Debater e celebrar o patrimônio arquitetônico é o objetivo central da 7ª edição do Goiânia Art Déco Festival (GADF), que tem início nesta terça-feira (14) e se estende até 28 de maio, oferecendo uma programação em diversos locais históricos da cidade. Com entrada franca, o evento promove exposições inéditas de pinturas e fotografias, além de palestras educativas sobre a preservação e valorização do legado arquitetônico.

A abertura será no Museu Confaloni, localizado na Estação Ferroviária, a partir das 19 horas, com uma exposição de obras de 22 artistas da Associação Goiana de Artes Visuais (AGAV) representando monumentos e prédios Art Déco por meio de diversas técnicas. Ao final os trabalhos serão leiloados, em parceria com a Secretária de Cultura de Goiás (Secult-Goiás), e os valores arrecados serão destinados à construção do Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora).

Outro destaque da programação da 7ª edição do festival é a Exposição de Fotografias com as 22 melhores imagens registradas dos patrimônios Art Déco goiano que participaram do concurso Memórias em Foco. A exposição terá a curadoria do fotógrafo Raphael Vieira e as fotos estarão disponíveis para visitação no Centro Cultural Marietta Telles Machado, na Praça Cívica, entre os dias 20 e 24 de maio, a partir das 9 horas.

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As palestras serão realizadas no final, no último dia de programação. A primeira, com o tema Conservação do Patrimônio Moderno: O Caso da Casa Modernista da Rua 84 em Goiânia, terá início às 15 horas e será ministrada pela arquiteta Júlia Mazzutti. O outro tema vai abordar a Rota Art Déco para Saber de Cor, a partir das 16h30, apresentada pela museóloga Bárbara Freire. Os encontros serão no SESP – Soluções Econômicas do Setor Produtivo, que fica na Rua 3, no Centro.

O Goiânia Art Déco Festival acontece desde 2018 e um dos principais objetivos do evento é discutir sobre a preservação deste patrimônio histórico. O projeto foi contemplado pelo Edital de Fomento aos Festivais e Eventos do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás de 2023.

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Serviço

Evento: Goiânia Art Déco Festival 2024 – 7ª Edição

Abertura: 

Terça-feira (14), &nbsp;às 19 horas

Local:

Museu Frei Confaloni / Antiga Estação Ferroviária / &nbsp;Av. Goiás, nº 1799, Centro

Entrada franca

Mais informações: Instagram @GoianiaArtDecoFestival

Festival Goiânia Art Déco Festival começa nesta terça-feira (14)

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Patrimônio em  festa 

As diretrizes de preservação e os critérios de intervenção do acervo Art Déco de Goiânia ganham a partir de agora uma portaria que garante a salvaguarda do patrimônio da capital. O lançamento do documento aconteceu nesta terça-feira (29), na sede do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com a presença do presidente do órgão, Leandro Grass, o diretor de patrimônio e fiscalização, Andrey Rosenthal Schlee, e a coordenadora geral de normatização e gestão do território, Erica Diogo.

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Tombado a nível federal desde 2005, o conjunto de prédios e equipamentos urbanos em estilo Art Déco faz parte dos primeiros anos de Goiânia, como o Grande Hotel, a Antiga Estação Ferroviária, a mureta e o Trampolim do Lago das Rosas, o Palácio das Esmeraldas e o núcleo pioneiro de Campinas. Até então não existia uma Portaria que garantisse normas para a defesa, conversação e manutenção dos pontos arquitetônicos e urbanísticos.

“Trata-se de um instrumento inédito nas medidas de patrimônio de Goiânia. O principal objetivo é estabelecer esses critérios de preservação tanto dos bens tomados quanto dos seus entornos”, explica o superintendente do Iphan em Goiás, Gilvane Felipe. Os bens edificados pertencem ao Município, Estado e ao Governo Federal, responsáveis agora pela adequação das normas.

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Já no entorno dos bens Art Déco existem imóveis particulares que mantêm uma relação urbanística com os tombados e que devem garantir a boa ambiência e visibilidade. “Com a Portaria, os gestores dos bens tombados terão claramente descrito o que se deve preservar em cada um desses edifícios, tanto em relação aos elementos decorativos das fachadas, quanto aos materiais construtivos, como as telhas francesas e os ladrilhos”, comenta Gilvane.

Os moradores e os comerciantes dos entornos dos bens e os proprietários dos imóveis na área central têm, a partir de agora, os critérios de altura e forma de ocupação do edifício no lote. As mudanças impactam, principalmente, o Centro da cidade, como as regiões do Teatro Goiânia, da Praça Cívica e do Colégio Lyceu, e o bairro de Campinas, principalmente no entorno da Praça Joaquim Lúcio.

A norma de preservação foi objeto de consulta pública, que contou com a participação da sociedade, resultando em 12 contribuições sobre os critérios de intervenção em áreas específicas da cidade. “As contribuições se concentraram nos temas relacionados aos valores históricos, aos objetivos da portaria e às intervenções no traçado viário e no núcleo do Centro”, reitera o gestor.

A Portaria, publicada no Diário Oficial, está estruturada em 34 artigos, sendo oito iniciais de apresentação dos objetivos e caracterização do Acervo. Os demais detalham o que deve ser preservado em relação aos espaços públicos, aos edifícios pertencentes à grande área do núcleo central do traçado, aos edifícios das áreas de entorno e nos bens tombados.

É critério de preservação que seja mantida, por exemplo, a hierarquia da Praça Cívica como elemento principal do traçado, garantindo a perspectiva do arruamento que converge até ela, em especial, as avenidas Goiás, Tocantins e Araguaia, Rua 10 e Rua 26, inclusive os cruzamentos da Avenida Anhanguera com a Avenida Tocantins, a Avenida Goiás e a Avenida Araguaia.

“Também é importante preservar as ocupações dos edifícios de esquina, com chanfros ou côncavo-convexo”, explica Gilvane. O documento também garante a preservação e promoção do caráter público das vias internas nas quadras centrais e a ligação contínua dos núcleos Centro e Campinas, na Praça Joaquim Lúcio, pelas Avenidas Anhanguera e 24 de Outubro.

Iphan Goiás lança portaria com critérios de preservação do patrimônio Art Déco

Goiânia

O vereador Henrique Alves (MDB) diz que solicitou correção na declaração de bens apresentada por sua assessoria à Justiça Eleitoral, que indicava salto de 70 vezes em seu patrimônio. O POPULAR mostrou ontem que ele declarou R$ 4,89 milhões este ano, enquanto o registro de 2020 apontava R$ 70 mil em bens.

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O vereador diz ter feito um arrendamento de parte da fazenda de seus pais em Nova Crixás (GO) para criação de gado e o contador incluiu o valor de todo o imóvel rural na declaração. Henrique, no entanto, não informou qual seria a correção até o fechamento desta edição.

Nos dados gerais, 15 vereadores elevaram o patrimônio em mais de 50% ao longo do atual mandato na Câmara. A soma total dos bens subiu de R$ 16,4 milhões para R$ 28,5 milhões, um aumento de 73%.

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O salário bruto de vereador da capital é de R$ 19.966,12. A legislação obriga a apresentação do patrimônio no registro de candidatura, mas não há exigência de que os bens tenham valores atualizados ou de mercado, nem que seja apresentada a declaração de imposto de renda. Não há também nenhuma fiscalização ou punição para quem omite patrimônio ou reduz valores de bens.

Na lista de milionários estão, além de Henrique, outros oito nomes: Sandes Júnior (MDB), com R$ 3,3 milhões; Paulo Magalhães (UB), R$ 2,6 milhões; Izidio Alves (DC), R$ 2,47 milhões; Wellington Bessa (DC), R$ 1,36 milhão; Igor Franco (MDB), com R$ 1,25 milhão; Kleybe Morais (MDB), com R$ 1,23 milhão; Dr. Gian (MDB), com R$ 1,1 milhão; e Cabo Sena (PRD), com R$ 1,01 milhão. ( Fabiana Pulcineli)

Vereador diz que houve erro em declaração de bens ao TRE-GO

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Eleições 2024

Titular da superintendência goiana do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional há menos de um mês (Iphan), Gilvane Felipe pega o órgão com contingenciamento orçamentário, projetos a serem tocados e a vontade de manter o diálogo mais aberto com a Prefeitura de Goiânia e o governo do Estado.

O gestor conta que o órgão não foi consultado para participar da elaboração do programa Centraliza, da gestão municipal. Em resposta, a Secretaria Municipal de Finanças (Seinfra) afirma que desde que o Centraliza começou a ser desenvolvido que o Instituto foi incluído na discussão. "O primeiro contato, inclusive, foi feito em maio de 2023 para apresentação da proposta por parte da Prefeitura. Em julho do mesmo ano, o executivo tornou a procurar o Iphan para consultas relativas a tombamentos e preservação histórico-patrimonial de casarões estilo art déco no Centro da capital goiana", diz a nota.&nbsp;

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Ex-secretário estadual de Cultura, o historiador toca junto à equipe técnica do Iphan algumas ações estabelecidas por meio do Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC - Seleções), como a elaboração de projetos para as revitalizações do Teatro Goiânia e do Palácio Conde dos Arcos. Agora em julho, Gilvane se reúne com o Ministério da Cultura para a criação de uma ação de preservação da comunidade kalunga, que ocupa o maior território quilombola do País, localizado no Nordeste de Goiás. Em entrevista ao POPULAR, o titular fala sobre os desafios e tece críticas à centralização das ações do Iphan nacional.

 
 
Gilvane, no passado você assumiu a gestão da Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás), esteve na superintendência do Sebrae e também já foi presidente do Cidadania. Como se deu o convite para assumir o Iphan em Goiás?

Em primeiro lugar, o convite para eu vir para o Iphan tem a ver com a minha formação. Eu sou historiador, mestre em História. Então, nada mais natural que eu estar em um órgão que cuida do patrimônio histórico e cultural. Aliás, uma das poucas áreas reservadas aos historiadores. Eles são muito mal aproveitados, digamos assim, em termos de máquina e de governo. Em segundo lugar, pelo que você citou já, minha experiência na gestão da Cultura. Eu fui secretário de Cultura por quatro anos, de 2011 a 2014. E eu acho que essas duas coisas pesaram muito. É claro que a política também. Até o final do ano passado, eu era presidente do Cidadania, e eu deixei a presidência para participar da campanha da Adriana Accorsi para a Prefeitura. Não dava para eu ficar na presidência do partido aplicando uma coisa que eu não acreditava e atrapalhando os outros. Então, resolvi sair da presidência, mas não desfiliei, continuo filiado ao Cidadania. Para sair, a menos que me peçam para sair, mas não há motivo para isso.

Você já acompanhava o trabalho do Iphan em Goiânia e no interior de Goiás? 

Não. Eu vim visitar o Pedro Wilson no começo da gestão dele, fui muito bem recebido, foi interessante, mas acompanhar de perto o trabalho do Iphan, não. Quando eu era secretário de Cultura, digamos que não existia uma relação tão boa entre o Iphan e a Secult Goiás, não sei bem explicar o porquê. Da minha parte, enquanto secretário não existia nada. Eu sentia da parte do Iphan não querer proximidade, um distanciamento. Respeitava aquilo, não tinha como forçar.

E hoje, existe essa proximidade do Iphan com o governo do Estado?

Olha, eu acabei de entrar. Nós ainda não tivemos um contato direto com a Secult Goiás, mas nós vamos procurá-los e estamos abertos a recebê-los também. Eu acho que todo esse segmento da cultura é muito menosprezado, quando não desprezado, que a gente tem de se unir. Somos tão poucos, precisamos nos apegar naquilo que nos une.

Você assumiu há menos de um mês. Como você pegou o Instituto?

Eu tenho conhecido os nossos técnicos, todos eles me surpreendendo, muito capazes, eu não sabia do tanto que eles trabalhavam. É muito trabalho para pouca gente. Goiás tem mais ou menos o tamanho da França e sabe quantos funcionários técnicos nós temos aqui? 18. Isso porque estou tirando a parte administrativa, que tem apenas quatro pessoas. Isso para o Estado inteiro. É uma coisa espantosa. Você imaginava a carga de trabalho que cada um dos técnicos tem para executar. Trata-se de um trabalho muito delicado e que às vezes implica conhecimento aprofundado e estudo de campo. Eu nunca estive em um órgão tão difícil. Já estive no Sebrae, já estive no Estado. Aqui é o mais travado que tem, apesar do sistema de processo estar avançado em relação ao Estado. No Iphan tudo é ultra centralizado. Por coisas mínimas é preciso ir para Brasília. Isso é um transtorno para a equipe, que já é reduzida. O que me deixa animado é o espírito das pessoas em tocar o Iphan Goiás para frente.

Quais discussões e projetos o Iphan Goiás vem tocando atualmente? 

Nós vamos ter uma grande discussão sobre o Centro de Goiânia, a questão a respeito da proteção da região, do art déco e temos os novos projetos que o Iphan nacional está tentando levantar. Um dos exemplos que posso citar é que em julho agora teremos uma reunião para tratar dos kalungas, que é uma vontade do Ministério da Cultura e do Iphan nacional que coincide com a minha porque os kalungas moram no meu coração. Fiquei muito feliz quando soube que faz parte da prioridade nacional, mas também se não fosse podia esquecer, porque tudo é muito centralizado no nacional. Para mim, o Iphan precisaria repensar essa sua estruturação aumentando as autonomias para os Estados.

Mas você não pegou nenhum projeto nessa transição da gestão do Pedro Wilson?

Eu ainda estou tomando pé. Eu não cheguei com nenhum projeto em especial até porque este ano estamos trabalhando com o orçamento que foi aprovado no ano passado. A ideia é que no segundo semestre, depois de ter entendido mais as prioridades do nacional, a gente construa uma proposta orçamentária para o ano que vem tentando ver se conseguimos ampliar um pouco mais porque tudo depende muito de recurso. Tem havido contingenciamento orçamentário no Ministério da Cultura como todo e particularmente no Iphan. Mas, assim, o Iphan Goiás não está parado, agora em julho já vamos ter o início da discussão sobre essa ação junto aos kalungas.

Como você enxerga o Centraliza, projeto da Prefeitura? 

Só de abrir o debate sobre o Centro já é algo a se prestar atenção, é um avanço. Tem algumas questões pontuais problemáticas, mas a equipe técnica do Instituto está elaborando um estudo para a gente apresentar como contribuição. Não existe uma conversa com a Prefeitura, o que existe é uma atitude do Iphan em pegar o projeto já mostrado e apresentar a contribuição. Pelo que eu soube, nós não fomos consultados a participar da elaboração do Centraliza. Eu não estava aqui e não sei o porquê. Agora, a vereadora Sabrina Garcez (Republicanos), que é a relatora do projeto na Câmara, esteve presente em um evento e anunciou a inclusão do Iphan no grupo gestor do Centraliza, o que eu considero um avanço.

"Eu nunca estive em um órgão tão difícil", diz Gilvane Felipe sobre o Iphan Goiás

Entrevista

Quem passou nos últimos dias pela Rua do Lazer, no Centro, tomou um baita susto quando percebeu que as luminárias ornamentais que decoravam a via desde os anos 1970 foram retiradas. Em substituição, a Prefeitura de Goiânia instalou novos modelos de lâmpadas em led com o intuito de dar mais segurança à região. A mudança, que tem provocado burburinho nas redes, reacende a discussão sobre a descaracterização do Centro Histórico da cidade.

A Rua do Lazer passou por uma reforma em 2019 com a ideia de desenvolver um ponto ativo de cultura e esporte, com a troca do piso, a revitalização dos becos e a reforma dos elementos urbanos, como os bancos e os postes históricos. Nos últimos meses, as luminárias estavam apagadas e quebradas, o que tornava a região ainda menos convidativa durante a noite.

Após a polêmica, a Secretaria Municipal de Finanças (Seinfra) informou em nota ao POPULAR que “a troca das luminárias da Rua do Lazer foi feita em caráter emergencial para garantir a segurança dos comerciantes e moradores da região”. A mudança, de acordo com a pasta, faz parte do Programa Centraliza, que busca a requalificação do Centro. “A medida foi tomada até que a aquisição de novas luminárias, no estilo art déco, seja concluída e os modelos reinstalados, preservando a arquitetura local”, completa o texto.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/projeto-de-requalificac-o-do-centro-de-goiania-comeca-a-sair-do-papel-1.3086678" target="_blank">Projeto de requalificação do Centro de Goiânia começa a sair do papel</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/rua-do-lazer-sobrevive-esquecida-no-meio-do-centro-de-goiania-1.3072192" target="_blank">Rua do Lazer sobrevive esquecida no meio do Centro de Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/pichac-es-tomam-comercio-no-centro-de-goiania-1.3067873" target="_blank">Pichações tomam comércio no Centro de Goiânia</a></div>

Os charmosos postes da Rua do Lazer - os mesmos presentes na Avenida Goiás - foram instalados no final dos anos 1970, quando o pedaço da Rua 8, entre a Rua 3 e a Avenida Anhanguera, foi fechado para o tráfego de veículos. Em fotos mais antigas da cidade, é possível ver como as luminárias adornavam a região em meio a butiques, cinema e restaurantes, cenário que foi mudando ao longo das décadas.

“Enquanto as reformas forem do tipo maquiagem não teremos a valorização dos espaços urbanos públicos. O que esperamos é que a gestão tenha um programa e projetos de intervenção de qualidade, com definição de ações conjuntas e com cronograma de manutenção”, opina a arquiteta e urbanista Maria Ester de Souza. Para a pesquisadora, elementos urbanos como bancos, postes e luminárias, espelhos d’água, totens e esculturas são representativos do patrimônio urbano e, por isso, devem ser preservados. 
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Rua do Lazer recebeu lâmpadas de led, descaracterizando o espaço público (Fábio Lima / O Popular)

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Transformação

Em centros de cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife, postes de ferro fundidos datados do início do século 20 se mantêm preservados. Em São Paulo, a prefeitura da cidade reforçou a iluminação do Centro Histórico com a utilização de novas lâmpadas, refletores e reformas dos postes ornamentais antigos. Houve uma melhora de 40% na claridade da região, com diferença visível no entorno de pontos turísticos e de grande movimento, como o Viaduto do Chá e o Teatro Municipal.

A questão das luminárias na Rua do Lazer, segundo a professora de Arquitetura e Urbanismo Daniela José da Silva, é bastante controversa. Para a pesquisadora, é possível entender que o uso de lâmpadas mais eficientes seja fundamental para a ambiência e até para a sustentabilidade, por conta da economia de energia que esse tipo de lâmpada proporciona. “Ao mesmo tempo, não dá para que essa substituição seja feita sem um estudo aprofundado sobre impactos que a troca pode causar, como a descaracterização da paisagem”, reitera a arquiteta.

As mudanças precisam dialogar com a memória da paisagem do Centro. De acordo com o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan Goiás), a Rua do Lazer não passa pela competência do órgão. “Quando se faz uma mudança com a das luminárias, é preciso, primeiro, consultar aqueles que passam e que trabalham na rua, que são os principais afetados pela questão”, diz o superintendente Pedro Wilson Guimarães.

Ponto de resistência da Rua do Lazer, o Teatro Carlos Moreira sobrevive há 15 anos na região e acompanhou algumas transformações na paisagem do Centro. Para o teatrólogo que dá nome ao espaço, só o fato de tirar a rua da escuridão durante a noite já ajuda na ocupação do Centro, mas ele destaca: “Não é apenas um trabalho de colocar luz. É preciso que haja uma inteligência nas gestões, como assistência social, a área da saúde, Comurg”. 
 
Luzes da Avenida Goiás

Os mesmos postes e luminárias ornamentais que decoravam a Rua do Lazer ainda estão de pé nos canteiros centrais da Avenida Goiás, muitas delas quebradas e apagadas. A pergunta que se faz é: a mudança emergencial também será feita na avenida? A Seinfra, em nota ao POPULAR, explica que, “quando as lâmpadas do canteiro central forem trocadas, também serão renovadas em estilo art déco, como será feito na Rua do Lazer”.

Não é segredo para ninguém que o Centro tem passado por mudanças radicais em sua paisagem urbana nos últimos anos. Exemplos não param de proliferar, como o caso da Avenida Goiás com a implementação do BRT ou os diversos episódios de derrubadas de casas antigas datadas dos primeiros anos da capital. Para a mestra em Projeto e Cidade pela Universidade Federal de Goiás Daniela José da Silva, as luminárias vistas na Rua do Lazer e Avenida Goiás foram implantadas por volta dos anos 1970 e seguem um estilo eclético, mais ornamentado, provavelmente resultado de uma visão bucólica sobre o Centro da cidade. “Imagens mais antigas, das décadas de 1940 e 1950, mostram luminárias muito mais simples, com um único globo e lâmpada no topo, sem os adornos do modelo presente na rua e na avenida”, explica a pesquisadora.