A instalação de painel de grandes proporções de autoria dos designers goianos do Bicicleta sem Freio no Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON), em Goiânia, recebeu muitos elogios quando foi anunciada, mas parece estar longe de ser uma unanimidade. Algumas pessoas criticaram a interferência realizada pelos artistas.A discussão começou pela arquiteta Simone Borges, em seu perfil no Facebook. “Já pensou se em cada evento ‘cultural’ realizado no CCON for deixado algum tipo de obra a ser incorporada aos edifícios? Estas intervenções devem ser acrescentadas a obra de Oscar Niemeyer? Por quê? Estará agregando o quê?”A crítica da arquiteta ganhou fôlego. “Não descarto o talento do Bicicleta sem Freio, cujo trabalho aprecio muito, mas, se esta intervenção tiver caráter permanente ela profana a obra do Niemeyer”, respondeu o marchand Marcos Caiado.Já o arquiteto Fred Adejar ponderou. “A cidade é um todo vivo, composta pela pluralidade de intervenções... sendo bem-vindas se discutidas, autorizadas, pertinentes e com valor estético”.A secretária Raquel Teixeira não expressou opinião, mas elogiou o caráter da discussão. “Parabéns, Simone Borges Arquiteta, por provocar o debate. Posicionamentos vão se incorporando e enriquecendo uma eventual tomada de decisão”, afirmou.Arte urbanaA ação, batizada de Blackbook, faz parte da programação especial de artes visuais do Festival Bananada 2015. O painel vai passar a fazer parte da paisagem do centro cultural construído em 2006.A obra cobre totalmente uma das laterais do prédio, construído para abrigar a biblioteca até hoje não inaugurada. Para realizar a obra, os artistas contaram com a ajuda de alguns amigos, como Mateus Dutra e Morbeck, referências de street art na capital. E você, leitor, qual a sua opinião?