Em vez de poluição e destruição da natureza, no universo criativo do artista plástico Rodrigo Godá, máquinas têm a capacidade de inventar flores, plantas, animais e oceanos em qualquer tempo e lugar. A poesia pictórica do goiano está em exibição na mostra individual Anima Mundi, aberta no Auditório Parco della Musica, em Roma, Itália. O espaço é um complexo multifuncional projetado por Renzo Piano, um dos mais importantes arquitetos italianos do mundo.Estão em cartaz quase 70 obras em um recorte de produção de 2004 a 2019, entre técnicas como desenhos, aquarelas e óleo sobre tela. A curadoria é compartilhada entre Gianluca Marzianni (na Itália) e Aguinaldo Coelho (no Brasil). Também será lançando durante a mostra um livro com todos os trabalhos e textos dos curadores. A individual é a primeira da trajetória de Rodrigo Godá na Europa e fica aberta para visitação até o dia 23. A abertura foi no início do mês.“Estou feliz demais, é um dos momentos mais importantes da minha carreira. Expor em um lugar que é uma das obras-primas de Roma, ter os principais jornais repercutindo e um grande público visitando é fantástico”, vibra Rodrigo Godá, que passou quatro anos produzindo para o projeto na Itália. A exposição também quebra um período de três anos que o artista não fazia uma individual – a mais recente foi em 2016, em Brasília. Já em Goiânia, a última foi em 2014, no Museu de Arte Contemporânea de Goiás (MAC), no Centro Cultural Oscar Niemeyer.Para Aguinaldo Coelho, que acompanhou o projeto durante todo o tempo, a mostra internacional representa um momento especial na vida artística de Godá. “Artista goiano, uma exposição enorme em um reconhecido centro cultural. Não tenho dúvidas, é a entrada na Itália pela porta da frente e isso poderá abrir o mercado para outros nomes de Goiás e do Brasil, além, evidentemente, da valorização em termos financeiros das obras”, comenta o curador.ProjetoO trabalho de Rodrigo Godá foi apresentado por Aguinaldo Coelho há cerca de quatro anos para os donos da Galeria de Arte Moderna da Itália, que são os organizadores da exposição. Segundo o curador, eles gostaram e adquiriram uma quantidade enorme de obras. “Praticamente todo o seu acervo, perto de 200 telas. Em seguida, planejaram e bancaram uma mostra institucional para apresentar o artista na Itália e em um espaço bastante significativo”, recorda-se.Durante o processo de organização da individual, Godá conta que visitou o espaço no primeiro semestre do ano passado e ficou bastante entusiasmado com a recepção que teve na Itália. “O pessoal tem um respeito muito grande pela arte goiana e brasileira. Fui tratado como uma estrela e nunca mais vou esquecer o carinho”, comemora ele, que acrescenta que os italianos gostaram bastante da sua temática. “Falaram que são as cores do Brasil”, destaca o artista.Na sua obra, Rodrigo Godá explora as possibilidades coloristas para dar vida a suas engenhocas ecológico-orgânicas, em um híbrido de pintura e desenho. O artista trabalha com temas que buscam com os maquinários uma função inversa, em vez de destruir, recuperar e preservar o meio ambiente. “O que mais gosto no seu trabalho, entre outras coisas, como a artesania, o caráter lúdico e a inserção da questão ambiental, é a paleta”, diz Aguinaldo Coelho.-Imagem (Image_1.1797223)-Imagem (Image_1.1797222)-Imagem (Image_1.1797221)