Presidente da Central de Trabalhadores dos Catadores de Materiais Recicláveis (Uniforte), Dulce Helena do Vale afirma que a ideia é que os materiais beneficiados pelas cooperativas possam ser revendidos diretamente, já com o valor agregado. O isopor, por exemplo, que hoje é um problema ambiental por ter baixo valor de mercado e o alto volume, assim que passar a ser trabalhado poderá ser vendido a empresas da construção civil, para a fabricação de telhas, por exemplo. Já o papel, mesmo sendo a principal fonte de renda dos cooperados atualmente, terá valor ainda maior, já que a ideia é que seja possível fabricar e revender as resmas próprias para o consumidor final. Além disso, Dulce acredita que o projeto também poderá melhorar a educação ambiental da população e dos grandes geradores de lixo, de modo a fazer um tratamento e separação dos resíduos. “Hoje temos muito material em Goiânia, mas a qualidade é baixa, temos que fazer esse trabalho de educação”, admite a presidente. Ela lembra ainda que a Prefeitura deverá auxiliar na busca de parceiros para o polo a ser criado, especialmente para conseguir os investimentos necessários.Pró-reitora de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Goiás (UFG), Lucilene Maria de Sousa, explica que a participação da UFG na proposta de criação de polo tecnológico para o beneficiamento de materiais recicláveis se dá a partir de extenso trabalho da instituição em pesquisas na área. “É também um serviço de inclusão social. Já conseguimos o maquinário para o vidro e existe impacto social e também ambiental nisso”, diz Lucilene. Ela reforça que o prefeito Iris Rezende (MDB) deu aval para que o projeto se desenvolvesse, com a necessidade de obter um galpão de 6 mil metros quadrados que pudesse receber todo o maquinário necessário para a melhoria dos materiais.