O jornalista Mario Sergio Conti, em sua prestigiada Coluna sabática (25/05), não nos deu descanso, trouxe-nos o artigo intitulado: Defender os ateus é defender a razão. Expõe uma discussão tão velha quanto o homem, o antagonismo entre a fé e a razão, quando crava em sua conclusão: “Defender os ateus é defender a razão, a única via para que a humanidade supere as carências que geram a obscuridade religiosa”. Como leitor e admirador de Conti, não posso deixar passar indiferente sua manifesta incapacidade de entender que fé e razão não são virtudes conflitantes, mas complementares. Uma não perdura sem a outra, afinal crer é pensar. A verve incontida de Conti lembra o proselitismo apostatado do ex-pastor luterano Rubem Alves, traumatizado existencialmente na sua própria religiosidade; ou as amarguras de Saramago em suas posições teólogo-filosóficas, cativantes apenas para quem conhece as Escrituras menos do que ele. Discursos que cansam pelo pernosticismo ante-hebraico-cristão, invocando palavras destiladas com requinte, mas nem por isso convincentes.