“Winnie & Nelson: Portrait of a Marriage” mostra como a luta contra o apartheid foi encarnada pelo mais conhecido casal sul-africano. Mas o livro, político, é também um balanço da luta pela independência nacional. A África do Sul ficou independente da Inglaterra em 1931, mas a criação política da nação só se deu com a eleição de Nelson Mandela para a presidência, em 1994. Nesses mais de 60 anos houve ali diversos modos de luta, da insurreição à luta armada e à negociação. A classe dominante, de brancos oriundos da Holanda e do Reino Unido, impedia que a maioria do povo tivesse livre acesso ao trabalho, à terra e à educação. Confinados em áreas segregadas, os bantustões, os negros não tinham liberdade, eram subalternos. A situação era semelhante à de Israel. A faixa de Gaza, a Cisjordânia e as colinas do Golan são bantustões de um apartheid que faz dos palestinos cidadãos de segunda classe.