não são condizentes com o IPCA divulgado pelo IBGE. Em três semanas consecutivas subiu a expectativa de inflação de 3,73% para 3,80% e 3,86% para o ano de 2024, sendo que no IPCA-15 de maio a inflação em 12 meses caiu de 3,77% para 3,70%. Isso quer dizer que a inflação está sob controle.