O piloto comercial Bruce Lee Carvalho dos Santos, de 32 anos, não faz contato com a família desde 12 de dezembro, o que motivou o registrou de uma ocorrência de desaparecimento na Polícia Civil (PC). Um advogado foi contratado pela mãe de Bruce, que foi ao 1º Distrito Policial para pedir o início das investigações. O piloto é irmão de Mohammed D’Ali Carvalho dos Santos, que matou e esquartejou a inglesa Cara Marie Burke em 2008.Bruce Lee mantém casas em Itápolis (SP) e em Goiânia, onde também tem atividades ligadas à aviação. No interior de São Paulo ele presta serviços para a empresa EJ Escola de Aviação, mas a funcionária que atendeu a ligação disse que não poderia informar sobre as escalas de Bruce porque até 2 de fevereiro apenas a área comercial da empresa funciona e que os outros funcionários foram dispensados.Um amigo de Bruce, que pediu para não ter o nome divulgado, disse que não consegue contato com o amigo desde o dia 15. “Semana passada eu mandei mensagens e ele não respondeu. Depois tentei novamente e nada. Comecei a ficar preocupado e então entrei em contato com a família. A partir daí ficamos sabendo de uns perfis de rede social que estavam informando que ele havia se acidentado em uma viagem a caminho da Venezuela”, disse.Outro amigo do piloto, que também prefere não se identificar, diz que até agora não existem informações concretas. “O que nos preocupa é que ele nunca ficou tanto tempo sem aparecer, sem responder. Ele mantém parceria em um restaurante aqui, presta serviços na área da aviação. É um cara muito trabalhador, gente boa demais. Não queremos falar mais nada até porque a família dele pediu isso”, diz. A mãe de Bruce Lee, que mora em Londres, está vindo para Goiânia.Ele refuta qualquer possibilidade de o piloto estar envolvido com alguma irregularidade. “A família até pediu para nada ser divulgado porque a imprensa começou a dizer que ele estava viajando para o crime, o que a gente não acredita. O que a gente espera é que ele faça contato o mais breve possível e que essa situação termine logo”, diz.No Registro de Atendimento Integrado (RAI) consta que a ocorrência foi realizada pelo advogado da mãe de Bruce Lee no dia 18 de dezembro. Consta que ela teve o último contato com o filho no dia 12 e que desde então, dois amigos teriam sentido a falta dele e ido até sua casa, na Vila São João (ao lado do Alto da Glória) para procurá-lo e chegando lá, perceberam que a casa estava aberta.Ainda segundo o RAI, os amigos procuraram um chaveiro, que por coincidência, informou que havia ido à mesma residência no dia anterior para abrir a casa. O chaveiro afirmou aos dois amigos de Bruce Lee que os indivíduos que o chamaram estavam em um automóvel de cor branca. O chaveiro também disse que o motorista deste carro, ao entrar na residência, estaria falando com uma pessoa em um celular e teria dito que precisava encontrar um aparelho de telefone.No registro consta que sumiram da residência um notebook, um aparelho de celular e o carro de Bruce, um Cross Fox prata. A delegada Karla Fernandes Guimarães está responsável pela investigação, mas a reportagem não conseguiu contato com ela. A delegada é uma das integrantes da força-tarefa de apuração dos supostos abusos praticados pelo médium João de Deus, em Abadiânia.A Polícia Civil divulgou que a apuração do caso segue em sigilo na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) e que informações serão divulgadas desde que não comprometam as diligências destinadas à elucidação do fato.A Polícia Civil não confirma a profissão de Bruce Lee. Informou que o advogado que registrou a ocorrência disse que Bruce é sócio de um restaurante. Mas no perfil de Bruce Lee nas redes sociais ele diz que é piloto comercial e instrutor de voos. Além disso, muitas de suas fotos são dentro ou ao lado de aeronaves, inclusive na escola de aviação citada nesta reportagem.IrmãoO irmão de Bruce Lee, Mohammed D’Ali Carvalho dos Santos morreu em 11 de fevereiro 2016, aos 27 anos. Ele cumpria pena na Penitenciária Odenir Guimarães (POG) por matar e esquartejar a inglesa Cara Marie Burke, em 2008, em Goiânia. Segundo informações repassadas à época pela Secretaria de Administração Penitenciária, ele estava se sentindo mal na Cela 1 da Ala A e foi levado para a enfermaria do presídio. Os Bombeiros também foram acionados, mas quando os militares chegaram, ele já estava morto.Mohammed matou a amiga inglesa no dia 26 de julho de 2008 a facadas. Depois ele esquartejou o corpo e dividiu as partes para se livrar deles. O tronco foi colocado em uma mala de viagem e jogado no Rio Meia Ponte, em Goiânia. Cabeça, braços e pernas foram enrolados em camisetas, colocados em sacolas e dispensados no Córrego Sozinha, entre os municípios de Leopoldo de Bulhões e Bela Vista de Goiás.Ele foi condenado em 14 de maio de 2009 a passar 21 anos preso pelos crimes de assassinato, esquartejamento e ocultação do cadáver da vítima.