POP_MAG_APROVEITE_A_CIDADE_EPISODIO_2_13_05_2015

<div attr-cid="policy:1.851109" attr-version="policy:1.851109" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.851109" data-onecms-type="image" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.851109', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.851109">Imagem (1.851109)</a></div>No segundo episódio da série #aproveiteacidade a repórter Paula Falcão faz um passeio pelo Planetário.O Planetário possibilita o contato com a astronomia e oferece sessões para o público em geral sempre aos domingos.

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No vermelho

A inadimplência do agronegócio goiano no Banco do Brasil, instituição responsável pela grande maioria do crédito agrícola liberado no País, subiu de 0,5% para 3,5% em dois anos. De acordo com a Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), entre os motivos estão a queda nos preços dos produtos agrícolas e problemas climáticos, que reduziram a produtividade das lavouras. O problema já resultou em uma alta dos pedidos de recuperação judicial entre pessoas físicas e jurídicas, na tentativa de não perderem as garantias dadas, principalmente as terras.

O problema é maior nas cadeias de soja, milho e pecuária, e o temor é que isso resulte na falta de financiamento para o plantio da próxima safra. Na última semana, o Banco do Brasil chegou a anunciar que vai restringir a concessão de crédito a produtores rurais e processar escritórios de advocacia que têm orientado clientes a recorrerem à recuperação judicial (RJ), ao invés de buscarem uma negociação direta.

No segundo trimestre, a instituição teve uma queda de 60% em seu lucro sobre o mesmo período do ano passado, com o aumento na provisão de perdas esperadas (PDD), que foi a R$ 15,9 bilhões, uma alta de 104% em 12 meses, por causa da inadimplência e de uma nova resolução do Banco Central que obriga os bancos a reservarem os valores que eles esperam não receber de volta, e não apenas o que já não receberam. A perda esperada é de R$ 7,9 bilhões do agronegócio, sendo R$ 4,8 bilhões de pessoas físicas e de R$ 4,3 bilhões de jurídicas.

Em 2024, Goiás registrou 122 pedidos de recuperação judicial no agronegócio e, no primeiro trimestre deste ano, foi o segundo estado com mais pedidos entre produtores pessoa física, com 38 solicitações. No segundo trimestre, segundo o Monitor RGF, da consultoria RGF&amp;Associados, Goiás já tinha 60 empresas do setor em recuperação judicial, 50% mais que no mesmo período do ano passado.

A presidente do Sindicato Rural de Porangatu, Ana Amélia Paulino, conta que a inadimplência na região norte cresceu e o acesso ao crédito ficou mais complicado. Para Ana Amélia, esse cenário é resultado da combinação de fatores como a elevação da taxa Selic, a severa crise hídrica que impactou a produção e as bruscas oscilações no preço da arroba do boi. “Isso comprometeu a capacidade financeira de milhares de pecuaristas, levando muitos à impossibilidade de honrar seus créditos bancários, o que se refletiu em um número expressivo de pedidos de RJ e de solicitações de prorrogação de dívidas”, ressalta.

Juros

Segundo ela, a elevação da taxa Selic inviabilizou a contratação de novos créditos, já que os juros, antes situados entre 6% e 8%, passaram a variar entre 17% e 20%. “A arroba nos contratos apresentou oscilações significativas. Um produtor que financiou uma vaca por R$ 5 mil, chegou a vendê-la, posteriormente, por valores próximos a R$ 3,5 mil. Esse quadro se agravou diante das condições climáticas da região Norte, que, historicamente, já são desafiadoras, mas que se tornaram ainda mais críticas”, conta a produtora.

Ana Amélia disse que o Sindicato tem desempenhado um papel ativo na defesa dos produtores rurais, atuando diretamente em negociações com instituições financeiras e prestando orientação quanto aos direitos assegurados no Manual de Crédito Rural. Como isso, a entidade já intermediou a renegociação e prorrogação de mais de R$ 180 milhões em operações de crédito, mantendo as mesmas taxas bancárias e parcelamentos com prazos de 2 a 5 anos.

“O Sindicato ainda conseguiu viabilizar a renegociação de cédulas que correspondem a aproximadamente 10% do seu quadro de associados”, diz.

Sobre a dificuldade de acesso ao crédito, por causa da informação de que o Banco do Brasil não expandiu a concessão entre abril e junho, Ana Amélia disse que a escassez e a ausência de linhas de financiamento acessíveis têm imposto severas dificuldades aos produtores rurais, que enfrentam obstáculos, tanto para a continuidade da produção, quanto para a própria manutenção das propriedades. Sobre o Plano Safra 2025/26, que prevê R$ 230 bilhões em crédito, Ana Amélia diz que, até o momento, embora algumas instituições financeiras tenham sinalizado a possibilidade de liberar recursos para que os produtores quitem seus débitos, na prática, tais promessas não têm se concretizado.

Marcos Vinícius Leão, consultor da Soma Agro e especialista tributário em agronegócio, explica que a resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) prevê formas mais agressivas para antecipação dos empréstimos com risco elevado, como os do agronegócio, que apresentam maior risco de clima e preços. Isso é pra blindar esta liberação de crédito, o que dificulta o recebimento por parte do banco.

“O agronegócio, que sempre foi tido como bom pagador, está se vendo obrigado a buscar ferramentas de gestão com especialistas de contabilidade para sair desta necessidade da RJ”, ressalta.

Ele alerta que o setor precisa se preparar para uma melhor gestão financeira, pois o aumento dos pedidos de RJ já vinha dando sinais há alguns anos. “O agronegócio é formado por commodities e o mercado controla o valor de venda dos produtos. Além disso, houve redução de preço, aumento de custos e das taxas de juros. Saímos de uma Selic de 2% ao ano para 15%. Com isso e outros fatores, como quebras de safra, a pressão é grande”, adverte.

Para Leão, hoje o produtor tem recorrido à RJ como uma ferramenta para proteger sua terra, a principal garantia da dívida perante o banco, e poder continuar produzindo. Com o tarifaço, a tendência é que os pedidos aumentem por causa do impacto nas exportações da pecuária goiana. “Não significa que ele vai deixar de pagar, mas é a forma de não perder a propriedade e continuar produzindo para honrar futuramente com os compromissos”, acredita.

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<div attr-cid="policy:1.3304045" attr-version="policy:1.3304045:1756082265" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3304045" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3304045', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3304045">No vermelho (1.3304045)</a></div>

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Produtor deve procurar o banco para renegociar, recomenda Faeg

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O gerente técnico da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), Edson Alves Novaes, diz que a inadimplência é um problema de todo País, que tem preocupado muito o setor. Em Goiás, ela foi provocada por uma conjunção de fatores, como as perdas de safra pela seca nas duas últimas safras, principalmente.

“Tivemos vários decretos de estados de emergência nos municípios com quedas de produtividade em vários municípios. Preços também caíram bastante e os custos não caíram na mesma proporção, o que impactou a rentabilidade dos produtores”, explica.

Com isso, muitos não conseguiram honrar suas obrigações, principalmente com o Banco do Brasil. Novaes admite que vários produtores têm procurado outros instrumentos, como a Recuperação Judicial, para “honrar seus compromissos”.

Ele conta que a própria Faeg tem procurados instituições para abrir canais de diálogo para os produtores renegociarem ou prorrogarem suas dívidas. “Solicitamos manter os mesmos juros do contrato e prazos maiores para ele ter fôlego para pagar de acordo com sua capacidade e continuar o plantio da próxima safra”, diz.

A orientação é que o produtor procure sua agência, apresente a proposta e sua capacidade de pagamento para renegociar e continuar produzindo. “É a primeira coisa a fazer, antes de qualquer decisão, pois o manual de crédito rural garante isso ao produtor em caso de dificuldades”, ressalta. Segundo ele, os bancos têm se mostrado abertos a renegociações e prorrogações.&nbsp;

“O importante é que os produtores procurem os agentes, antes mesmo do vencimento das parcelas e demonstre sua dificuldade. Quem recorre à RJ, quer proteger o patrimônio, mas isso também é possível com renegociação.”

Os bancos temem que a RJ esteja sendo usada para postergar o pagamento das dívidas. Segundo o consultor financeiro agroeconômico, Cássio Souza, a ferramenta é um reflexo do endividamento porque, desde a pandemia, o mercado vive muitas oscilações de preços no mercado internacional. Segundo ele, subidas e quedas abruptas desestabilizam todo planejamento do produtor, que não tem instrumento de proteção de longo prazo.

O consultor acredita que a tendência é que o endividamento continue aumentando, pois os juros devem continuar altos. Segundo ele, o produtor já está recebendo os insumos para o plantio da próxima safra, que são comprados com taxas mais elevadas hoje. “Mesmo que governo reduza Selic, a partir de janeiro, ainda deve demorar meses para que isso produza impactos”, adverte.

Quem tem recurso guardado em caixa, como dinheiro ou produto estocado, ainda tem fôlego por algum tempo, até sair da crise. Mas Souza lembra que os menores não têm esta capacidade financeira. Para ele, a Selic alta é sinal de que mais gente vai quebrar e entrar em RJ e a tendência é que os bancos tenham um prejuízo cada vez maior nas operações de crédito.&nbsp;

 
Tarifaço&nbsp;

E o tarifaço, diz, veio para piorar tudo, porque alguns setores estão mais sensíveis, como os produtores de café e carne, que passaram a ser taxados em 50% nas exportações para os Estados Unidos. “O banco acaba restringindo mais o crédito e agrava a situação. Quem já está endividado, não consegue mais se proteger e a RJ vira a última solução para postergar o pagamento e sair do buraco. Mas não é o instrumento mais saudável”, alerta. 
A reportagem procurou o Banco do Brasil, mas não obteve posição oficial da instituição até o fechamento desta edição.

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Inadimplência do agro no BB sobe de 0,5% para 3,5% em 2 anos em Goiás

Economia

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Especialistas e cientistas políticos ouvidos pelo POPULAR analisam que o governador Ronaldo Caiado (UB) ainda não conseguiu avanços significativos no processo de viabilização da própria pré-candidatura à Presidência da República. A frustração, quase cinco meses após o lançamento oficial do projeto, em Salvador (BA), ocorre tanto em relação à luta contra o desconhecimento nacional, quanto internamente pela viabilidade política na federação União Progressista (UB e PP).

Os analistas consultados, apesar de apontarem os desafios, reconhecem “perfil interessante” de Caiado.

O cientista político Murilo Medeiros diz que o governador tem credenciais políticas sólidas, respeitabilidade no campo conservador e um histórico aguerrido de enfrentamento ao PT, além de uma gestão estadual bem avaliada como vitrine política. “Mas ainda enfrenta limitação de projeção nacional para alavancar sua candidatura.”

Para Murilo, o goiano ainda não avançou na missão de ampliar a visibilidade fora do Centro-Oeste. “Ele precisa cativar a base eleitoral bolsonarista, sem perder autenticidade, além de convencer a federação União Progressista a abraçar seu projeto presidencial”, diz.

A última rodada da pesquisa Genial/Quaest mostra que Caiado conseguiu se tornar mais conhecido nacionalmente nos últimos meses, mas a rejeição também cresceu. De acordo com o levantamento, 54% afirmam que não conhecem Caiado. Em maio, eram 62%. Por outro lado, o porcentual daqueles que afirmam que conhecem o goiano, mas não votariam nele também aumentou de 25% para 33%.

“Esse processo é natural e avança de forma gradual, acelerando de verdade apenas no ano da eleição. Estou tranquilo e sigo focado no meu trabalho”, disse Caiado, em nota, quando da divulgação dos números na semana passada.

O professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e doutor em filosofia e ciência sociais, Fábio Gentile, trata Caiado como “um potencial pré-candidato”. “Sem dúvida, é um político esperto. Tem longa trajetória no conservadorismo e na direita brasileira e sabe transitar bem entre discursos mais radicais e moderados”, analisa. “As perspectivas, no entanto, dependem de Caiado trabalhar o marketing político e a estratégia em busca do eleitor conservador e mais moderado, sem cortar os laços com pelo menos uma parte do movimento bolsonarista”, diz.

O cientista político Joscimar Silva lembra que o governador é um dos nomes mais longevos da direita tradicional e que conta com “potencial relevante de agregação”.

“Por estar em um estado com pouca visibilidade midiática, sua candidatura tem dificuldades em crescer nacionalmente. A depender da coalizão, Caiado pode ser um potencial candidato a vice-presidente”, diz o especialista.

Cativar base bolsonarista, sem perder a autenticidade, é desafio para Caiado

Política

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Eleições 2026

O meia-atacante Wellington Rato brincou com as consequência que jogadores de futebol convivem após derrotas e vitórias. Na semana passada, depois do revés para o Vila Nova, a semana no Goiás foi conturbada, marcada por cobranças e pressão ao ponto de alguns atletas optarem por não sair de casa.

Rato foi um deles, segundo o jogador, mas isso mudou após a vitória sobre o América-MG. O meia-atacante, inclusive, foi decisivo para o triunfo. Foi dele o chute que foi desviado pelo zagueiro Rafa Barcelos e decretou a vitória do clube goiano, que retoma a liderança da Série B.

“O que eu faço um pouco é sair para jantar com minha esposa e filho, essa semana eu não consegui. Espero sair para almoçar, mais aliviado. Quando você vence, fica tranquilo para poder passear. Quando perco eu me sinto frustrado e não saio. Faz parte do nosso trabalho”, comentou o jogador.

Contra o América-MG, Rato jogou como falso 9. Ele substituiu o centroavante Anselmo Ramon, que estava suspenso. “Eu disse na minha chegada, que quero ajudar o Goiás de alguma forma, independente da posição que o professor me colocar. Foi um pouco diferente com o Anselmo (Ramon) suspenso, mas eu concordei e disse que ajudaria. O mais importante foi vencer diante do torcedor para dar sequência na competição”, acrescentou.

O elenco do Goiás ganhou folga neste domingo (24) e volta aos trabalhos na segunda-feira (25). O próximo compromisso do time esmeraldino será no sábado (30), novamente na Serrinha, desta vez contra o Botafogo-SP.

Wellington Rato diz que pode "passear tranquilo" após vitória do Goiás

Esporte

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Segundona

A pragmática reorganização da centro-direita, elaborada por governadores e presidentes nacionais de seis partidos, busca estruturar um projeto alternativo ao clã de Jair Bolsonaro (PL) ao mesmo tempo em que evita o total descolamento do eleitorado radical. Especialistas avaliam o jogo duplo e apontam o afastamento do ex-presidente como natural, mas a viabilidade eleitoral do movimento depende da unificação do discurso entre as principais lideranças e da coesão do grupo, que ainda analisa estratégias para a disputa presidencial de 2026.

O voo solo dos direitistas, sem o apoio direto de Bolsonaro, foi articulado na última semana diante das reações negativas à atuação de Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro (PL/SP), deputado federal licenciado, que fomentam o tarifaço dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF).

Um jantar na casa do presidente da federação entre União Brasil e PP, Antonio Rueda, deu a largada para a formação do bloco moderado.

Para a doutora em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UnB), Marcela Machado, o cenário mostra um inevitável descolamento de parte da direita em relação ao bolsonarismo.

Segundo ela, o movimento é natural e combina o pragmatismo e o distanciamento causado pelos atritos judiciais e familiares de Bolsonaro. “Isso se intensificou principalmente com a exposição recente dessas conversas do Malafaia”, diz.

A Polícia Federal indiciou Bolsonaro e o filho 03 por coação no curso do processo da ação penal por golpe de Estado. Eduardo está nos Estados Unidos desde março, onde articula sanções contra autoridades brasileiras, principalmente o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que é o relator da ação penal.

No relatório da PF, constam mensagens trocadas entre Bolsonaro, Eduardo e o pastor Silas Malafaia. Segundo a investigação, as mensagens sugerem uma articulação para vincular o fim das sanções à concessão de anistia a pessoas envolvidas na invasão de Brasília em 8 de janeiro de 2023.

Marcela Machado aponta que as reações públicas aos aspectos políticos do tarifaço foram indicadas pela última pesquisa Genial/Quaest, que mostrou recuperação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente nos cenários de segundo turno contra nomes da direita. E, segundo ela, o cenário fortalece a elaboração de estratégia alternativa ao bolsonarismo.

“Ao mesmo tempo, há essa mobilização crescente entre as lideranças partidárias e os governadores indicando uma possível viabilidade para uma candidatura de centro-direita, sem precisar do apoio do ex-presidente, que pode não ser um nome competitivo por conta desses fatos que estão respingando nele”, considera.

A especialista, no entanto, diz que a estratégia da centro-direita ainda encontra desafios. “Depende fortemente da capacidade de coordenação entre essas lideranças que estão tentando se unir e da construção de uma narrativa unificada”.

O jantar na casa de Antonio Rueda reuniu 12 governadores de Estado e presidentes nacionais de seis partidos. O grupo debate duas estratégias possíveis. Em uma, cada legenda poderá lançar nome próprio para disputar o Palácio do Planalto e depois todos apoiarão o escolhido para o segundo turno, possivelmente contra Lula.

Na outra, a direita e a centro-direita se uniriam já no primeiro turno para lançar um candidato, que pode ser o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A primeira tese é defendida desde o início da pré-campanha, ainda em 2024, pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), que busca efetivar projeto próprio dentro da federação União Progressista. A composição partidária, no entanto, ainda mantém indicações em ministérios no governo Lula e é formada por lideranças e parlamentares governistas, principalmente no nordeste.

Estratégias

Para o cientista político e professor da UnB Murilo Medeiros, o bolsonarismo permanecerá como “força política e social relevante”, mas tende a se fragmentar em diferentes correntes para 2026. “A divisão interna do grupo e a capacidade de Bolsonaro, ou de um herdeiro político, em manter coesa sua base são fatores decisivos”, afirma.

Segundo Murilo, a tendência é que os governadores de oposição busquem se posicionar como “direita responsável” ou “conservadorismo moderado”, com objetivo de captar tanto o eleitorado bolsonarista órfão quanto o voto antipetista.

Sobre o afastamento da extrema-direita, Murilo Medeiros entende que parte das lideranças de centro-direita e da direita conservadora passaram a buscar “voo próprio” por conta da consolidação da inelegibilidade de Bolsonaro e do discurso radicalizado de apoiadores mais fiéis.

“O cálculo é pragmático. A radicalização pode garantir certo barulho, mas não maioria eleitoral. O desafio é preservar parte do eleitorado conservador, e ampliar o diálogo com setores moderados, preparando terreno para uma candidatura viável. O resultado provável é uma direita mais plural e menos centralizada em uma figura única”, avalia.

Doutor em filosofia e ciência política, Fábio Gentile ressalta que as pesquisas seguem apontando que o bolsonarismo é “um segmento bastante expressivo da direita brasileira”. Diante disso, diz, a estratégia da direita é acompanhar as evoluções de forma pragmática, mantendo “algum vínculo” com Bolsonaro.

“Até porque deve ser uma disputa acirrada em 2026. Esse grupo mantém discurso racional, ao mesmo tempo em que tentam se distanciar do radicalismo, que afasta setores conservadores e moderados”, diz Gentile, que integra o Observatório da Extrema-Direita no Brasil e é professor do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Já Joscimar Silva, doutor em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), não descarta a possibilidade de centralização de forças em torno de Tarcísio de Freitas, possivelmente com o nome do senador Flávio Bolsonaro na cabeça de chapa. “Tarcísio unifica o interesse máximo do bolsonarismo, que é livrar Bolsonaro da prisão, ao mesmo tempo em que apresenta uma aparência moderada para o eleitorado em geral.”

Joscimar indica que o processo levaria à “desistência de outras candidaturas” e ao lançamento de uma “candidatura figurativa” de direita radical para agregar os eleitores mais radicais no primeiro turno.

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Direita ensaia 'voo solo' em jogo duplo com bolsonarismo

O Popular