Ao criar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no final dos anos 1990 para promover o equilíbrio das contas públicas da União, dos Estados e dos municípios, técnicos da Secretária do Tesouro Nacional (STN) previam uma fase seguinte, de qualificação dos gastos públicos. Entre as ideias pensadas estava a de limitar as emendas individuais de senadores a uma por bancada e até 0,3% da receita corrente líquida (RCL) da União. Os deputados federais teriam direito a 10 emendas ao longo do mandato, com proibição de indicação para entidade privada e apresentação de viabilidade técnica, econômica e ambiental. Os objetivos da era do Plano Real mudaram e seguem em sentido contrário atualmente. As emendas se tornaram impositivas e representam 2% da RCL. Há ainda emendas de bancada e de comissão. No orçamento da União em 2024 elas totalizaram R$ 44,6 bilhões. O modelo procriou-se nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras Municipais. A Câmara de Goiânia já tem 2% da RCL da prefeitura, o que rendeu R$ 156 milhões para os 35 vereadores.