O Ministério Público estadual (MP-GO) protocolou ação por ato de improbidade administrativa contra o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Helder Valin, o secretário extraordinário de Articulação Política, Sérgio Cardoso, e a ex-deputada estadual Cilene Guimarães (PP) pela manutenção de uma funcionária que supostamente recebeu sem trabalhar na Assembleia Legislativa e no governo estadual. A ação foi movida pelo promotor Fernando Krebs e também tem como ré a ex-prefeita de Panamá Maria Lucimar Faustina de Abreu, que seria a principal beneficiária da situação.A ação pede, além da condenação dos quatro réus por improbidade, o bloqueio de R$ 721,4 mil em bens dos mesmos. O valor é referente aos R$ 180,3 mil que Maria teria recebido indevidamente entre abril de 2009 e setembro de 2015, quando excluída da folha de pagamento do Estado por abandono de cargo, e outros R$ 541 mil de multa.Segundo o promotor, Maria Lucimar, ex-ocupante do cargo efetivo de auxiliar técnico na Secretaria Estadual de Saúde (SES), foi cedida para a Assembleia Legislativa no início de 2009, logo após ter encerrado mandato como prefeita de Panamá (2005-2008) pelo PSDB.Na Assembleia, a ex-prefeita foi lotada primeiramente no gabinete da presidência, ocupada à época por Helder Valin, que era deputado estadual pelo mesmo partido. Em seguida, foi para o gabinete parlamentar do próprio tucano e, por último, recebeu uma lotação genérica na Casa.De acordo com o MP, ela recebeu sem trabalhar nesse período, “pois estava em Panamá, sem prestar qualquer serviço para o Poder Legislativo estadual, tanto que foi intimada pessoalmente por oficiais de Justiça em abril, junho e agosto de 2009 e em janeiro e junho de 2010 em dias úteis”.Posteriormente, a ex-prefeita voltou para a SES, de onde foi cedida para o gabinete da Governadoria, lotada na Secretaria de Articulação Política, onde permaneceu entre dezembro de 2011 e abril de 2014, bem como entre janeiro e março de 2015. Ela também teria recebido sem trabalhar nesse período.DesconhecimentoSegundo Krebs, a condição de “funcionária fantasma” da ex-prefeita também contou com a anuência de Cilene Guimarães, que é atualmente Secretaria Executiva do Conselho Estadual de Direitos Humanos, entre agosto e dezembro de 2014.Procurada pela reportagem, Cilene afirmou não ter conhecimento da situação denunciada pelo promotor. “Não sei do que se trata. Não conheço essa pessoa. Nunca tive e não tenho apoio de nenhuma liderança nessa região (de Panamá, que fica no sul do Estado)”, afirmou.Também procurados, Helder Valin, Sérgio Cardoso e Maria Lucimar não foram encontrados até a conclusão desta edição. A assessoria de Valin informou que o conselheiro do TCE está em viagem e não retornou contato, assim como a de Cardoso.