Em ano eleitoral e último da atual gestão do governador Marconi Perillo (PSDB), o Estado prevê investimento de R$ 4,291 bilhões em obras em 2014. Levantamento feito pelo POPULAR mostra que o valor a ser gasto este ano é 55% superior à soma dos três primeiros anos da gestão. Marconi ainda não definiu se será candidato à reeleição.A previsão de investimento está na Lei Orçamentária Anual (LOA). Somados, nos três primeiros anos do governo foram aproximadamente R$ 2,76 bilhões em gastos (veja quadro). O secretário da Fazenda, José Taveira Rocha, vê como natural o aumento na capacidade de investimento do Estado ao longo dos últimos quatro anos.“Levou muito tempo até que se realizasse o ajuste fiscal para que os índices nos permitissem contrair esses empréstimos. Além disso, até que eles tramitassem nas instituições financeiras também foi mais outro período longo de tempo. Por causa disso é que só pudemos aumentar a capacidade de investimento mais perto do fim do mandato”, explicou.Desde que assumiu, Marconi sempre reclamou das dificuldades financeiras vividas pelo Estado. A solução encontrada, de acordo com Taveira, foi contrair empréstimos, que possibilitaram que a administração estadual aumentasse a capacidade de investimento. “Esses empréstimos deram segurança para o governo disparar licitação dessas obras. São financiamentos devidamente autorizados pela área econômica com o aval do Tesouro Nacional, do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), do Banco do Brasil e da Caixa (Econômica Federal)”, afirmou ele, que disse que os empréstimos acrescentaram cerca de R$ 7 bilhões aos cofres estaduais.O destino dos recursos já é conhecido. Segundo Taveira, grande parte dos investimentos será para obras rodoviárias, um dos principais carros-chefes da administração do governador. Só em 2014, serão construídos 2,2 mil quilômetros, o que engloba manutenção, reconstrução e construção de novas rodovias.Todas elas estão englobadas nos programas Rodovida, que está dividido em três partes. Há o Manutenção, que tem o objetivo de manter rodovias já existentes, enquanto o Reconstrução vai recuperar estradas desgastadas. O último é o Construção, que ocupa parcela significativa dos investimentos e consiste em construção de novas estradas, especialmente duplicações, como na GO-020, que liga Goiânia a Bela Vista, e em trechos da GO-070.Além delas, há também as chamadas obras civis, que são os projetos como a construção do Hugo 2, do Centro de Convenções de Anápolis e dos Centros de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeq), além de hospitais e presídios no interior. O POPULAR solicitou no início da semana dados sobre o destino do restante dos recursos. Responsável pelo planejamento dos gastos, a Secretária de Gestão e Planejamento (Segplan) não repassou os dados até a conclusão desta edição.CrescimentoCom o discurso da dificuldade financeira, o Estado investiu R$ 526 milhões em 2011, segundo dados repassados pela Secretaria da Fazenda. No ano seguinte, as dificuldades ainda permaneciam. No período, o Estado gastou R$ 687,4 milhões, um aumento de 30% em relação ao ano anterior.No fim de 2012, porém, a situação começou a mudar. O Estado conseguiu empréstimos, sendo o primeiro obtido junto ao BNDES. Na época, para anunciar a liberação dos recursos, o governo estadual preparou festa e lançou também os programas Rodovida. Com outros empréstimos adquiridos, já houve um salto de 125% em relação a 2012, com o governo estadual gastando R$ 1,5 bilhão em investimentos no ano passado.O grande salto, porém, deve acontecer mesmo de 2013 para 2014. Para este ano, os R$ 4,291 bilhões previstos na LOA representam um acréscimo de 176% em relação ao ano anterior. Não há garantia de que serão concluídos todos os projetos iniciados, apesar da confiança do presidente da Agência Goiana de Transporte e Obras Públicas (Agetop), Jayme Rincón. “Não tenho dúvida nenhuma de que teremos mão de obra suficiente para tocar todos os projetos”, afirmou Jayme, que preside o órgão responsável pelas obras civis e rodoviárias (veja entrevista completa ao lado). Para 2014, Jayme afirma que serão entregues 2,2 mil quilômetros de rodovias.-Imagem (Image_1.481281)-Imagem (Image_1.481280)