O governador Marconi Perillo (PSDB) se reuniu ontem com a presidente Dilma Rousseff (PT), no Palácio do Planalto, para reforçar o pedido de ajuda para a liberação do empréstimo de R$ 1,9 bilhão para a reestruturação da Celg. A audiência foi solicitada em carta enviada à petista no último dia 3 e ocorreu após o tucano tentar uma reunião com a petista desde o início do mandato de ambos.Na reunião, que durou mais de uma hora e contou também com a presença do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o governador pediu à presidente agilidade para que o empréstimo seja liberado, mostrando que houve avanços nas negociações sobre a convergência nas avaliações contratadas pelo Estado e pela Eletrobras para definir o preço da Celg.“Requeremos a intervenção da presidente no sentido de superar os dois principais entraves à conclusão da operação”, disse o governador, por meio da assessoria de imprensa. Além disso, a principal preocupação do governo é com o tempo para que o empréstimo entre no caixa do Estado, já que o último prazo permitido em ano eleitoral é 2 de setembro.A audiência com a presidente ocorreu na véspera da reunião entre a direção da Eletrobras e representantes da Celg, que ocorre hoje, às 14 horas, no Rio de Janeiro, com o objetivo de se chegar a um acordo sobre o preço da estatal goiana, o que é considerado o último entrave para a federalização completa da companhia energética.Pelo governo do Estado estarão presentes o presidente da CelgGT, Fernando Navarrete, o diretor de regulação da Celg D, Elie Chidiac, e o ex-secretário da Fazenda Simão Cirineu.Presente à audiência com a presidente, Elie Chidiac avaliou como positivo o encontro. “Houve um destravamento do lado político, já que a presidente acatou o nosso pedido. Falta agora a convergência do preço para que haja a liberação do empréstimo”, afirmou ele.Chidiac, porém, admitiu que o acordo para a precificação da Celg pode não sair imediatamente. “O caixa da empresa e o investimento não esperam o timing da negociação que é mais técnica e jurídica. É um negócio entre duas empresas públicas, por isso não pode haver ganhador e nem perdedor”, explicou ele.O desacordo entre o Estado e a Eletrobras sobre a Celg começou a ocorrer depois que uma auditoria feita pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e contratada pelo governo estadual avaliou a companhia em R$ 6,5 bilhões. Outra, contratada pela Eletrobras e feita pela Deloitte, aponta valor de R$ 400 milhões. A diferença entre ambas ocorre por causa de uma avaliação diferente sobre o contrato de concessão da Eletrobras com a Celg, que se encerra em julho de 2015. Na auditoria da UFG, foi considerada a renovação da concessão, enquanto a Eletrobras não dá como certa essa negociação.Na audiência com Dilma, além de Marconi e Chidiac, estiveram presentes pelo governo do Estado Fernando Navarrete e Simão Cirineu. Do governo federal, além de Dilma e Edison Lobão, compareceram o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, e o ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini.BRTAlém de assuntos relacionados à Celg, o governador aproveitou a audiência com a presidente para tratar da extensão do BRT do Entorno Sul de Brasília, que ligará Luziânia até a divisa de Goiás com o Distrito Federal. Marconi pediu a presidente R$ 901 milhões para as obras na região.-Imagem (Image_1.616014)