-Imagem (1.1577106)Os atletas da Caminhada Ecológica precisam superar, além de 310km de estrada, as dificuldades que o corpo impõe, como canelite, cãibras, dores na panturrilha, calos, bolhas e sintomas de fadiga muscular. Tudo isso é parte da rotina para os 27 – 23 homens e 4 mulheres – que estão na 27ª Caminhada Ecológica, que entra, nesta sexta-feira (20), no 4º e penúltimo dia, com largada em Faina e chegada em Araguapaz.Não se desgastar física e emocionalmente, é quase impossível para qualquer participante do evento. As dores fazem parte do caminho, acompanham os atletas. Alguns não gostam nem de lembrar do assunto. “Cada um sabe onde o calo aperta”, brincou Edécio Pontes, de 67 anos e atleta mais velho da 27ª edição do projeto que é realizado pelo POPULAR.Assim, para prevenir e minimizar os efeitos que a dureza de 60 a 70km diários trazem aos atletas, as equipes de apoio entram em ação. Durante as pausas para descanso, à noite e até na estrada, coordenadores e acadêmicos trabalham para recuperar cada um dos participantes.Além disso, as equipes de Nutrição, Enfermagem e Fisioterapia da Pontifícia Universidade Católica (PUC/GO) procuraram inovar para diminuir o desgaste, lesões e dores. Há a orientação de um médico – neste ano, é o ortopedista Rui Rocha.“A maior reclamação dos atletas, em termos de dores, é a canelite, que é estresse do músculo tibial. Como o nome já diz, é inflamação na canela mesmo”, explicou Helena Ribeiro, coordenadora da equipe de Fisioterapia da PUC/GO. Segundo ela, outras incidências são dores na panturrilha. Uma das recomendações é que o atleta faça sessões de crioterapia, que acabam contribuindo para evitar mais lesões e ajuda na recuperação de tecidos lesados. O que chama atenção, para a coordenadora, é que os atletas têm aumentado o tempo de imersão nas vasilhas com gelo. Já chegam a 12 minutos - antes, ficavam pouco mais que 5 minutos.Boa alimentação e reposição energética constante durante a prática da Caminhada são atribuições da equipe de Nutrição. Na estrada, itens como barras de rapadura, mexerica, banana, água e três tipos de suplementação diluídas (bicarbonato, creatina e isotônicos) constam do “cardápio” de cada atleta. Edécio Pontes, por exemplo, teve dificuldade quando estava entrando no projeto, mas conseguiu absorver bem as recomendações e tem se saído muito bem nos últimos anos.“Estamos fazendo de forma individualizada, a partir dos dados coletados nos atletas. No último dia, vamos fazer a pesagem deles, novamente. Isso foi feito no início, para a comparação de cada um”, explicou Aryanne Reis, coordenadora da equipe de Nutrição. Além disso, a alimentação diária é leve, balanceada e proporcional ao esforço físico exigido durante cada dia de evento.Com relação às bolhas, a equipe de Enfermagem faz aplicação de loção para ajudar na cicatrização do local. Há a parte que antecipa o tratamento, o chamado “curativo preventivo”, segundo a coordenadora da Enfermagem, Nathália Caetano. Antes do início de cada dia, as bandagens de esparadrapo são colocadas nos dedos e em parte da planta dos pés. Tem dado certo para alguns atletas, mas é preciso cuidado com a umidade no local.Além disso, na estrada, as equipes procuraram preparar outro tipo de ajuda. Trata-se do “apoio emocional”, conforme define Nathália. Segundo ela, quando há algum atendimento ou a passagem dos atletas pelas vans, “procuramos ser divertidas, como forma de animar cada um dos atletas”. Ela ressalta que isso não é “apoio psicológico” e que não é intenção da equipe entrar nesta área, para não haver conflitos.Os atletas se divertem com as dancinhas e coreografias, que têm sido ensaiadas e mostradas na estrada. Há outros tipos de atendimentos nas pausas, como medicação variada (relaxantes musculares, por exemplo) e hidratação venosa, se for necessária.Terceiro diaNesta quinta-feira (19), os atletas da 27ª Caminhada Ecológica encararam os percalços da travessia da Serra Dourada, com 42km pela manhã – a partida foi da Cidade de Goiás. Eles foram homenageados, à tarde, pela Associação Campo da Paz, liderada pela presidente Vera Maria de Andrade. Ao som da música “Paz na Ecologia”, entoada por adultos e crianças, os atletas puderam apreciar sucos naturais de cagaita, acerola, caju e cajazinho.A entidade programou o lançamento do projeto Alecrim Alegria, com produtos feitos à base de plantas nativas e cultivadas no Jardim do Centro e no Horto Medicinal Chão de Estrela.-Imagem (1.1577094)-Imagem (1.1577095)