Uma das grandes novidades desta edição do PirenópolisDOC -3º Festival de Documentário Brasileiro é a realização da Mostra de Cinema Noutras Falas, em parceria com a Associação Ao Norte e o Cineclube de Avanca, ambos de Portugal. A mostra traz um conjunto de filmes que busca aproximar os países falantes da língua portuguesa, com exibições de obras de Guiné Bissau, Moçambique, Angola e Portugal. De acordo com a organização, esse é o primeiro passo para a possível quebra das fronteiras do PirenópolisDoc, que, a partir dessa edição, abre espaço para o encontro entre as diversas culturas que compartilham a mesma língua.Diretora geral do festival, Fabiana Assis conta que a mostra é um desejo antigo, da época em que pensou pela primeira vez em criar um espaço exclusivo para documentários. “Sempre tive essa vontade. Mas como isso ia demandar uma produção muito maior e a gente estava apenas começando, abandonei a ideia. Eis que agora surge esse contato, através de professores da Faculdade de Artes Visuais da UFG, com as instituições de Portugal que já desenvolvem trabalhos com outros países da África, e que acabaram por inserir o PirenópolisDoc nessa rede”, comemora.Uma outra presença importante em Pirenópolis neste dias de festival é de Renato Vallone. Considerado um dos mais inventivos montadores do cinema brasileiro e responsável pela montagem do filme Cinema Novo, vencedor do prêmio de melhor documentário em Cannes 2016, Vallone será responsável pelo laboratório de montagem Programa Primeiro Corte, prestando consultoria a cineastas selecionados com seus filmes documentários, ensaísticos ou híbridos, em fase de edição. Será uma oportunidade ímpar para os o intercâmbio de informações na área. Além de assistir aos documentários e oficinas, o público que for a Pirenópolis poderá prestigiar durante toda a semana duas exposições fotográficas: Cem Anos Luz, sobre o centenário da icônica bailarina Luz del Fuego, organizada por Roberto Sá, cineasta participante da Mostra Competitiva Nacional, e A Casa do Ser, de Ana Póvoas, fotógrafa residente em Pirenópolis, que retrata o cotidiano e o universo interiorano de Goiás, que também fará o lançamento do seu livro homônimo durante o festival.Os organizadores explicam que produzir um festival grande no interior exige bem mais planejamento do que, por exemplo, em Goiânia. “Por outro lado, é muito prazeroso porque gera uma relação bem intensa entre todos que estão participando de alguma forma, seja como público, realizadores ou equipe de produção. Acredito que isso se dá pelo fato de ser numa cidade pequena e acolhedora como Pirenópolis. E além disso, considero importante abrir outros espaços para ações culturais que fujam dos grandes centros urbanos”, explica Fabiana.