A maior parte das cidades goianas com Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) consegue equilibrar as contas e fechar o ano com saldo positivo. Os dados são do Suplemento Previdência do Servidor Público, divulgado pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, ligada ao Ministério da Economia. O levantamento aponta que das 169 cidades do Estado com regime próprio, 64% terminaram o ano de 2017 com superávit. As demais cidades tiveram déficit entre R$ 217 milhões e R$ 8,5 mil. Para chegar ao resultado, foi levado em consideração apenas as receitas e despesas financeiras dos institutos de previdência municipais. As demais cidades do Estado fazem parte do Regime Geral (INSS). Entre os municípios com RPPS, o melhor resultado financeiro registrado em 2017 em Goiás foi de Aparecida de Goiânia, segunda maior cidade do Estado. Com receita de R$ 70 milhões e despesa de R$ 19,4 milhões, o AparecidaPrev teve superávit de R$ 51 milhões. “A cidade é jovem e nunca teve dívida alta. Acredito que os números registrados nos últimos anos são resultado do crescimento do município e a Previdência foi junto”, avalia o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (MDB). De acordo com o secretário da Fazenda do município, André Luís Ferreira da Rosa, todo o valor relacionado à Previdência dos servidores é aplicado em fundos de baixo risco do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Na lista de municípios com Previdência com saldo positivo, Rio Verde aparece em segundo lugar com R$ 33 milhões e Senador Canedo em terceiro, com R$ 31 milhões. No quarto lugar do ranking dos melhores resultados, Luziânia teve superávit de R$ 29 milhões na Previdência municipal em 2017 e segue a mesma estratégia de Aparecida, com a aplicação dos valores em fundos de bancos ligados ao governo federal. “Sofremos as mesmas dificuldades de outros municípios, mas buscamos incrementar o patrimônio do instituto de forma responsável. Nossa situação é um pouco melhor porque fizemos o dever de casa”, disse o prefeito Cristóvão Tormin (PTB). Em casos como os municípios de Luziânia, Goiatuba e Niquelândia, a referência das informações no levantamento é classificada como “imputado”, o que significa que as cidades não encaminharam ao governo federal os dados referentes ao ano estudado. Segundo a Secretaria da Previdência, o dado apresentado na pesquisa é uma estimativa feita pela pasta levando em consideração dados de outras cidades em situação similar. Os dados de RPPS referente ao ano de 2018 ainda não foram divulgados.No levantamento do governo federal, as cidades com os piores resultados no caixa da Previdência no ano retrasado são Goiânia, que teve déficit financeiro de R$ 217 milhões, seguida por Anápolis, que registrou saldo negativo de R$ 28,9 milhões, e Quirinópolis, que finalizou 2017 com R$ 28,5 milhões negativos. ReformaProfessor do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da Universidade Federal de Goiás (UFG) Tadeu Alencar Arrais avalia que a eventual aprovação da Reforma da Previdência trará diferentes impactos para municípios e Estados com RRPS. “Eles terão que se adaptar. Imagino que as pessoas estão perto da aposentadoria tentarão se adiantar o mais rápido possível. Isso pode trazer pressão no serviço das prefeituras durante um tempo”, afirma o professor, que estuda o impacto das aposentadorias na economia de municípios. De acordo com o secretário adjunto da Previdência Social, Leonardo Rolim, a expectativa com a aprovação da reforma é economizar R$ 170 bilhões em dez anos nos municípios com RRPS. Em relação às críticas a determinados pontos do texto, o secretário afirma que o Congresso tem autonomia para fazer as mudanças, “mas o governo federal defenderá a proposta se avaliar que são necessárias”.