Mais equipes da Enel estarão disponíveis para atendimentos no Sudoeste de Goiás. Essa foi a promessa feita a produtores rurais que se reuniram com a empresa em busca de solução para interrupções no fornecimento de energia elétrica apontadas como frequentes na região nos últimos 15 dias.“Já estavam com dez equipes a mais no fim de semana e prometeram colocar 20 equipes a partir de hoje”, informou ao POPULAR o presidente do Sindicato Rural de Jataí, Vitor Geraldo Gaiardo.Segundo ele, houve propriedades da região que chegaram a ficar 11 dias sem energia. “Mas não foi generalizado. Teve lugar que foram três, quatro dias”, diz. “Tivemos aí talvez a maior crise de energia da história.”O presidente do sindicato informa que a Enel estava com equipe reduzida na região e coincidiu nesse período a ocorrência de muita chuva e vento, potencializando o problema.Ele diz que não sabe quantificar o tamanho do prejuízo, mas cita que os setores mais prejudicados foram o de leite, em especial para pequenos produtores que não possuem geradores; o de aves e suínos, e o de grãos, já que muitos armazéns não conseguiram operar.Segundo o presidente do sindicato, em razão desses acontecimentos, por meio da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), realizaram a reunião com a Enel na terça-feira (29). “Se mostraram empenhados em solucionar o problema. Ficamos de fazer avaliações e, nos próximos dias, se necessário, faríamos uma nova reunião”.Impacto Na Fazenda Fonte Nova, em Serranópolis, o agricultor e pecuarista Fernando Inácio Cardoso diz que o desabastecimento de energia durou uma semana. “Voltou ontem (29) às 15 horas e hoje de madrugada acabou de novo.”Para não perder a produção de leite, diz que já gastou entre 900 a mil litros de diesel para o gerador manter a ordenha em operação. Da média de R$ 1,40 recebida pelo litro do leite, ele cita que lucrava de 10 a 15 centavos. “Com (o uso do) diesel, vou ficar no vermelho”, diz. “Estou pensando em sair da atividade porque não tem condição. Sou produtor há 30 anos e nunca vi acontecer esse descaso”, diz.Fernando conta ainda que a falta de energia está adiando há cerca de quatro dias a pulverização de defensivos em parte da lavoura de milho segunda safra já cultivada na propriedade.