Do Recanto do Sol, em Anápolis, para o apartamento no Tatuapé, na zona leste de São Paulo. Esse é o caminho trilhado, nos últimos meses, pelo jovem Luciano da Rocha Neves, de 20 anos. Natural da cidade goiana, ele ganha, aos poucos, a fogosa e exigente torcida do Corinthians, que o chama de Talismã, Luciano Ronaldo ou Lucianel Messi nas redes sociais.Exageros à parte, ele tem a empatia de corintianos por fazer, em três jogos – contra Rio Claro (jogou só 2 minutos), Comercial e Linense) – quatro gols. De fato, um início arrasador para Luciano. Camisa 18 do Timão, ele disputará o primeiro clássico hoje, contra o São Paulo, pelo Paulistão, no Pacaembu, às 16 horas.O Timão, após início ruim, reagiu, tem 20 pontos no Grupo B e quer vaga às quartas de final. Luciano, que em janeiro deste ano era do Avaí, fez quatro gols: no Comercial e Linense (dois em cada um). “O mais bonito foi o contra o Linense. Corri, recebi (passe) e bati de primeira, no ângulo.”Muito assediado, ele recebe uma blindagem no Timão. Sexta-feira, O POPULAR manteve rápido contato com o jogador que, após começar bem na base do Atlético (GO), foi dispensado sem muita explicação. “A gente entrou num acordo e fui liberado. O Atlético não estava me utilizando. Eu queria jogar. A minha melhor lembrança daí (do clube), além dos amigos, foi o gol no Inter”, disse Luciano, citando 13 de outubro de 2012, quando, no primeiro toque na bola, fez gol nos 3 a 1 sobre o Inter.Luciano falou com o POPULAR após participação no Globo Esporte, em que estava estiloso, vestido com camisa polo branca do Timão, boné com a aba virada, calça jeans e duas estrelas tatuadas no braço esquerdo. Para ele, o importante é ser humilde. “Fui muito bem recebido aqui. A acolhida me fez bem e tenho de retribuí-la jogando bem”, frisou o atacante, que tem contrato de três anos com o Corinthians.Para não ficar só, ele levou para a capital paulista os pais, Itamar Pontes Neves, conhecido como Ita, e Luci Bicudo Rocha Neves. “Meu pai está muito feliz. É a realização de um sonho meu e da minha família. Aqui, a minha vida é de casa para o treino e vice-versa.”Em Anápolis, o que se diz é que Ita e o tio de Luciano, Itanair Pontes, eram bons jogadores na várzea. Tal qual o filho caçula, Ita foi atacante, enquanto Itanair era volante. Na cidade natal, Luciano ficou dos 10 aos 15 anos, com o técnico Ricardo Vilaça, o Tim, nas escolinhas Araguaia. Ele jogou a liga amadora pela Anapolina, dos sub-13 ao sub-16, foi para a base do Anápolis e chegou ao Atlético. “Já era rápido e habilidoso”, disse Tim, citando que Luciano ganhou vários títulos nesse período.-Imagem (Image_1.492465)