O tom de brincadeira segue afiado. De maneira bem-humorada, os goianos da banda Pedra Letícia se inspiraram em um dos discos mais icônicos do Brasil para batizar o seu novo registro. Velhos Goianos - Começou Risare satiriza com Acabou Chorare, dos Novos Baianos, de 1972. O novo trabalho, recém-lançado, conta com dez faixas e não perde a piada logo na primeira. Em Só o Chico Pode, eles cantam “Eu não sou poeta/ Eu não sou artista/ Tento parecer o Chico/ E viro Amado Batista/ Só o Chico faz/ Só o Chico pode”.“Escrever uma música sobre o Chico Buarque não foi com finalidade nem de elogiá-lo nem de criticá-lo. É uma brincadeira nossa, mas ele é um exemplo para ser dado porque escreve coisas que a gente não conseguiria. A intenção é muito mais divertida do que prestar um tributo, mas somos fãs dele”, ressalta o vocalista Fabiano Cambota, em entrevista ao POPULAR. O novo disco chega no momento das comemorações dos 14 anos de banda, que é formada também por Pedro Torres (bateria), Kuky Sanchez (baixo) e Xiquinho Mendes (guitarra).A canção de abertura conta com participação do guitarrista Rick Ferreira, ex-músico de Raul Seixas. É a segunda vez que ele participa de uma gravação com a Pedra Letícia. A primeira foi em 2009, em Eu não Toco Raul, letra que não foi muito bem recebida pelos fãs do roqueiro baiano. “Fomos criticados demais. Naquele momento, pensei em nunca mais mexer em vespeiro parecido, mas, ao contrário desses fãs xiitas, que vieram nos acusar, o Rick achou a música bem-humorada e ouvi da boca dele que o Raul teria aprovado”, conta o vocalista.Outra canção que mostra todo o lado irreverente da banda é a composição História com Fins, lançada com clipe em animação e que faz uma sátira motivacional e conta a história de um grupo que vive situações inusitadas para continuar existindo. A letra é assinada por todos os integrantes da Pedra Letícia, algo raro na discografia deles. “Nos outros discos, basicamente escrevi tudo. Dessa vez, tinha algumas canções, mas fizemos um processo inédito que eram reuniões, sem maior compromisso, churrasco puro”, lembra Fabiano.A pluralidade de ritmos que é a marca de todos os álbuns da banda segue intacta no novo registro. Tem romantismo como em Final da Estrada, que conta com participação dos regueiros do Maneva e metais da Orquestra Brasileira de Música Jamaicana. Tem maracatu em Crença, baião em O Juiz e o Jardineiro, e elementos de country em Rotina. Também não ficou de fora o lado provocativo, como em Mentira, Verdade, Mentira quando eles cantam “O peito é de mentira/ A gostosa é de verdade/ A neve é de mentira/ A lama é de verdade”.-Imagem (Image_1.1930236)