-Imagem (Image_1.1380237)De quimono branco, faixa verde, cabelo preso e olhar fixo aos comandos, a universitária Patrícia Pinheiro Cabral, de 23 anos, segue à risca os exercícios de aquecimento e os de defesa pessoal nos treinamentos da luta israelense krav magá. Ela faz parte de um grupo de mulheres que procura a modalidade para se autodefenderem, mas também pelos benefícios à saúde, como o desenvolvimento da coordenação motora, da agilidade de raciocínio, resistência, força e melhora cardiovascular.Em Goiânia, cresce o número de academias que oferecem a luta. As aulas duram cerca de uma hora e são divididas em alongamento, com exercícios de corrida, abdominais e flexões; depois, aprendizado das técnicas e, por último, revisão de todos os movimentos ensinados. Toda essa movimentação consome de 800 a 1 mil calorias. “É tão intenso que muitas vezes o praticante não percebe o tanto que está se exercitando”, comenta o professor Veruilson Nogueira.Segundo Nogueira, a modalidade não tem contraindicações, pode ser praticada por homens e mulheres de todas as idades. “Se o aluno tem algum problema de coluna, por exemplo, ele faz outro tipo de exercício para compensar. Até quem nunca lutou na vida, consegue se encaixar na técnica. Um iniciante leva cerca de seis meses para ter noções bem amplas e com dois anos já começa a ficar bom”, conta ele, que todos os anos viaja a Israel para fazer curso de reciclagem. Patrícia Cabral queria fazer uma atividade física diferente e conheceu o krav magá por meio de uma amiga, há pouco mais de dois anos. O interesse inicial pela luta foi para fugir do sedentarismo, já que ela não praticava nenhuma atividade física. Ela procurou uma academia que tivesse um horário flexível para não chocar com a faculdade. “Eu não fazia nada antes. Agora o meu condicionamento físico melhorou bastante, tive um aumento de força e perdi 4 quilos”, conta.O outro motivo na busca pela modalidade por Patrícia Cabral foi de autodefesa por conta do aumento da violência. As aulas simulam situações reais, como encenações para que as pessoas aprendam a se defender de episódios, como roubo de bolsas ou agressões com facas ou arma de fogo. “Eu queria aumentar a minha sensação de segurança. Sinto que se precisar posso fazer alguma coisa para me defender, mas espero não precisar usar o que aprendo nas aulas.”Dois em umFoi o misto das duas coisas que levou também a professora Cleide Maria Domingos de Jesus, 40 anos, para os tatames. O incentivo veio de dentro de casa pelo marido, que é militar e praticante da técnica. Ela começou há dois anos, treina duas vezes por semana e é faixa laranja. “Gostaria de ter disponibilidade para fazer quatro aulas porque ainda me considero um bebê na modalidade e tenho muito que aprender ainda, mas acredito que consigo me defender”, avalia.Cleide diz que o seu corpo mudou muito depois dos treinos, e o condicionamento físico melhorou. “Antes de fazer a modalidade, eu era ociosa e atividade física é primordial para a saúde. Antes, subia as escadas e ficava com coração na boca rapidinho. Já quando comecei na academia, sofri um pouco nas primeiras semanas. Ficava bem esgotada no final da sessão pelo ritmo pesado. A gente deita, levanta, chuta, cai e derruba o tempo todo”, comenta.