Em meio ao cenário epidemiológico da dengue no Brasil, todo cuidado ainda é pouco. Goiás já registrou este ano 74 óbitos e mais 70 mil casos confirmados. Em caso de suspeita da doença, há recomendações quanto a alimentação e hidratação para que o organismo se recupere mais rapidamente da infecção e não evolua para situações mais graves. É preciso cuidado também quanto ao uso de medicamentos para aliviar sintomas como dores e febre e que favorecem o sangramento.

O Ministério da Saúde pede, ainda, atenção redobrada para fake news quanto ao uso de medicamentos como a ivermectina e alimentos como o limão no combate à dengue. O POPULAR ouviu especialistas para explicar o que não é indicado ingerir em caso de suspeita da doença.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/irm-de-gravida-que-morreu-com-suspeita-de-dengue-faz-tatuagem-em-homenagem-a-influencer-nossa-conex-o-e-gigantesca-1.3123631" target="_blank">Irmã de grávida que morreu com suspeita de dengue faz tatuagem em homenagem à influencer: ‘Nossa conexão é gigantesca'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/surto-de-dengue-no-brasil-e-america-do-sul-pode-ser-o-pior-da-historia-diz-oms-1.3123030" target="_blank">Surto de dengue no Brasil e América do Sul pode ser o pior da história, diz OMS</a></div>

Alimentação

Febre, dores no corpo, dores de cabeça e nos olhos, falta de ar, manchas na pele e indisposição. Os sintomas da dengue afetam diretamente a vida da pessoa infectada, que pode ter as atividades do dia a dia prejudicadas, assim como o organismo como um todo. De maneira geral, o quadro mais intenso da doença dura por cinco dias e sem complicações. Para auxiliar na recuperação de um quadro infeccioso, a alimentação tem papel fundamental. No caso da dengue, alguns cuidados e adaptações podem ser feitos de acordo com os sintomas e quadros do paciente.

“Uma alimentação rica em nutrientes é essencial e, por isso, frutas vegetais e proteínas não podem faltar”, comenta a nutricionista Janaína Macedo. No entanto, algumas classes de alimentos devem ser evitadas em casos de suspeita de dengue ou durante a infecção, como ultraprocessados ou ricos em gordura trans, industrializados, salgadinhos, fast food, refrigerantes, sorvetes, embutidos e panificados, que podem agravar o quadro da inflamação, segundo a especialista.

Fake news

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República vem fazendo alertas quanto a uma série de fake news e teses desinformativas que vêm repercutindo nas redes sociais, dentre elas a de que a ingestão do sumo de limão “neutraliza a carga viral” de quem já está infectado com a dengue. De acordo com a Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), alimentos que contêm salicilatos e os de ação antitrombótica devem ser evitados em caso de suspeita da doença e, entre esses alimentos, está o limão. Ou seja, além de não “tratar a dengue”, o sumo do limão não é nem mesmo recomendado para o quadro.

Outros alimentos da lista da Asbran são abricó, ameixa fresca, amêndoa, amora, batata, cereja, groselha, maçã, melão, morango, nectarina, nozes, passa, pepino, pêssego, pimenta, tangerina, tomate e uva. Esses alimentos com salicilatos devem ser evitados para evitar provocar alterações gástricas, hipotensão, alergia, distúrbio do equilíbrio ácido-básico e fenômenos hemorrágicos que poderão gerar anemia, de acordo com a associação. “Alimentos que inibem a agregação plaquetária também devem ser evitados como abacaxi, canela e pimenta caiena”, diz Janaína.

No entanto, os alimentos fonte de salicilato (que está presente em medicamentos contraindicados para a dengue) possuem uma proporção da substância muito menor que a das medicações. Por isso, nada de desespero! O que se deve evitar é a ingestão em grande volume desses alimentos e, por isso, a variedade nas refeições é a chave.

De maneira geral, é recomendado evitar alimentos que possam causar má digestão ou irritação no trânsito gastrointestinal, como as frituras e frutas muito ácidas, diz o médico infectologista do Hospital Estadual de Doenças Tropicais de Goiânia, João Victor Coriolano. “Isso porque o indivíduo que está com dengue já tem uma predisposição a vômitos e a diarreia. Então, esse quadro pode se agravar a depender da alimentação”, diz. “Portanto, não existe contraindicação de alimentos, mas cuidados com a alimentação. É preciso uma alimentação mais leve durante a infecção pelo vírus da dengue e preferir alimentos líquidos e frutas como melancia, que tem muito líquido, e a água de coco”, comenta.

Medicamentos

O salicilato já foi citado como uma substância a ser evitada, e quando o assunto é automedicação os alertas se intensificam. Estão na lista de medicamentos contraindicados pelo Ministério da Saúde e que não devem ser administrados em casos de suspeita de dengue os anti-inflamatórios como ibuprofeno, nimesulida, diclofenaco e o ácido salicílico (AAS). O ideal é procurar um médico para evitar a ingestão inapropriada.

“É preciso cuidado com a automedicação porque alguns medicamentos podem agravar o quadro da dengue, pois podem favorecer sangramentos”, diz o infectologista. “Além disso, esses medicamentos podem causar uma úlcera gástrica, levando a um sangramento no trato gastrointestinal que pode resultar em complicações”, completa.

Os anticoagulantes também precisam de atenção em casos de dengue, já que podem favorecer sangramentos. “A primeira coisa que precisamos saber é se o paciente que faz uso de medicamento anticoagulante pode ficar sem. Existem casos em que é possível retirar esse medicamento durante o período de infecção da dengue, mas em outros infelizmente não conseguimos”, comenta. Nesses pacientes, a avaliação é feita, no mínimo, a cada dois dias, para saber se há algum sangramento ativo de mucosa, de gengiva, nas fezes ou na urina.

Líquidos

A hidratação é um ponto fundamental quando o assunto é dengue. “Observamos que os casos graves da dengue podem estar associados aos extremos de idade (crianças e idosos), que já têm predisposição a desidratação, e ao tipo do vírus da dengue, como o tipo 2”, diz o infectologista João Victor Coriolano. O Ministério da Saúde reitera que a hidratação oral deve ser iniciada para tratar casos de dengue ainda nos primeiros sintomas e na fase de suspeita.

No entanto, sucos de frutas muito ácidas e refrigerantes devem ser evitados visando evitar o desconforto gástrico. Além disso, consumir bebida alcoólica em casos de suspeita e em recuperação durante a infecção da dengue também é contraindicado. O álcool tem até apelido especial que explica o porquê: a substância é conhecida como “o vilão da hidratação”.

A sua ingestão por si só já leva à desidratação. “Consumir bebidas alcoólicas faz com que percamos a água do corpo através da urina, que pode causar desidratação e resultar em sintomas como dor de cabeça, fadiga, mal-estar, sede e náuseas”, diz a nutricionista Beatriz Schwan. O álcool também é um agressor hepático (afeta o fígado), assim como o vírus da dengue.

O que não comer e não beber em caso de dengue

Magazine

Magazine - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Magazine

Saúde

Com o crescimento de cada vez mais adeptos a um estilo de vida mais saudável, faz sentido que a redução do consumo de álcool esteja diretamente ligada. “Não existe dose de álcool segura para a saúde. Costumo explicar que o álcool não faz parte da nossa sobrevivência, então se a pessoa cortá-lo totalmente, ela vai viver muito bem, sim”, comenta Plínio Cezar. No entanto, o especialista considera os aspectos sociais na hora de orientar os pacientes. “A orientação, portanto, é diminuir o consumo tanto na quantidade quanto na frequência”, comenta.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 85, 128); outline: 0px; outline-offset: -2px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

A curto prazo, um excesso em uma festa, por exemplo, causa uma intoxicação aguda e sistêmica, gerando os sintomas conhecidos como ressaca: desidratação, dor de cabeça, desconforto gástrico e cansaço. O álcool também tem ação direta no coração, podendo causar alguns tipos de arritmia e, consequentemente, um enfarte. Quando consumido de forma crônica, em altas doses e durante um período prolongado, há risco de insuficiência cardíaca.

“É preciso reforçar que o álcool vai trazer vários malefícios à saúde, como a dependência, pois se trata de uma droga que afeta muitas vezes não só a saúde física, como também a parte social e as relações”, comenta o especialista. As bebidas alcoólicas também interferem em questões como emagrecimento e ganho de massa muscular, além de gerar danos neurológicos, especialmente nos jovens.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/o-que-voce-n-o-precisa-fazer-para-ser-mais-saudavel-em-2025-1.3220026" target="_blank">O que você não precisa fazer para ser mais saudável em 2025</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/alerta-deficiencia-de-vitamina-d-se-torna-preocupac-o-crescente-para-criancas-e-adolescentes-1.3218865" target="_blank">Alerta: deficiência de vitamina D se torna preocupação crescente para crianças e adolescentes</a></div>

Danos comportamentais também estão entre as consequências do consumo do álcool, gerando o que chamamos de “ressaca moral”. “As pessoas ficam com vergonha depois de terem ficado alcoolizadas, especialmente em lugares públicos”, comenta Soraya de Oliveira. É o que diz também o estudo publicado pela Cisa, destacando que “o principal motivador para moderar o consumo de bebidas alcoólicas [entre os jovens] está relacionado à necessidade de manter a reputação e o bom desempenho nas atividades rotineiras, principalmente o trabalho”.

Janeiro é um mês de recomeços. É nessa época que as metas e resoluções para o novo ano começam a ser colocadas em prática, e grande parte delas envolve ter hábitos mais saudáveis. Não por acaso, elas ganham fôlego logo após o “pé na jaca” das festas de Natal e réveillon, gerando um movimento de redução de consumo de álcool que vem sendo impulsionado pelo Janeiro Seco, campanha que desafia as pessoas a passarem o mês todo sem bebidas alcoólicas.

Essa moderação pode ser observada como uma tendência crescente para além da campanha, especialmente entre os jovens. Para o estudante Pedro Costa de Saint Just Fontes Ribeiro, de 22 anos, o movimento foi gradual até que ele parasse totalmente de consumir álcool, o que já completa nove meses.

Entre as motivações estão a melhora da saúde e qualidade de vida, além de romper a associação entre álcool e socialização. “Gosto de poder aproveitar as coisas na totalidade e na sobriedade, sem alimentar esse ciclo vicioso do álcool como muleta para a interação social”, comenta. “Essa coisa de só conseguir sair se eu puder beber, só ir a uma festa se tomar uma cervejinha. Porque o álcool tem muito disso, uma espécie de glamour e associação com a diversão, o que a curto e a longo prazo vira um problema”, diz.

Eventos, shows e festas não se tornaram menos divertidos desde que interrompeu o consumo de bebidas alcoólicas, segundo ele. “Passei a observar que, pelo contrário, eu consigo aproveitar muito mais. Tenho uma liberdade de ir e vir maior por poder dirigir, não tenho mais aquele problema de esquecer as coisas que fiz, consigo cuidar dos meus amigos. Com a sobriedade temos uma noção muito mais global do que está acontecendo a nossa volta, podendo tanto aproveitar mais quanto estar preparado caso algo dê errado”, comenta.

Parar de consumir álcool, seja permanentemente ou por um curto período, é um movimento espontâneo em alta nos últimos anos e que tem alguns fatores por trás. “A tendência pode ser relacionada ao movimento wellness e à popularidade das atividades físicas e esportes, que estimula esses jovens a serem mais saudáveis física e emocionalmente. Neste mês, inclusive, temos também a campanha do Janeiro Branco, que tem foco na saúde mental”, observa a psicóloga clínica Soraya de Oliveira. A roteirista Karen Batista, de 30 anos, vai estender o projeto do “janeiro seco” até o carnaval, no mês de março, com foco na saúde e melhores resultados nos treinos da academia. “Depois, o plano é seguir diminuindo o meu consumo, chegando a no máximo duas vezes no mês”, conta.

Soraya destaca a adaptação das indústrias à demanda crescente, com cada vez mais opções de cervejas e até vinhos zero álcool nas prateleiras. Desde que abriu as portas em novembro do ano passado, o Ára Café Bar e Restaurante, no Centro, teve uma demanda crescente por opções de drinks sem álcool, os chamados “mocktails”. Entre os mais procurados está a jarra que leva hibisco, laranja e canela em pau defumada. “A princípio, era uma opção de jarra apenas alcoólica, que leva gin. Fizemos a opção sem álcool como teste para um cliente e ele gostou tanto que incorporamos no cardápio. Hoje, é uma das nossas jarras mais pedidas”, conta Eloah Albuquerque, sócia do espaço.

Uma pesquisa feita a pedido do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) mostra que a quantidade de pessoas que evita bebidas alcoólicas tem crescido a cada ano. Em 2023, cerca de 55% da população adulta brasileira já não consumia álcool, refletindo uma tendência de buscar por hábitos mais saudáveis. Soraya aponta, ainda, o reflexo da pandemia nesse comportamento: em um primeiro momento, houve um aumento abusivo no consumo de álcool por parte dos brasileiros. “Pós-pandemia, a população passou a se conscientizar mais sobre os efeitos do álcool para a saúde e adotar novos hábitos”, diz.

Mas apenas um mês sem álcool, como prega o Janeiro Seco, é o suficiente para trazer benefícios à saúde física e mental? “Acredito que campanhas e projetos como esse servem como um start, um ponto inicial, já que há um acesso maior a informações sobre como o álcool afeta a saúde e a qualidade de vida. Além disso, ao diminuir esse consumo por um curto período de tempo inicialmente, pode ser o suficiente para incentivar essa pessoa a adotar como hábito mais para frente”, comenta Plínio Cezar, médico especializado em nutrologia.

<h2>Prejuízos</h2>

Com o crescimento de cada vez mais adeptos a um estilo de vida mais saudável, faz sentido que a redução do consumo de álcool esteja diretamente ligada. “Não existe dose de álcool segura para a saúde. Costumo explicar que o álcool não faz parte da nossa sobrevivência, então se a pessoa cortá-lo totalmente, ela vai viver muito bem, sim", comenta Plínio Cezar. No entanto, o especialista considera os aspectos sociais na hora de orientar os pacientes. “A orientação, portanto, é diminuir o consumo tanto na quantidade quanto na frequência”, comenta.

A curto prazo, um excesso em uma festa, por exemplo, causa uma intoxicação aguda e sistêmica, gerando os sintomas conhecidos como ressaca: desidratação, dor de cabeça, desconforto gástrico e cansaço. O álcool também tem ação direta no coração, podendo causar alguns tipos de arritmia e, consequentemente, um infarto. Quando consumido de forma crônica, em altas doses e durante um período prolongado, há risco de insuficiência cardíaca.

“É preciso reforçar que o álcool vai trazer vários malefícios à saúde, como a dependência, pois se trata de uma droga que afeta muitas vezes não só a saúde física, como também a parte social e as relações”, comenta o especialista. As bebidas alcoólicas também interferem em questões como emagrecimento e ganho de massa muscular, &nbsp;além de gerar danos neurológicos, especialmente nos jovens.

Danos comportamentais também estão entre as consequências do consumo do álcool, gerando o que chamamos de “ressaca moral”. “As pessoas ficam com vergonha depois de terem ficado alcoolizadas, especialmente em lugares públicos”, comenta Soraya de Oliveira. É o que diz também o estudo publicado pela Cisa, destacando que "o principal motivador para moderar o consumo de bebidas alcoólicas [entre os jovens] está relacionado à necessidade de manter a reputação e o bom desempenho nas atividades rotineiras, principalmente o trabalho".&nbsp;

Redução do consumo de bebida alcoólica é tendência entre os jovens

GERAÇÃO SEM RESSACA

Fraqueza, cansaço e indisposição foram os primeiros sinais que despertaram a preocupação da secretária Renata Moreira de Souza, de 44 anos, em relação à saúde do filho, de 4 anos. Percebendo os sintomas, ela levou o pequeno Ravi Lacerda Moreira à pediatra, que, após realizar os exames necessários, confirmou a suspeita: a criança estava com deficiência de vitamina D. No consultório, ela descobriu que o problema é mais complexo e comum do que parece.

<a href="http://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

Com o diagnóstico em mãos, Renata, em conjunto com a equipe médica, iniciou o tratamento com suplementação, com o objetivo de corrigir a carência e promover a recuperação da saúde do menino. “Iniciamos a suplementação e o resultado foi muito rápido”, relata Renata, que também foi orientada a aumentar o tempo de exposição solar de Ravi. Como trabalha o dia todo, os momentos de lazer ao ar livre são raros. “Estamos tentando ajustar a rotina para que ele tenha mais oportunidades de praticar atividades físicas ou esportes ao ar livre”, explica.

As principais causas da deficiência incluem justamente a redução da exposição solar, hábitos sedentários e uma dieta inadequada, com poucos alimentos ricos no nutriente. A vitamina D é essencial para a saúde óssea e imunológica, e a exposição solar moderada é uma das formas de estimular sua produção no corpo. O problema da carência é tão sério que, recentemente, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) passou a recomendar a suplementação de vitamina D para todas as crianças e adolescentes até os 18 anos. As diretrizes anteriores sugeriam a complementação apenas até 1 ano. A nova diretriz visa prevenir condições como raquitismo, problemas ósseos e respiratórios.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/artigos/resistencia-a-insulina-1.3216084" target="_blank">Resistência à insulina</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/alerta-se-12-por-8-agora-e-considerado-press-o-arterial-elevada-o-que-isso-pode-representar-para-sua-saude-1.3210211" target="_blank">Alerta: Se 12 por 8 agora é considerado pressão arterial elevada, o que isso pode representar para sua saúde?</a></div>

“Nos últimos 8 anos, estudos internacionais e brasileiros indicaram um aumento significativo no número de crianças e adolescentes com níveis inadequados de vitamina D. Isso se deve, provavelmente, à mudança nas orientações sobre a exposição solar e, principalmente, ao comportamento das crianças e adolescentes, que hoje têm menor contato com o sol e praticam menos atividades ao ar livre”, explica a pediatra Mirna de Sousa, membro da SBP.

A especialista esclarece que a vitamina D é, na verdade, um pré-hormônio fundamental para a regulação do metabolismo do cálcio em todas as células do corpo. A principal função é promover a saúde óssea, prevenindo o raquitismo e garantindo um bom estoque de cálcio ao longo da vida, o que influencia positivamente a saúde óssea desde a infância até a velhice. “Além disso, a vitamina D desempenha um papel crucial no fortalecimento do sistema imunológico, ajudando na prevenção de doenças inflamatórias, respiratórias e autoimunes. Indivíduos com níveis baixos de vitamina D têm maior propensão a sofrer de doenças, não apenas ósseas, mas também sistêmicas”, destaca a pediatra.

Apesar do Brasil ser um país com abundante luz solar, fatores como a redução de atividades ao ar livre e a alimentação insuficiente em fontes naturais de vitamina D aumentam o risco de deficiência nas crianças. A maior parte da vitamina D, cerca de 90%, é produzida pelo corpo por meio da exposição solar, enquanto os 10% restantes provêm da alimentação. No entanto, a SBP alerta que os alimentos mais ricos nesse nutriente, como peixes de águas frias (atum, arenque e salmão), óleo de fígado de bacalhau e fígado de boi, não são comuns na dieta brasileira.

Coordenadora da pediatria do Hospital Israelita Albert Einstein Goiânia e do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), Quíssila Batista Neiva explica que a falta de vitamina D pode não apresentar sintomas em casos mais leves. No entanto, quando a deficiência é mais grave e prolongada, pode causar atraso no crescimento e desenvolvimento, irritabilidade, dores nos ossos e, em casos mais severos, levar a problemas como fraqueza nos ossos (raquitismo em crianças e osteomalácia em adolescentes e adultos). Além disso, pode afetar os níveis de cálcio e fosfato no corpo, gerando complicações sérias.

<img attr-cid="policy:1.3218869" attr-version="policy:1.3218869:1736548316" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3218869/Dra_quissila_pediatra_EinsteinGo.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
A pediátra Quíssila Batista Neiva explica que a falta de vitamina D pode não apresentar sintomas em casos mais leves (Divulgação)

A principal fonte de vitamina D, segundo a pediatra, é realmente a alimentação e a exposição solar, mas ambos apresentam desafios. Alimentos ricos no nutriente, como salmão selvagem e óleo de fígado de bacalhau, são de difícil acesso e não fazem parte da dieta habitual da maioria dos brasileiros. Além disso, a exposição solar sem proteção não é recomendada devido ao risco de câncer de pele. “A melhor maneira de garantir a ingestão adequada de vitamina D seria por meio da alimentação, embora seja difícil atingir as necessidades diárias somente com a dieta, ou por suplementação, que nem sempre está disponível para todos”, explica.

A mudança nos hábitos das crianças e adolescentes, que estão cada vez mais reclusos dentro de casa e com menor contato com a luz solar, representa um dos maiores desafios para a prevenção da deficiência de vitamina D. Essa tendência tem sido mais evidente nas grandes cidades, onde a violência, a falta de espaços públicos adequados e o sedentarismo têm afastado os jovens das atividades ao ar livre. Além disso, o uso de protetores solares, que é essencial para prevenir o câncer de pele, também limita a produção de vitamina D pela pele.

“Hoje, muitas crianças preferem ficar jogando videogame ou no celular em casa, o que diminui ainda mais o tempo de exposição solar, que é a principal fonte de vitamina D”, afirma a pediatra Paula Pires de Souza, cooperada da Unimed Goiânia. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda uma ingestão diária de 600 UI de vitamina D para crianças acima de 1 ano e adolescentes. Em casos de risco, alguns pacientes podem precisar de doses maiores. “É fundamental que a suplementação seja orientada pelo pediatra responsável, pois a deficiência de vitamina D é um problema sério”, alerta Paula.

Além do sol, alimentos como óleo de fígado de bacalhau, fígado de boi, salmão, sardinha e gema de ovo são fontes ricas em vitamina D. “O ideal é manter uma alimentação balanceada com esses alimentos e garantir a exposição solar diária”, completa. A suplementação de vitamina D deve ser sempre orientada por um pediatra, que avaliará as necessidades individuais da criança e os riscos de excesso, que pode causar efeitos adversos à saúde.

Para não errar&nbsp;

Uma maneira eficaz de garantir que as crianças e adolescentes mantenham níveis adequados de vitamina D é incorporar algumas práticas simples no dia a dia. Confira algumas dicas.

Exposição Solar Diária

Incentive a realização de atividades físicas ao ar livre, como caminhadas, brincadeiras no parque ou esportes. A exposição ao sol é uma das melhores fontes de vitamina D, pois a luz solar estimula a produção desta vitamina pela pele. Reserve de 10 a 30 minutos por dia para que a criança se exponha ao sol, preferencialmente nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde.

Alimentos Ricos&nbsp;em Vitamina D

Outra maneira de aumentar os níveis de vitamina D é incluir na alimentação alimentos que são fontes naturais ou fortificadas com essa vitamina. Entre os principais estão peixes gordurosos como salmão, sardinha e atum, gema de ovo, fígado de boi e alimentos fortificados, como leites e cereais

Suplementação Médica

Se a criança ou adolescente tiver dificuldade em obter vitamina D suficiente por meio da dieta ou da exposição ao sol, é importante consultar um pediatra. O médico poderá prescrever suplementos adequados à faixa etária, garantindo que a criança receba a quantidade necessária para seu desenvolvimento saudável.

Alerta: deficiência de vitamina D se torna preocupação crescente para crianças e adolescentes

SAÚDE

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)&nbsp;de suspender o pagamento de emendas de comissão que somam R$ 4,2 bilhões obrigou o governo Lula a fazer contas e avaliar alternativas para o cumprimento do piso constitucional da saúde.

<a href="http://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Segundo colaboradores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Executivo contava com parte dessas emendas para atingir o gasto mínimo que é exigido para a saúde.

Na segunda-feira (23), o ministro Flávio Dino, do STF, determinou a suspensão do pagamento das emendas e a instauração de um inquérito para investigar o processo de liberação desses recursos, incluindo o depoimento de deputados que haviam denunciado irregularidades sobre sua indicação. A apuração foi aberta no dia seguinte pela Polícia Federal.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/goiania-acusa-bloqueio-de-r-18-7-milh-es-na-saude-1.3214556" target="_blank">Goiânia acusa bloqueio de R$ 18,7 milhões na Saúde</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/decis-o-de-dino-suspende-r-93-4-milh-es-destinados-a-goias-1.3214554" target="_blank">Decisão de Dino suspende R$ 93,4 milhões destinados a Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/governo-de-goias-reforca-estrutura-de-analise-e-discute-regras-sobre-emendas-parlamentares-1.3214242" target="_blank">Governo de Goiás reforça estrutura de análise e discute regras sobre emendas parlamentares</a></div>

Além disso, a três dias do fim do ano, o Ministério da Saúde estaria enfrentando dificuldades para execução de emendas autorizadas. Isso porque o STF determinou a destinação de recursos para a saúde em contas bancárias específicas e individualizadas para cada emenda. Nesse caso, o empenho é contabilizado para cumprimento do piso.

Nesta sexta (27), a advocacia da Câmara dos Deputados solicitou o desbloqueio da verba, sob o argumento de que as comissões responsáveis pelas emendas foram suspensas para dar prioridade à pauta de votações e que não houve ilegalidade na indicação dos recursos.

Em resposta, Dino deu um prazo até 20h desta sexta para que a Câmara aponte os beneficiários das emendas, cuja autoria foi assumida por um grupo de 17 líderes de partidos na Câmara dos Deputados.

Segundo sua decisão, o Parlamento insiste "em interpretações incompatíveis com os princípios constitucionais da transparência e da rastreabilidade".

A Câmara enviou nova manifestação ao ministro do STF, reforçando os argumentos da manifestação anterior e afirmando que o ofício assinado por líderes partidários com indicações de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão seguiu orientação do governo Lula.

Integrantes do governo admitem que não haverá como liberar esses recursos, à exceção de uma fatia da saúde, caso Dino mantenha a suspensão do pagamento.

Nesse caso, o governo faz contas para saber se terá de buscar meios para o cumprimento do piso constitucional sem ferir as exigências do STF.

Uma alternativa em análise na Secretaria de Orçamento Federal, do Ministério do Planejamento, era a edição de uma portaria remanejando recursos de outros ministérios para a pasta da Saúde. Outra hipótese seria uma medida provisória de crédito extraordinário.

Apesar desses percalços, integrantes do governo têm trabalhado para evitar o acirramento da crise entre os três Poderes. A orientação é para que nenhuma decisão seja tomada antes do fim do ano, no calor do debate.

A esperança é que se construa a pacificação, com adoção de respostas técnicas às demandas do Judiciário e em diálogo com parlamentares.

No Congresso, persiste a desconfiança sobre a participação do governo no imbróglio, uma vez que a suspensão de emendas devolveria ao Executivo um naco de poder sobre o destino dos recursos públicos, hoje sob o comando dos parlamentares.

Governo Lula avalia alternativas para cumprir piso da saúde após decisão de Dino sobre emendas

Economia

Economia - título

Matéria - Economia

Além das propostas inusitadas ou com características inconstitucionais, os deputados estaduais focaram na apresentação de projetos de lei em três temas prioritários. São eles: a defesa dos direitos da mulher e combate à desigualdade de gênero, o atendimento em saúde, principalmente relacionado a transtornos mentais, e medidas de adaptação às mudanças climáticas, preservação do meio ambiente e sustentabilidade.Diversos projetos buscaram estabelecer direitos e benefícios para crianças atípicas e mães atípicas. Os projetos citam adaptações de serviços públicos e privados para casos como de Transtorno do Espectro Autista (TEA), Síndrome de Down, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Dislexia, entre outros.Outro assunto recorrente foi a definição de políticas específicas para mulheres, principalmente no mercado de trabalho. Na lista, há projetos para instituir a “política de incentivo e proteção às mulheres que trabalham como moto girl” ou para disponibilizar treinamentos na área da construção civil para vítimas de violência doméstica.Dois projetos pretendem criar um selo para premiar empresas que implantem medidas de proteção a mulheres em situação de risco. Outro busca instituir a “política estadual de fomento à presença feminina em carreiras científicas” em Goiás.Os deputados ainda se apressaram para tentar dar resposta política regional ao contexto de alerta nacional gerado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, ocorridas em maio. Os parlamentares apresentaram projetos sobre possíveis tragédias climáticas ou para intensificar a inclusão de ações sustentáveis no estado. Um dos projetos previa a criação de um sistema estadual de gerenciamento de riscos de desastres, mas o foi retirado de pauta pelo próprio autor, Virmondes Cruvinel (UB). O parlamentar apresentou requerimento em que admite repetição, já que o estado já conta com legislação sobre o assunto. Além dos temas recorrentes, que copiam debates nacionais, os deputados também mantiveram em 2024 a rotina de projetos para atender as bases eleitorais com a criação de dias estaduais para categorias ou segmentos e a definição de capitais. Entre os exemplos, estão propostas para Porangatu ter o título de “capital do bezerro de qualidade”, ou para que Itaguaru seja a capital goiana da banana.