O diretor de produção da Loft Construtora Gustavo Veras realiza serviços bancários diariamente pelo computador e celular. Ele conta que se desloca à agência bancária apenas quando um boleto vence e não é possível realizar o pagamento online. Quando soube da regulamentação das regras do Conselho Monetário Nacional (CMN) para que os clientes possam abrir ou fechar contas usando a internet, Gustavo comemorou. “É uma ajuda para pessoas que, assim como eu, precisam de praticidade”. Para especialistas, não há dúvida de que a medida representa um avanço. Todavia, alertam que é preciso garantia para que os dados do cliente não sejam usados indevidamente por terceiros.De acordo com a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, o temor é em relação à ocorrência de fraudes. “É fundamental que antes de oferecer essa modalidade de conta os bancos disponham de meios para identificar adequadamente o consumidor e evitar golpes”, diz. “De qualquer forma, caso ocorram fraudes, a responsabilidade será da instituição financeira.” Para o advogado especialista em direito bancário, Clauber Camargo, o risco maior está na abertura de contas do que no fechamento, pois, para fechar a conta, o cliente já disponibilizará os mecanismos eletrônicos. “É preocupante a exposição de documentos para abrir a conta. Por isso, a comissão de direito bancário da OAB Goiás se reunirá para explicar os riscos aos bancos”, explica. Segundo o vice – presidente da Associação de Bancos de Goiás, Tocantins e Maranhão (Asban), Mario Queiroz, a medida é segura, pois antes de adotá-la as instituições financeiras deverão seguir as regras expostas pelo Banco Central. Ele diz que os bancos terão que adotar procedimentos e controles que permitam confirmar a autenticidade dos documentos eletrônicos e podem usar tecnologias como contato por vídeo, reconhecimento de voz e assinaturas com certificação eletrônica.