Bebida premiada

A cachaça de alambique produzida em Goiás está ganhando um lugar de destaque no mercado dentro e fora do País. Os alambiques goianos multiplicaram sua produção por cinco desde 2015, que passou de 300 mil para 1,5 milhão de litros de cachaça de alambique por ano. Para isso, os fabricantes investiram na formalização da atividade e na melhoria da qualidade da produção, o que tem rendido dezenas de prêmios nacionais e até internacionais.&nbsp;

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Até 2015, eram apenas 13 produtores registrados. Atualmente, 32 fabricantes formalizados produzem a bebida em vários municípios do estado e 23 deles estão reunidos na Associação Goiana dos Produtores de Cachaça de Alambique (AGOPCAL). O presidente da Associação, Luiz Manteiga de Campos Filho, fabricante da cachaça Castelo Branco, lembra que um levantamento feito há alguns anos revelou uma alta clandestinidade na produção goiana.&nbsp;

Para reduzir o problema, a AGOPCAL fez uma parceria com o Sebrae, Senai e Emater, no projeto Cachaças de Goiás, que ajudou a aprimorar a produção e a tirar muitos produtores da informalidade. Eles melhoraram a qualidade e a imagem de seu produto, passaram a pagar impostos e a produzir com segurança. “Sem analisar o produto, eles não sabiam o que estavam servindo, pois existem metais contaminantes, como o metanol, produzidos na destilação”, alerta Luiz Manteiga.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/diferencial-e-cuidado-e-paix-o-de-alambique-diz-produtor-1.3158427" target="_blank">'Diferencial é cuidado e paixão de alambique', diz produtor</a></div>

Depois de ações para capacitação e profissionalização, com treinamentos e cursos, as cachaçarias goianas passaram a participar de feiras dentro e fora do País, conquistando muitas medalhas. “Fizemos um estudo de mercado, vendo onde estávamos e onde queríamos chegar, e crescemos em número de produtores e produção”, lembra o presidente da AGOPCAL.&nbsp;

Mas, para ele, a concorrência desleal com a cachaça clandestina, que pode fazer muito mal à saúde do consumidor, ainda é um problema. “Não temos concorrentes para a cachaça de qualidade, pois cada uma é de um jeito. Meu maior concorrente é o cara que compra álcool combustível de usina e desdobra com água, açúcar e corante para vender no mercado. Isso causa muitos danos à imagem da cachaça de qualidade e à saúde de quem consome”, alerta.&nbsp;

<h2>Envelhecimento</h2>

A grande maioria da cachaça produzida em Goiás é envelhecida em barris de carvalho americano ou francês. É o caso da cachaça da Posse, produzida por Carlos Augusto Guedes, num alambique em Guapó. Ele conta que produz cerca de 50 mil litros anuais da bebida, que é envelhecida por dois ou cinco anos e vendida em Goiás e várias partes do País. “Estamos fazendo uma parceria com uma rede de hotéis e restaurantes de Foz do Iguaçu, que enviará o produto para suas unidades na Argentina e Paraguai”, conta.

Fora do Brasil, a cachaça é mais conhecida na caipirinha. “Mas restaurantes brasileiros já estão ensinando seus clientes a tomarem a dose de cachaça de alta qualidade”, conta Guedes. Segundo ele, a produção da cachaça da Posse cresce cerca de 20% ao ano e ela é vendida em embalagens de vários tamanhos e modelos, que vão de 60 aos 700 mililitros. A mais vendida é a cachaça envelhecida por dois anos, que custa cerca de R$ 55 no varejo, enquanto a envelhecida por cinco anos sai por R$ 140. Em breve, a empresa também lançará a cachaça envelhecida em madeira de amburana. O alambique, que gera nove empregos hoje, está à procura de mais funcionários e também realiza visitas guiadas.

A produção goiana acontece entre junho e outubro, junto com a safra da cana. Há 31 anos no mercado, a cachaça Cambeba, produzida em Alexânia, é a quarta mais antiga em funcionamento no Brasil, de acordo com o proprietário, Galeno Cambeba Furtado. Com uma produção anual 150 mil litros, ela é vendida em todo País, União Europeia e nos Estados Unidos, com representações em Barcelona, na Espanha, e na Flórida (EUA). “Ela é envelhecida em barril de carvalho numa adega que fica no subsolo com 1,5 mil barris, cada um com 200 litros”, informa o produtor.

São seis rótulos diferentes de cachaças envelhecidas por até dez anos. As garrafas com até 700 mililitros chegam a custar até R$ 315. “Nosso grande diferencial no mercado é ser uma cachaça orgânica, sem nenhum produto químico que possa afetar a saúde, e com mais de 20 prêmios em competições internacionais, incluindo Austrália, China, União Europeia, EUA e na África do Sul. A única que é exportada”, ressalta Cambeba.

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Cachaça goiana multiplica produção e premiações

Economia

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Matéria - Economia

Indústria

Na Bolsa de Toronto desde 2021, a chilena Aclara Resources também é focada no desenvolvimento da cadeia de valor de Elementos de Terras Raras Pesadas (ETRPs), com projetos de lavra e beneficiamento mineral em depósitos de argilas iônicas no Chile e Brasil, na fase de pesquisa mineral e licenciamento. Em Goiás, a empresa já desenvolve o projeto Carina, no município de Nova Roma, no nordeste goiano, num investimento previsto de R$ 2,8 bilhões e que deve começar a produzir em cinco anos. De acordo com a Aclara, um de seus objetivos é reduzir a dependência ocidental do monopólio chinês dos ETRPs, promovendo uma cadeia de suprimentos confiável, com os mais altos padrões de ESG. Dada a escassez dos ETRPs, a previsão da Aclara é fornecer 16% da produção chinesa, fornecendo ímãs permanentes para 5 milhões de veículos elétricos por ano. A empresa desenvolveu, em colaboração com a Universidade de Toronto, um processo de extração de ETRs a partir de argilas iônicas mais sustentável.José Augusto Palma, vice-presidente executivo da Aclara, informa que o empreendimento deve criar cerca de 5,7 mil empregos, entre diretos e indiretos durante o período das obras civis e operação, além de contribuir para o fortalecimento da economia regional. A Aclara deverá firmar parcerias com instituições de ensino e de fomento ao empreendedorismo para formar e qualificar mão de obra regional, incentivar e desenvolver os empreendedores locais.O objetivo da empresa, segundo ele, é se tornar um produtor ocidental sustentável de terras raras pesadas, aplicando práticas da mineração verde para facilitar a transição para um planeta mais limpo e descarbonizado. “A atuação da empresa é pautada pelo conceito de mineração climaticamente inteligente e traz inovações por meio de seu processo patenteado, intitulado Colheita Mineral Circular, que não tritura, não moi e não produz nenhum resíduo líquido, não necessita de barragem de rejeitos e reutiliza 95% da água”, destaca. A vida útil da mina é estimada 22 anos, podendo ser ampliada de acordo com avanços na pesquisa mineral.A Appia Rare Earths &amp; Uranium, empresa canadense que atua nos setores de elementos de terras raras e urânio, anunciou que investirá R$ 550 milhões no projeto de exploração de terras raras PCH, no município de Iporá, nos próximos quatro anos. Um relatório técnico independente, preparado de acordo com normas canadenses, sobre o projeto localizado em Goiás, descreveu um teor e volume excepcionais dos minerais na região.O presidente da Appia, Stephen Burega, disse que a combinação do tamanho significativo da área mineralizada, com altos teores, confirmam a atratividade do depósito como um eventual projeto de classe mundial. As pesquisas dos elementos de terras raras (ETRs) em Iporá, Diorama e Israelândia começaram em 2018 e apontaram resultados promissores em relação ao volume, teor e qualidade do minério localizado na região. “Concluímos a medição do primeiro recurso em 52 milhões de toneladas de reservas de terras raras em um projeto que indica ter uma quantidade muito superior a essa. O teor está acima da média mundial para o depósito”, confirmou o representante da Appia no Brasil, Antonio Vitor.O secretário de Indústria e Comércio do Estado, Joel Braga, lembra que, com a descoberta da mina, já foram investidos cerca de R$ 50 milhões em estudos. “Neste momento, eles estão fazendo todas as tratativas a nível federal. A previsão de investimento pode até superar a de Nova Roma. Todos projetos devem receber R$ 7 bilhões em investimentos”, prevê. Ele lembra que os projetos têm papel fundamental no processo de descarbonização do planeta e dá o exemplo de Nova Roma, que produzirá o magneto que puxa energia da bateria. “Cada quilo deste metal extraído chega a custar entre US$ 2 mil a US$ 3 mil no mercado internacional”, destaca. Braga ressalta a importância de se criar 5 mil empregos numa cidade com apenas 4,8 mil habitantes, que só vivia da pecuária, terra devoluta, de difícil acesso, com alto índice de pobreza e de baixa produtividade por hectare. “Esta é uma mineração diferente das outras, que deixam crateras. “Eles só tiram 0,03% da terra, que é devolvida ao meio ambiente reflorestada. Para obterem licenças, eles precisam fazer este reflorestamento numa área que tinha problemas de produtividade”, diz.

Investimentos no estado já somam cerca de R$ 7 bilhões

Terras raras

Investimentos previstos nas Terras raras

A mineração de terras raras em Goiás já está sendo reconhecida como de importância crítica para a transição energética global. A Serra Verde Pesquisa e Mineração (SVPM), que administra uma mina de extração destes minérios no município de Minaçu, no norte do estado, foi incluída na lista de projetos prioritários da Minerals Security Partnership (MSP). Esta é a primeira produtora em escala fora da Ásia dos quatro elementos críticos de terras raras (ETRs), essenciais para a produção de ímãs permanentes eficientes. Mas Goiás já tem outros dois projetos de exploração de terras raras em fase de implantação e de projeto.

Estes imãs são necessários para a transição energética e essenciais para a produção de motores elétricos eficientes usados em veículos elétricos, turbinas eólicas, aparelhos de ar-condicionado e outras aplicações vitais. A produção da Serra Verde proporciona um suprimento de ETRs novo, confiável, rastreável e de baixo teor de carbono para diversificar as cadeias de suprimento globais. O diretor operacional da Serra Verde, Ricardo Grossi, lembra que as primeiras pesquisas começaram em 2008 e em 2023 obteve a licença para começar a operar.

Em janeiro deste ano, a empresa iniciou o chamado “ramp up”, ou o início da operação para comercialização. “O Brasil fala de terras raras de forma recente e o termo ainda é pouco conhecido ainda pela maioria da população. São 15 minerais super-heróis da tabela periódica, minerais com peso atômico mais alto”, explica Grossi. A empresa produz o concentrado de terras raras, a primeira fase de agregação de valor e que tem os quatro elementos magnéticos essenciais para fabricação dos super ímãs, aplicados em carros elétricos e turbinas de geração de energia eólica, por exemplo: neodímio, praseodímio, disprósio e térbio.

Minaçu é o primeiro a produzir estes quatro elementos em escala industrial fora da Ásia, um minério com alto valor agregado pela aplicação. O diretor operacional da Serra Verde informa que a planta tem capacidade para produzir 5 mil toneladas de óxido de terras raras, volume que deve ser atingido até 2026. Ele lembra que a extração movimenta grandes volumes de terras com minérios para obter um volume menor do produto final. O depósito de Minaçu é de argila, que não demanda uso de explosivos e tem operação mais simples na mina.

<div attr-cid="policy:1.3205207" attr-version="policy:1.3205207:1732932264" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3205207" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3205207', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3205207">Investimentos previstos nas Terras raras (1.3205207)</a></div>

O resultado final é o carbonato de terras raras. O desafio seguinte é separar os 15 elementos para fazer cada produto para aplicações específicas. Mas são poucos mercados que podem receber este produto. “Praticamente 90% de toda produção do minério, ligas e imãs está concentrada na China, que domina a tecnologia para fazer a separação de todos estes elementos em escala industrial a custo competitivo. Hoje, o grande desafio dos países é fazer essa separação”, destaca o executivo.&nbsp;

O carbonato de terras raras produzido em Goiás é 100% destinado à exportação para ser utilizado em cerca de 200 aplicações, como produção de telas de celular, telas de iPad, painéis solares, laser, catalisadores de carros, ligas de aço, aparelhos de raio x, carros elétricos, turbinas de geração de energia eólica e outros. A mina emprega 1,1 mil pessoas de forma direta, sendo 70% oriunda de Minaçu e 30% composta por mulheres, índice considerado elevado para a mineração. Muitos deles são oriundos da Sama Mineração, responsável pela antiga Mina Cana Brava, produtora de amianto.

Segundo Grossi, o fato da Serra Verde ter sido escolhida no MSP como projeto crítico facilita a atração de recursos para uma futura expansão e otimizações na produção. “Estar nesta lista possibilita acessar recursos com menor custo de capital”, destaca. O Energy and Minerals Group e a Vision Blue Resources liberaram um investimento no valor de US$ 150 milhões na Serra Verde, com a participação do investidor fundador, Denham Capital.

A empresa tem mais de 20 projetos de terras raras em fase inicial de exploração no Brasil, que é o terceiro maior do mundo em reservas de terras raras, fora da China, junto com Miamar e Vietnã. “Nosso diferencial em relação a outros projetos é que já estamos produzindo. Saímos na frente 15 anos”.&nbsp;

A previsão da Serra Verde é de que a produção cresça de 8,5% a 9% ao ano até 2035 para atender a demanda de mercado. “Hoje, temos 90% de aprovação da mina, que soube se integrar bem na sociedade local. Temos essa ‘licença social’ que facilita a operação no município”, destaca o diretor da Serra Verde, lembrando que Goiás já é referência mundial por ser o primeiro produtor dos quatro elementos em escala industrial fora da Ásia.

Oportunidade

Para o presidente do Sindicato das Indústrias Extrativas do Estado de Goiás e do Distrito Federal (SIEEG-DF), Luiz Antônio Vessani, os investimentos que Goiás vem recebendo para pesquisa e implantação de empreendimentos mostra o grande potencial do estado para se posicionar estrategicamente diante dessa oportunidade. “A priori os investimentos não estão competindo entre si. A projeção de demanda para minerais estratégicos para transição energética indica para a necessidade de ampliação significativa das frentes de lavra”, alerta.

Vessani acredita que ainda é preciso uma atuação mais célere dos diferentes órgãos de governo para licenciar e autorizar a implantação desses investimentos, não só para Goiás sair na frente na produção dos minerais, mas também para o estado poder se posicionar estrategicamente na geração de tecnologias necessárias para industrialização da produção em território nacional, inclusive em Goiás.

Terras raras de Minaçu põem Goiás no centro da transição energética

A produção industrial goiana teve o maior crescimento do país em setembro, segundo&nbsp;dados da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (7).&nbsp;O setor cresceu 2,4% em setembro na comparação com agosto de 2024.&nbsp; &nbsp;

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"Em relação a agosto, uma recuperação e uma sinalização de que fecharemos o ano acima da média nacional. Goiás, no mês teve crescimento de 2,4% e, no ano, crescimento de 3,9%. Porém, chama a atenção o acumulado dos 12 meses goianos em relação ao nacional, 6,8% contra 2,6%", disse o&nbsp;assessor econômico da&nbsp;Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg)&nbsp;Cláudio Henrique Oliveira&nbsp;ao POPULAR.&nbsp;

Conforme o especialista, tal performance consolida a importância do setor alimentício para a produção industrial goiana e a franca recuperação do segmento automobilístico que, em comparação a setembro de 2023, avançou de forma surpreendente, com 46,9%.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/produc-o-industrial-goiana-cresce-pela-primeira-vez-no-ano-1.3153944" target="_blank">Produção industrial goiana cresce pela primeira vez no ano</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/industria-de-alimentos-em-goias-tem-produc-o-recorde-1.3102190" target="_blank">Indústria de alimentos em Goiás tem produção recorde</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/produc-o-industrial-em-goias-volta-a-cair-em-2024-1.3162588" target="_blank">Produção industrial em Goiás volta a cair em 2024</a></div>

Das 13 seções analisadas pela pesquisa, oito apresentaram alta no mês. As principais foram a fabricação de produtos alimentícios (2,1%), fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (4,5%) e fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (46,9%).&nbsp;

As outras cinco, que apresentaram queda, foram: fabricação de produtos químicos (-18,9%); metalurgia (-11,3%); e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-17,1%).&nbsp;

O IBGE afirma ainda que os produtos de maior influência da atividade foram: carnes frescas ou refrigeradas, automóveis com motor a gasolina, álcool ou bicombustível e veículos para o transporte de mercadorias com motor diesel.&nbsp;

Sobre o setor de biocombustíveis, Cláudio apontou o incremento na produção e a ausência de intemperes sanitário e climático, como ocorrido nas duas últimas safras. "Há ainda a melhoria da competitividade deste produto por um realimento da carga tributária concedido pelo Estado, o que elevou a produção de álcool etílico e de biocombustível", afirmou.

Acerca do segmento alimentício, o assessor econômico da Fieg informa que o que vem se destacando é a produção de carne bovina fresca e congelada, aves e alimentos a base de milho. "Porém, a produção de açúcar vhp (açúcar bruto) se elevou em relação a igual período do ano anterior", esclareceu.

Como mostrou O POPULAR, <a href="https://opopular.com.br/economia/produc-o-industrial-goiana-cresce-pela-primeira-vez-no-ano-1.3153944" target="_blank">a produção industrial goiana cresceu pela primeira vez no ano</a> em maio. O aumento foi de 1,3% no mês quando comparada com o número de abril de 2024. Das 13 seções analisadas pela pesquisa, dez apresentaram alta.

<h2>Expectativa&nbsp;</h2>

De acordo com Cláudio Henrique Oliveira, a expectativa é que a&nbsp;produção goiana feche o ano em destaque, em especial a construção civil e os segmentos industriais ligados a esta atividade e produção de veículos. "Tem-se que, ao final de 2024, o resultado alcançado será acima da média nacional e que ficaremos entre os cinco melhores resultados", salientou.

Ainda segundo o especialista, o crescimento goiano vem puxado pela produção de cadeias interligadas, em especial a agroindústria e commodities como carne, soja, aves e açúcar. "Cabendo evidenciar que não foi registrado um contraponto de relevância que impacta na produção local e na sua base, que é a matéria-prima advinda do campo", informou.

"Neste ano, vemos que o setor de veículos automotores se mostra em recuperação e sua participação quase se equivale ao do setor alimentício. Esse segmento tem como característica a movimentação de vários outros segmentos produtivos, comerciais e financeiros", concluiu.

<h2>Brasil</h2>

Conforme o IBGE, a produção industrial do país cresceu 1,1%, com alta em sete dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. Confira abaixo os estados com maiores aumentos:

<ul>
	<li>Espírito Santo (2,4%)</li>
	<li>Goiás (2,4%)</li>
	<li>Santa Catarina (2,3%)</li>
	<li>Rio Grande do Sul (1,9%)</li>
</ul>

Na comparação com setembro de 2023, a indústria avançou 3,4% e as taxas positivas foram verificadas em 14 dos 18 locais pesquisados. Já no acumulado em 12 meses houve alta de 2,6%, com 17 dos 18 locais analisados mostrando resultados positivos, enquanto o índice acumulado no ano teve expansão de 3,1%, com resultados positivos em 17 dos 18 locais observados pelo IBGE.

Indústria de alimentos

O POPULAR mostrou em janeiro que a<a href="https://opopular.com.br/economia/industria-de-alimentos-em-goias-tem-produc-o-recorde-1.3102190" target="_blank">&nbsp;indústria goiana de alimentos bateu recorde</a> em 2023. O principal motivo foi o aumento da demanda por produtos em todo País, que obrigou muitas empresas utilizarem sua capacidade total de produção e até investirem em novos projetos de expansão.

De acordo com a pesquisa, de janeiro a novembro de 2023, as indústrias que produzem alimentos no estado produziram 8,5% mais que no mesmo período do ano anterior.&nbsp;Somente no mês de novembro, o crescimento foi de quase 18% sobre o mesmo mês em 2022.

<h2>Tecnologia</h2>

Vale lembrar que a fabricação de produtos alimentícios tem o maior peso na produção industrial de Goiás: a atividade respondeu por 7,66 pontos porcentuais do crescimento de 16,6% da indústria geral em novembro.

Indústria goiana tem maior crescimento do país em setembro

Indústria goiana

As indústrias goianas estão investindo mais em inovação para garantir bons níveis de produtividade e competitividade no mercado. Inovar é estratégico contra a desindustrialização, que ainda registra níveis elevados no Brasil, e Goiás já é visto como exemplo no desenvolvimento de projetos inovadores, por meio de parceria entre universidade, governo e setor produtivo.

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A inovação permite que as empresas criem processos, produtos e serviços únicos e diferenciados. De acordo com especialistas, empresas que inovam crescem mais, ficam alinhadas às novas tecnologias e tendências, otimizam processos, reduzem custos e aumentam a produtividade e a competitividade no mercado. Por isso, inovar não é mais uma questão de escolha, mas pré-requisito para a sobrevivência.

A goiana Ziontech Equipamentos Médicos, focada no desenvolvimento de soluções médicas de ponta, recebeu o Prêmio Fieg de Inovação na categoria Inovação de Produto, por ter desenvolvido um endoscópio portátil para exames. Sócio-diretor da empresa, Elyon Silva dos Anjos conta que o equipamento atende a gastroenterologia, em procedimento para examinar as vias biliais que exige vários equipamentos, como um raio X de Arco em C, que pesa 150 quilos e custa cerca de R$ 300 mil.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/gestores-precisam-se-abrir-mais-para-a-inovac-o-1.3191690" target="_blank">Gestores precisam se abrir mais para a inovação</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/industria-que-e-referencia-em-inovac-o-1.3191683" target="_blank">Indústria que é referência em inovação</a></div>

“Com a inovação, nosso endoscópio custa R$ 60 mil e pesa 2,5 quilos, podendo ser levado numa maleta. Além do custo-benefício, o profissional consegue ver a imagem em um monitor”, explica Elyon dos Anjos. Antes, este procedimento era feito com raio X, que tem visualização apenas por imagem fotográfica. Agora, o exame é feito com mais segurança, num equipamento de fácil manuseio e maior eficiência energética. “Todos equipamentos de endoscopia são importados e somos a única empresa da América Latina que os fabrica”, ressalta.

O projeto foi concluído com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), que investiu R$ 260 mil em recursos não reembolsáveis. A Ziontech desenvolve e fabrica equipamentos mais inovadores e eficientes, com matéria-prima brasileira. Agora, a meta é buscar investidores e, nos próximos cinco anos, produzir 1,8 mil aparelhos. “Temos mais um projeto de inovação selecionado pela Fapeg para desenvolver endoscópios rígidos para videocirurgia”, conta o empresário.

A Cosmefar, indústria goiana de cosméticos que fabrica produtos para outras empresas de forma terceirizada, desenvolve nanotecnologia aplicada a cosméticos e se tornou referência no Brasil e no mundo. Encubada dentro dela, está a startup Glia Innovation, seu braço de inovação, que está entre as 100 Startups to Watch 2024, as mais promissoras do cenário de inovação.

Lino Alves Ferreira, sócio fundador da Cosmefar, conta que já exporta nanotecnologia, como peptídios, exossomas e PDRN, para vários países, como os Estados Unidos. Ele afirma que a busca por inovação na empresa é constante e que sempre viaja para conhecer novidades em outros países. Um investimento constante é em inteligência artificial (IA), que ajuda em processos e formulações.

“É preciso ter bons processos, com dados consistentes. Sempre pensamos fora da caixa, olhando para o futuro”, diz o empresário. “Com mais de mil produtos fabricados, cujas formulações foram desenvolvidas com inovação tecnológica, somos sempre procurados por investidores interessados em nossas moléculas.”

<h2>Desafios</h2>

Grandes indústrias já têm uma cultura de investir no desenvolvimento de produtos e processos. O maior desafio é inserir as pequenas. Para isso, o governo federal lançou o programa Nova Indústria Brasil, que visa impulsionar a indústria nacional até 2033, com recursos para financiamento de projetos de inovação da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que começou aportar em projetos diretos nas empresas, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), focada em inovação para indústria.

O presidente do Conselho Temático de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CDTI) da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Luciano Lacerda, lembra que estas instituições trabalham com o Centro de Empreendedorismo e Incubação (CEI) e o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia), ambos da Universidade Federal de Goiás (UFG). “São grandes fomentadores das linhas de financiamento de projetos não-reembolsáveis e reembolsáveis com taxas competitivas”, destaca. Para ele, o grande desafio da Fieg é o baixo acesso a verbas de subvenção para inovação, que melhoram processos industriais.

Estes financiamentos são importantes, principalmente, para pequenas e médias empresas. Para ter acesso, elas precisam de uma avaliação financeira e de um projeto bem escrito, definindo seus objetivos de inovação e os resultados práticos que esperam, mas muitas empresas têm dificuldade para isso. “Estamos divulgando as linhas e tipos de projetos, e indicando consultorias que ajudem a desenvolvê-los”, conta o presidente do CDTI da Fieg.

“A indústria goiana está cada vez mais preocupada com inovação porque já sabe que se não inovar, morre”, acredita o gerente de Tecnologia e Inovação do Senai Goiás, Rolando Vargas Vallejos. Uma das diretrizes é a nova política do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), chamada de ‘neoindustrialização’. “Não podemos continuar fazendo as mesmas coisas para não sermos engolidos por indústrias de outros países, como as asiáticas”, alerta.

Evandro Barros, especialista em estratégia de IA para corporações e CEO da Data H, que dá consultoria a empresas multinacionais, acredita que Goiânia está conseguindo avançar muito, graças à participação da UFG, como um motor de inovação.

“Goiás tem uma mão de obra boa sendo formada e estrutura bem organizada, um insumo que pode se replicar para o Brasil. É uma receita que o mundo já comprovou que funciona: parceria do setor produtivo, academia e governo, num tripé que incentiva a inovação”, explica. Barros enfatiza que Goiânia se tornou um ponto fora da curva por ter essa conexão, motivo pelo qual sua empresa veio investir na capital.