Com a proximidade do carnaval, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO) aproveitou para divulgar uma nota, nesta quinta-feira (28), alertando para os perigos da associação do consumo de álcool com medicamentos. Segundo a instituição, a mistura com a droga pode ser extremamente perigosa e até mesmo levar à morte.“Há um dito popular que o álcool 'corta' o efeito dos antibióticos. Não é mito, e o alerta não vai só para quem está tomando antibiótico. Muitos medicamentos podem interagir com o álcool, alterando o metabolismo, os efeitos do álcool e também da medicação”, revela o diretor secretário do CRF-GO, Daniel JesusConfira abaixo os riscos da interação do álcool com alguns medicamentos:Anti-inflamatóriosAssociado a anti-inflamatórios, o álcool aumenta a eliminação do medicamento pelo corpo, diminuindo seu efeito. Pode gerar sobrecarga no fígado, risco de úlcera gástrica e sangramentos. Se combinado com a Aspirina (AAS), aumenta os efeitos do álcool no organismo. No caso do Ibuprofeno, pode aumentar o risco de sangramento no estômago e intestinos, fezes negras, com sangue ou tosse com sangue ou vômito.CorticoidesPode ser metabolizado de forma mais lenta e atrapalhar o efeito.Analgésicos e antitérmicosA velocidade de eliminação do medicamento no sangue será mais rápida, fazendo o efeito do medicamento ser menor. Quanto à Dipirona, pode fazer com que o efeito do álcool seja potencializado. Já com Paracetamol, o álcool aumenta o risco de hepatite medicamentosa, problemas no fígado, febre, arrepios, dor ou inchaço nas articulações, cansaço excessivo ou fraqueza, hemorragia ou nódoas negras, erupção cutânea ou comichão, perda de apetite, náuseas, vômitos ou amarelecimento da pele ou do branco da pele e olhos.AntibióticosPode acarretar em efeitos graves, como acúmulo do antibiótico no organismo. Isso pode causar vômitos, palpitação, cefaleia, hipotensão, dificuldade respiratória e até morte. Existe também o perigo de inibição do efeito e potencialização de toxicidade hepática. O álcool inibe o sistema imune e dificulta o combate contra agentes infecciosos.AnticoncepcionaisPode comprometer a eficiência do medicamento e não proteger a mulher totalmente.AntidepressivosAumenta o efeito do antidepressivo, deixando a pessoa mais estimulada. Após o efeito, os sintomas de depressão podem aumentar e também um maior efeito sedativo, diminuição da eficácia dos antidepressivos e picos hipertensivos.Calmantes (ansiolíticos)Aumenta o efeito sedativo, podendo acarretar um risco de coma e insuficiência respiratória. No caso do Zolpidem, pode aumentar os efeitos colaterais, como tontura, sonolência, confusão e dificuldade de concentração, problemas de raciocínio, julgamento e coordenação motora.Inibidores de apetitePode causar tontura, vertigem, fraqueza, síncope, confusão mental e outros sintomas ligados ao sistema nervoso central.Insulina e Hipoglicemiantes (antidiabéticos)Pode gerar hipoglicemia, pois inibe a disponibilidade de glicose realizada pelo organismo. Também pode causar aversão do organismo ao medicamento. O uso agudo de etanol prolonga os efeitos do medicamento; já o uso crônico, inibe os antidiabéticos.AnticonvulsivantesPode aumentar os efeitos colaterais, risco de intoxicação e diminuição da eficácia contra as crises de epilepsia.AnestésicosDificulta a ação dos anestésicos, sendo necessárias doses maiores para a indução anestésica em atos operatórios. Também potencializa os efeitos tóxicos destes medicamentos para o fígado.AnticoagulantesAumenta do efeito anticoagulante. No caso da Varfarina, pode causar hemorragias.Anti-hipertensoresReduz a eficácia, causa tonturas e arritmias cardíacas.Anti-histamínicos (antialérgicos)Aumenta o efeito sedativo e causa tonturas e desequilíbrio.Protetores gástricosAumenta o efeito do álcool e os efeitos colaterais do medicamento.Medicamentos para disfunção erétilNo caso dos mais comuns, Tadanafila e Sildenafila, podem baixar a pressão arterial e acarretar em tontura, desmaios, rubor, dor de cabeça e palpitações no coração.A relação do álcool com bebidas energéticasA associação de álcool com energéticos leva a percepção de uma menor embriaguez, porém, o consumidor fica tão bêbado quanto se não tivesse tomando energéticos. A inibição da percepção de embriaguez também faz com que as pessoas acabem ingerindo mais álcool do que conseguiriam se não estivessem tomando os estimulantes, facilitando a ocorrência de complicações como o coma alcoólico. Essas substâncias quando ingeridas juntas podem causar desidratação, arritmias cardíacas, convulsões, piorar os sintomas de ressaca e até morte súbita de origem cardíaca.