Uma ida ao banco de sangue para fazer uma doação teve um desfecho inesperado para o jornalista jurídico João Camargo Neto, de 39 anos. Seguindo a legislação vigente, todas as bolsas de sangue coletadas devem ser, obrigatoriamente, submetidas a testes laboratoriais para doenças como sífilis, hepatites B e C, HIV e doença de Chagas. “Doei sangue para a avó de um amigo e me ligaram do laboratório pedindo pra repetir. Era hepatite C”, conta. O episódio aconteceu há cerca de sete anos e desde então ele faz acompanhamento com uma infectologista. “Mesmo curado, faço exames ao menos de quatro em quatro meses. Anteontem mesmo fui à consulta para repetir os exames”, conta. Um dos mitos em torno da infecção por hepatite C é que basta uma infecção para que o indivíduo se torne imune, o que não é uma informação verdadeira, já que existe o risco de reinfecção. “Por ingenuidade, eu achei que estava imune. A infectologista me disse que a gente pode ter hepatite até seis vezes para chegar à imunidade. Ou seja, melhor não ter”, comenta. O tratamento de João foi por intermédio de medicação distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).