O transtorno de espectro autista é dividido em três níveis: leve (exige apoio), moderado (precisa de apoio substancial) e grave (exige apoio muito substancial). A classificação acontece conforme a gravidade dos sintomas em relação à comunicação e aos comportamentos. Pessoas com quadros mais leves podem ter uma vida normal. Talvez precisem de ajuda ao longo do desenvolvimento, como a ajuda de um psicólogo no aprendizado ou na socialização, mas poderão viver de modo independente. O grande problema ainda é o preconceito, alimentado pela carência de políticas públicas e desinformação.Uma das características do nível leve do TEA é a ausência da deficiência cognitiva, mas com o comprometimento na interação social. “Há dificuldade de inferir o que o outro está pensando, como ele deve se portar e na leitura de sinais de sutilezas sociais, como, por exemplo, quando alguém quer encerrar uma conversa”, explica a psicóloga infantil Mayra Gaiato, especialista em neurociências e autismo. É comum também eles terem dificuldade de interpretar frases e raciocínios de duplo sentido. “Eles têm um cérebro mais concreto que interpreta tudo de maneira rígida e literal.”Por ser uma condição neurológica irreversível, amigos, familiares e escolas devem estimular o desenvolvimento dos portadores. “Os pais precisam observar as crianças em grupos. Ir à escola e ver o comportamento. As crianças com autismo têm dificuldade com imitação, não vão atrás dos amigos, não participam das brincadeiras coletivas”, enumera. A especialista explica que o acompanhamento das pessoas que têm Asperger objetiva treinar habilidades sociais, fundamental para o convívio em sociedade. “Eles se colocam em risco pela inocência e não perceberem os sinais sutis de maldade nas outras pessoas. É importante que a gente consiga fazer acompanhamento com terapia comportamental.