A terceira edição do relatório “Retrato da Segurança Viária”, desenvolvida pela Ambev em parceria com a consultoria Falconi, mostra que o Centro-Oeste teve 31 mortes no trânsito a cada 100 mil habitantes em 2014. Essa é a maior taxa do país – a média nacional é de 21,9. Em comparação com 2013, a região teve um aumento de 2,7% no número de mortes, com um total de 4.725 vítimas.Com o objetivo de auxiliar a elaboração de políticas efetivas de combate aos acidentes de trânsito, o material oferece um cruzamento inédito de dados de entidades como Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), Datasus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde), Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), além da Organização Mundial da Saúde (OMS).Com um dos trânsitos mais violentos do mundo segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil vivencia um aumento de 3,2% no número total de mortes em decorrência de acidentes em um ano, segundo os dados mais recentes, referentes a 2014. O crescimento volta a ser constatado, depois de uma queda de 5,7% entre 2012 e 2013, que reverteu a tendência de aumento que já durava quatro anos. Em 2014, 44.471 brasileiros perderam suas vidas em acidentes viários e o número absoluto de feridos cresceu 5,9% em relação a 2013, chegando a mais de 203 mil. No mesmo período, os feridos por 100 mil habitantes aumentaram 5%. De 2003 a 2014, mais de 477 mil brasileiros morreram nas ruas, avenidas e estradas e mais de 1,7 milhão ficaram feridos.O estudo mostra ainda que, nos 12 anos analisados, os acidentes com motos passaram a ser a principal causa de morte no trânsito, subindo de 19% para 37% do total de vítimas fatais. Enquanto isso, o número de feridos entre motociclistas quase quadruplicou: de 31.073 para 119.846. Em 2003, os acidentes fatais com pedestres eram a maioria, representando 43% do total. Os carros de passeio apareciam na sequência, 29%. De acordo com os dados mais recentes, 24% dos acidentes que levam a óbito são com pessoas a pé e 32% com carros.Óbitos por regiãoA região Sudeste concentrou o maior número de mortes em 2014, com 15.603 vítimas, um crescimento de 4,5% em relação a 2013. O Nordeste vem em seguida, com 13.430 mortes, 3,1% a mais que no ano anterior. No Centro Oeste, o total de vítimas foi de 4.725 (aumento de 2,7%) e no Norte, 3.768 (crescimento de 3,9%). No Sul, foram 6.945 mortes em 2014, um aumento mínimo de 0,8% na comparação com 2013.Ao analisar o número de óbitos por 100 mil habitantes, o Sudeste é a região mais segura, com taxa de 18,3. Em seguida vem a região Norte, com 21,9. Com taxas semelhantes estão as regiões Nordeste e Sul, ambas com 23,9. Por último, fica a região Centro-Oeste, com uma taxa elevada: 31 mortes a cada 100 mil habitantes. A análise por região também revela que no Nordeste e Norte, os usuários de moto representam o grupo predominante entre as vítimas. No Nordeste, foram 6.849 vítimas fatais de acidentes com moto (51% do total), mais que o dobro das 3.223 vítimas de acidentes com carro (24%). Em 2003, as motos representavam 25% das mortes no trânsito na região Nordeste. Desde então, a frota de motos nos estados nordestinos saltou de 1,2 milhão para 6,2 milhões, um aumento de 414%. O usuário de automóvel lidera o ranking de óbitos nas regiões Sudeste (34% do total de acidentes), Sul (39%) e Centro-Oeste (37%). Perfil de maior riscoApesar de as motos constituírem apenas 27% da frota nacional de veículos automotores, os motociclistas integram o maior grupo de vítimas de trânsito no Brasil, representando 37% das mortes e 59% dos feridos em acidentes. Em 2014, 54,4% de todas as internações por acidentes de transporte em hospitais estavam relacionadas a esse tipo de veículo. “O número de motocicletas se expande em velocidade superior ao de outros tipos de veículos. Enquanto a frota de carros entre 2003 e 2014 dobrou, a de motos mais que triplicou. Dessa forma, o número de óbitos e de feridos com motociclistas pode crescer ainda mais”, explica Daniel Oliveira, consultor da Falconi e gerente responsável pelo Retrato da Segurança Viária 2016.Já usuários de automóveis representam 32% das pessoas que morreram nas ruas e estradas brasileiras em 2014, seguidos pelos pedestres (24%), bicicletas (4%) e caminhões e ônibus (3%). -Imagem (1.1199671)