Depois de escândalos de fraudes e desvios, que são investigados pela Polícia Civil, o Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) inicia este mês processo para certificar a qualidade dos serviços de saúde prestados aos usuários, que somam 625 mil no Estado. Além disso, o presidente da autarquia, Silvio Fernandes, promete permanente avaliação interna e da rede credenciada.A previsão para que todas as mudanças sejam introduzidas é de seis meses. As ações fazem parte tanto do plano de melhoria da gestão quanto das metas de transparência previstas no programa de compliance público, que tem orientação da Controladoria Geral do Estado (CGE). Com esse movimento, o governo estadual inicia na instituição o projeto de governança do Sistema de Gestão e Desenvolvimento de Credenciados.“Desde que chegamos, identificamos uma bagunça na parte de compliance, de regras e de avaliações dentro do instituto”, diz o presidente. Ele explica que o entendimento da gestão é de que seria preciso aperfeiçoar o trabalho e colocar regras e condutas de forma clara e objetiva. Isso porque diz que normas da entidade – que nasceu na década de 1960 – deixaram brechas para falhas e irregularidades. Para o desenvolvimento da Governança do Sistema de Gestão e Desenvolvimento de Credenciados, em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), novas medidas de modernização serão adotadas para corrigir falhas nos sistemas de tecnologia e cadastro que foram apontadas em investigações da Operação Morfina, da Polícia Civil.Este ano, foram identificados problemas graves, como autorizações para procedimentos sem devido processo legal, inclusão de prestadores por usuários fantasmas e pagamentos por serviços com valores acima do praticado no mercado.Internamente, o trabalho de organização já começou. O objetivo é criar protocolos para dar mais transparência, identificar áreas com o que chama de “risco de fraude” – pontos que podem permitir que elas ocorram – e conhecer o tipo de relacionamento que o Ipasgo possui com as instituições que são credenciadas. O que será mapeado como medida de controle. Mapeamento de estruturas organizacionais e funcionais é outro ponto que está previsto.Selo próprioUm dos resultados desse processo será a implantação do Selo Ipasgo de Qualidade. Uma certificação própria, mas que deve seguir padrões da Organização Nacional de Acreditação (ONA). “É uma maneira de conhecer todos os serviços hospitalares. Hoje, são 184 hospitais credenciados em 51 municípios. Vamos criar parâmetros a fim de que o usuário também seja capaz de julgar o serviço.” A proposta é de que o Ipasgo verifique in loco o que é oferecido aos usuários nos locais cadastrados ao plano. Se seguir o que o instituto avalia como necessário, a instituição terá o selo. No entanto, Fernandes explica que serão consideradas as particularidades regionais. “Uma situação é o que há na capital e outra é o que há no interior. Vamos tentar adequar à realidade.”O selo é proposto para exigir um padrão mínimo de qualidade. Se atingir uma pontuação maior, por outro lado, as unidades poderão ter benefícios. Para chegar a esse ponto, o Ipasgo começará com estudo, posteriormente irá a campo para no fim realizar a certificação. O trabalho também vai identificar onde e como é possível uma ampliação do que é ofertado pelo plano nas cidades goianas, para expandir o atendimento. Diagnóstico sobre as áreas que podem interferir nas operações já começou e é o primeiro passo. Banco de credenciados dos últimos cinco anos será avaliado de acordo com as formalidades da documentação exigida. Haverá conferência entre os serviços aprovados no credenciamento e o que está cadastrado no sistema. Após a coleta dos dados, está prevista preparação das unidades de saúde para atingir os níveis definidos.