No Brasil e nos Estados Unidos, familiares de Elidênia Jorge da Silva, a Dênia, 49 anos, goiana de Morrinhos, seguem na expectativa da prisão de Edirlei Ramos Tofoli, 44, de Campinas (SP), suspeito de matá-la com facadas no pescoço na semana passada em El Sobrante, na Califórnia, nas proximidades de Richmond, cidade localizada na região metropolitana de São Francisco. O principal suspeito do crime está desaparecido e a polícia local ainda não emitiu nenhum comunicado a respeito do fato. A morte de Elidênia foi descoberta na quinta-feira (4), mas é possível que ela tenha sido assassinada na terça-feira (2). “Nesse dia, eles tiveram uma discussão e a vizinha ouviu”, contou ao POPULAR um sobrinho da mulher, Lucas Limas, que descobriu o assassinato depois que Dênia parou de responder as mensagens. Segundo ele, a tia vivia um relacionamento abusivo com Edirlei e por várias vezes ela foi alertada do risco que corria. “Ele fez uma lavagem psicológica nela, a dominava”, relatou. Conforme Lucas Lima, que trabalha como gerente de entregas, cerca de 20 familiares de Dênia vivem na área de Richmond, entre eles uma filha de 24 anos, que é casada. A tia, que já tinha vivido nos Estados Unidos, estava em El Sobrante há quatro anos e há dois mantinha o relacionamento com Edirlei, que não tinha uma atividade fixa e dependia de Dênia para se manter. Ela trabalhava em limpezas de casas. Sua irmã, Estela, era proprietária de um restaurante especializado em culinária goiana muito conhecido na comunidade brasileira, que foi vendido há um mês.O crime chegou a ser noticiado pela Fox KTVU, mas sem mencionar nomes. A polícia foi acionada na tarde do dia 4 e esteve no complexo de apartamentos onde Dênia vivia com Edirlei. A notícia se espalhou rapidamente e diversos grupos de brasileiros que vivem na área da baía de São Francisco divulgaram o crime nas redes sociais, na esperança de ajudar na busca do acusado. Uma das informações mencionadas é de que Edirlei teria fugido num veículo Lincoln azul que ele e Dênia alugaram na segunda-feira (1º). “O banco tomou o carro que ele tinha porque não pagava as prestações, aí minha tia foi com ele lá para alugar esse”, contou Lucas. De acordo com o sobrinho de Dênia, Edirlei é o principal suspeito porque uma camiseta sua, suja de sangue, foi localizada no quarto onde estava o corpo dela e nada foi encontrado no armário onde ficavam suas roupas. A polícia de Richmond ainda mantém silêncio sobre o crime e as buscas pelo suspeito. Familiares de Dênia disseram que Edirlei levou US$ 17 mil que ela mantinha em casa, fruto do seu trabalho em limpeza de casas. Lucas Lima disse que em várias ocasiões alertou Dênia sobre Edirlei. “Fui o único que tentou salvá-la. Como ela tinha medida protetiva, por duas vezes chamei a polícia e ele foi preso, mas ela acabou se afastando (da família) porque ele a pressionava.” Edirlei foi detido pela primeira vez em um aeroporto da Geórgia depois de esmurrar um primo de Lucas. “Ele alterava com qualquer um.” Dênia pagou a fiança e ele foi solto. Outras prisões vieram por agressão a ela, a última em março deste ano. Edirlei tem visto de residência para viver nos Estados Unidos (green card) com data de validade até agosto de 2027. A mãe de Dênia, de 84 anos, vive em Goiânia. Lucas Lima disse que toda a família está muito abalada com a brutalidade do crime e ainda não decidiu o que fazer quando o corpo dela for liberado, o que deve ocorrer nesta segunda-feira (8).