A tramitação do pacote de ajuste fiscal do governo estadual ocorrerá com as galerias - espaço no plenário reservado a visitantes - fechadas, segundo decisão anunciada pela presidência da Assembleia Legislativa. A sessão de ontem, em que houve a leitura das duas primeiras matérias do pacote, foi marcada por ataques dos servidores e bate-boca entre deputados.A Assembleia recebeu a Proposta de Emenda à Constituição Estadual (PEC) que prevê limitação dos gastos públicos por dez anos e o projeto de lei que trata de cortes relacionados ao funcionalismo - redução de comissionados, ajudas de custo, horas extras e gratificações. Já é certo que a votação da PEC ocorrerá apenas em 2017, por regras estabelecidas pelo regimento interno da Assembleia quanto a prazos de tramitação. O recesso parlamentar começa no dia 22 de dezembro.Outros dois projetos devem chegar hoje pela manhã ao Legislativo, sendo um deles o que estabelece aumento da contribuição previdenciária do servidor público. O pacote do governo é formado, de acordo com divulgação oficial, por uma PEC e quatro projetos de lei ordinária. A matéria que diz respeito à criação de Fundo de Estabilização Fiscal (FEF), com 15% dos incentivos fiscais, foi adiada por acordo fechado com o setor produtivo.Oposicionistas fizeram críticas às propostas e defenderam a presença de auxiliares do governo para detalhar a situação financeira do Estado e a necessidade das medidas.O tumulto na sessão começou durante discurso do deputado Júlio da Retífica (PSDB), em que agradecia as manifestações de solidariedade pela morte da mãe na semana passada. Diante de provocações dos servidores sobre o pacote, o tucano reagiu: “Não estou aqui para fazer graça a nenhum de vocês”. Os servidores gritaram em coro “puxa-saco”. O parlamentar chamou os manifestantes de “filhos de chocadeira”. O presidente Hélio de Sousa (PSDB) decidiu então suspender a sessão e marcar reunião no Auditório Solon Amaral, em que só puderam entrar assessores parlamentares e jornalistas.Após 20 minutos e por conta de questionamentos de deputados, contrários à realização da sessão no auditório, houve o retorno ao plenário. Com as galerias já esvaziadas, a direção determinou que o acesso fosse fechado. O presidente disse ontem que as galerias não serão abertas hoje e possivelmente durante todo o período de tramitação do ajuste. “Por unanimidade os deputados se manifestaram favoráveis a sessões sem a presença desse segmento que vem aqui provocar e atrapalhar o andamento da sessão. Eles não respeitam o regimento”, afirmou o presidente.