O Rio Meia Ponte, em Goiânia, mais parece um depósito de pneus no flagrante fotográfico registrado ontem, pelo POPULAR, nas imediações do Setor Santa Genoveva e da BR-153. A cena é prova de crime ambiental. E o que é pior: sem indícios da autoria.?Trata-se de um dano gravíssimo, mas chegar ao autor é coisa rara, muito difícil?, afirma o titular da Delegacia Estadual do Meio Ambiente (Dema), Luziano de Carvalho. ?A sociedade tem de tratar o meio ambiente como patrimônio dela. Infelizmente, quem vê alguém jogando pneu em um manancial não denuncia e, muito menos, anota ao menos a placa do veículo, o que deveria ocorrer?, argumenta.De acordo com Luziano, há casos até de carcaças de animais jogados no Meia Ponte, segundo ele, em monitoramento constante pela Dema. A Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) também garante ter equipes trabalhando no monitoramento de nascentes e córregos na capital e atesta a dificuldade de chegar aos responsáveis por crimes ambientais como o flagrado pelo POPULAR.Thiago Camargo, diretor de Gestão Ambiental do órgão, diz, entretanto, que o número de ocorrências desse tipo diminuiu após convênio da Prefeitura firmado com a Reciclanip, entidade criada em março de 2007 pelos fabricantes de pneus novos Bridgestone-Firestone, Goodyear, Michelin e Pirelli para garantir a destinação final de pneus inservíveis, conforme determina a legislação. Em Goiás, o programa mantém um total de 17 pontos de coleta de pneus ? chamados ecopontos ?, dois deles estão localizados em Goiânia.Mesmo com o local próprio para a entrega do produto ? pelos próprios donos de veículos, empresas ou comerciantes que trabalham na área ?, a Companhia Municipal de Urbanização (Comurg) continua encontrando pneus abandonados nas diversas regiões da capital. A Superintendência de Comunicação do órgão informa que, diante desse tipo de situação, o procedimento da Prefeitura é encaminhar o produto para os pontos de coleta mantidos pela Reciclanip, localizados no Jardim Guanabara (Rua Goiás, quadra 17, lote 15) e no Parque Oeste Industrial (Rua do Café, quadra 52, lote 14).Elisângela Sheila Coladino, responsável pelos ecopontos em Goiânia, conta que ambos recebem, mensalmente, entre 200 e 300 toneladas de pneus ? cerca de 25 mil pneus de veículos de passeio e, em torno de 2,5 mil, de veículos de carga. Segundo ela, 100% dos pneus entregues nos dois ecopontos ? gratuitamente e mediante documentação para quem faz a entrega ? são encaminhados para fábricas de cimento, para reciclagem: em Cezarina e Sobradinho (DF).NA HISTÓRIAProjeto já tem 11 anosO projeto de coleta de pneus ? que atende todo o País ? teve início em 1999, com o Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis implantado pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), entidade que representa os fabricantes de pneus novos no Brasil. De acordo com informações divulgadas no site www.reciclanip.com.br, desde o inicio do programa, até hoje, foram destinados de forma ambientalmente correta mais de 200 milhões de pneus de automóveis. Conforme a Reciclanip, para alcançar esse resultado, os investimentos ultrapassaram a marca de US$ 71 milhões. A sede da Reciclanip fica no bairro Brooklin Novo, em São Paulo (SP).

Rio Meia Ponte mais parece um depósito de pneus velhos

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Desde a Prensa de Gutenberg ao Reels de Zuckerberg, um professor veio para transformar informação em conhecimento. As décadas de 70 e 80 do século XX foram de grande relevância para modelar os rumos da vida humana e para indicar os padrões de comportamento que nós conhecemos hoje como hipermodernidade.

Em 70 e 80, vimos o surgimento do chamado neoliberalismo, sistema de pensamento social, político e econômico que instaurou uma visão de estado mínimo e de globalização, com fundamento na ascensão do indivíduo como o único centro de sua própria vida.

Como fundamento econômico, baseado na economia de mercado, na individualidade como fonte soberana e independente de livre pensamento humano, nas palavras da filósofa Ayn Rand, não tenho críticas profundas, já que o iluminismo é a base da nossa cultura.

Ocorre, porém, que – como sistema moral e ético – a visão neoliberal é desconstrutora do processo civilizatório, que conseguimos conquistar, a duras penas, após a Queda da Bastilha. O neoliberalismo ignora tradições seculares; não tem interesse pela memória de nossos antepassados; tem devoção pela inovação; e prega a ascensão de coaches megalomaníacos e intelectualmente vazios. Hoje, 15 de outubro, é preciso refletir sobre o papel dos professores nesse contexto.

É importante relembrar que o professor é uma instituição em um país sério. A palavra professor é do mesmo campo semântico de profissional, profecia, profeta. Professor é aquele que faz as outras profissões. Um professor tem a missão de levar o aluno às mais profundas sinapses, para que ele se aproxime da racionalidade máxima. Mais do que isso: um professor é um mestre, cuja sabedoria cognitiva e comportamental precisa estar acima da média.

Infelizmente, o pensamento narcísico da sociedade hipermoderna e o péssimo sistema de formação de professores tem atacado a profissão das profissões. O mundo contemporâneo tem matado o professor.

Alguns - contaminados por ideias superficiais - dirão que os professores não se adaptaram às redes e às novas tecnologias, o que é – de fato – um problema ligado à falta de governança de um projeto de nação. Tal argumento, porém, não é suficiente, porque as tecnologias são feitas para substituir trabalhos operacionais, que exigem apenas informação. Um professor não existe para dar informação. Desde a Prensa de Gutenberg ao Reels de Zuckerberg, um professor veio para transformar informação em conhecimento. A inteligência artificial é ótima, mas é apenas ferramenta.

Noutro dia, alguém me convidou para ser facilitador em uma turma de pós-graduação. Obviamente, como professor (e machadiano que sou), propus-lhe ironicamente uma reflexão sobre a função de um facilitador. É evidente que um professor tem que trocar experiências como os alunos; que é o dono da razão, mas ser um facilitador é um desrespeito aos nossos ancestrais iluministas. Então, professor, sim; facilitador, jamais.

Carlos André Pereira Nunes, professor, linguista e advogado, especialista em Educação

Professor, sim; facilitador, jamais

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A revolução da inteligência artificial no mercado de trabalho está consolidada. E, com ela, novos desafios se impõem à educação pública brasileira, que não tem acompanhado as transformações. Reportagem publicada na edição do POPULAR desta segunda-feira (14) lista uma série de barreiras encontradas no ambiente escolar: 89% das instituições públicas estão conectadas em redes de baixa velocidade e só um terço dispõe de equipamentos como computadores e tablets para atividades pedagógicas. Em Goiás, apesar de 98% delas terem acesso à internet, a velocidade é inadequada em 56%, de acordo com osindicadores do Grupo Interinstitucional de Conectividade para a Educação (Gice).Em relação aos recursos humanos, faltam políticas de formação continuada para os professores, que não estão, em grande parte, preparados para lidar com a vanguarda tecnológica. Os obstáculos são gigantescos, ainda mais em um país onde metade da população não domina habilidades digitais básicas, mas devem ser enfrentados. Caso contrário, o Brasil perderá mais uma vez o bonde da história, o que será fatal para milhões de jovens que enfrentarão um mercado que desconhece fronteiras.

IA nas escolas públicas

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Jorge Braga

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Indicadores da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) demonstram que crimes violentos, como homicídio, feminicídio e estupro, tiveram queda no comparativo de janeiro a setembro deste ano com o mesmo período do ano passado. Os dados, apresentados pelo governador Ronaldo Caiado (UB) em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (14), demonstram ainda que delitos como roubo e furto também apresentam redução.

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Nos nove meses completos deste ano, foram registrados 706 homicídios dolosos (ou seja, cometido com intenção), 38 feminicídios e 502 estupros. Já tentativas de homicídio somam 1.226 ocorrências. No mesmo período de 2023, os índices foram de 779 (diferença de 9,4%), 46 (17,4%), 539 (6,9%) e 1.279 (4,1%), respectivamente. Nos casos de crimes contra o patrimônio, a maior queda foi de roubo de carga, com 67,9% – de 28 para 9. Já considerando aqueles com mais de mil ocorrências, roubo a transeunte foi o mais reduzido, de 6.256 para 4.365, ou seja, 30,2% a menos.

A apresentação dos indicadores também fez menção ao comparativo de 2018 a 2024. Nesse caso, o maior percentual de redução foi de roubo a instituição financeira que, naquele primeiro ano, teve 24 registros. No período deste ano, entretanto, não houve nenhum. Roubo e furto a transeunte, roubo de veículos, além de roubo em comércios e residências, foram os mais destacados. Os crimes hediondos apresentaram diminuição nos números, mas com um percentual menor. No caso de homicídios dolosos, a queda foi de 56%. Homicídio tentado (20,39%) e estupro (14%) seguem a lista. No caso de feminicídios, a contabilização foi feita junto com os homicídios dolosos.

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Para Caiado, o comparativo a 2018 mostra que “salvamos vidas”. “Foi essa polícia que implantou a segurança e os níveis de óbitos diminuem cada vez mais. Goiás é um exemplo de como realmente cuidar da população”, disse. O secretário de Segurança Pública, Renato Brum, também comentou sobre os dados. “São dados aferidos sistematicamente. É resultado do trabalho árduo de integração, controle carcerário, presença forte das forças segurança de forma preventiva e de forma investigativa e inteligência policial” declarou.

Durante a coletiva de imprensa, também foi demonstrado um “avanço na produtividade policial”. É citado, a exemplo, que a Polícia Militar do Estado de Goiás aumentou em 26,25% o número de abordagens a pessoas e 18,85% a veículos. Há um aumento, ainda mais expressivo, de acompanhamento de medidas protetivas de urgência (MPU) a mulheres vítimas de violência doméstica – de 26.248 para 88.743, ou 238% a mais.

A Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) também teve indicadores de produtividade maiores. O total de inquéritos saltou 7,55%, e os remetidos ao Poder Judiciário aumentou 13,19%. O número de operações policiais cresceu 43,57%, e o de prisões efetuadas, 45,67%. No caso do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO), houve elevação de 46% no total de atendimento via 193 e 83% a mais de atendimentos via serviço aéreo. O trabalho da corporação em incêndios urbanos e florestais também aumentou em 24,17%. No caso da Polícia Científica, o total de coletas de material genéticos de condenados foi o maior acréscimo: 238,5% a mais, saindo de 283 para 958.

Crimes violentos registram redução

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