Houve o questionamento se a obra do Bicicleta sem Freio no centro cultural poderia ter sido feita em um projeto de Oscar Niemeyer. “Não há nada que nos obrigue a pedir autorização aos herdeiros de Niemeyer para fazer interferências no centro cultural. Aliás, acho que o escritório que era dele nem se lembra que a gente existe”, critica Chaul. O POPULAR entrou em contato com o escritório de arquitetura de Niemeyer e enviou uma imagem do painel do Bicicleta sem Freio para que avaliasse o impacto do mural, mas não obteve resposta. “Nós já fizemos outras intervenções antes. Um artista pintou todo o mezanino do Museu de Arte Contemporânea para uma mostra. Na exposição sobre Paulo Leminsky, várias gravuras foram colocadas nas paredes das galerias. Depois deixamos tudo como era antes”, lembra Chaul.O painel no Oscar Niemeyer faz parte de um conjunto de ações, numa parceria do pessoal do Bananada com os artistas do Bicicleta sem Freio. Há a previsão de instalação de outra obra do duo, esta na frente do Centro Cultural UFG, na Praça Universitária. “Nós não gerimos esses espaços. O que fazemos é propor ações e, quando elas são aceitas, a gente vai lá e faz”, explica Fabrício, sem esconder um certo tom irritado com toda a polêmica. “Há gente que acha que esses painéis lindos do Bicicleta sequer são arte, que são uma sujeira. Nós achamos que é arte da melhor qualidade.” A Secretaria Estadual da Educação, órgão ao qual o Oscar Niemeyer está submetido, já anunciou que pretende fazer um debate público mais extenso para decidir o destino do painel instalado no local.