Nos duelos de faroeste, há uma imagem clássica: o xerife e o bandido enfrentam-se sob calor escaldante, tipo sol de agosto em Goiás, cada um com a mão no coldre, respeitando um único código de honra: ninguém atira em um oponente desarmado. A cena, emblemática dos filmes de faroeste, é usada aqui como uma metáfora à luta pela autonomia financeira e administrativa das Procuradorias-Gerais. Sem a devida “arma” — no caso, a autonomia —, a advocacia pública enfrenta desvantagens significativas na defesa do Estado e de suas políticas públicas. Atualmente, a advocacia pública é a única função essencial à justiça que ainda não possui independência para gerir recursos e tomar decisões ágeis e estratégicas, dentro do próprio escritório - a Procuradoria-Geral do Estado. Essa falta de autonomia é um obstáculo que compromete a eficácia da defesa das políticas concebidas e executadas por parlamentares e gestores democraticamente eleitos.