O desempenho do mercado imobiliário voltou a animar as empresas do ramo. No último mês de setembro, foram vendidos 958 imóveis em Goiânia, um crescimento de18,4% sobre o mesmo período do ano passado. Depois de pisarem no freio com os lançamentos em 2012, este ano as incorporadoras já lançaram 10% mais unidades. Com um consumidor mais confiante na economia e uma velocidade de vendas maior este ano, as empresas conseguiram reduzir seus estoques de imóveis, mesmo com mais lançamentos. A Pesquisa Mercado Imobiliário, divulgada ontem pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-Goiás), mostra que o estoque de imóveis vem caindo desde junho: naquele mês, haviam 11.437 unidades disponíveis, contra 10.469 em setembro. O presidente da Ademi-Goiás, Ilézio Inácio Ferreira, lembra que, no mês de setembro, só a venda de apartamentos cresceu 32% em relação a agosto e 12,6% sobre o mesmo período do ano passado. Os preferidos são os imóveis de dois e três quartos. Os apartamentos que têm entre 76 e 90 metros quadrados registram a maior velocidade de vendas do mercado. Este ano, já foram vendidas 7.177 unidades. “O mercado hoje é mais equilibrado. O que é lançado, está sendo vendido”, avalia Ilézio. Para ele, a leitura atual é de um mercado estabilizado, lançando mais e reduzindo as unidades em estoque. Investimento O presidente da Ademi-Goiás lembra que no segundo trimestre deste ano foi registrado o maior valor de investimentos da série histórica do setor: R$ 967,7 milhões, contra R$ 358,3 milhões no mesmo período de 2012, um crescimento de 170%. Ele explica que isso é resultado do investimento em unidades de maior valor, com muitos apartamentos acima de R$ 1 milhão. “Esses imóveis de alto padrão são nichos de mercado que receberam mais investimentos das empresas”. Para Ilézio, o crescimento acelerado que ocorreu até 2011 acarretou problemas como a redução da oferta de mão de obra, o encarecimento das matérias-primas e o atraso na entrega das obras. O aumento dos custos acabou pressionando os preços das unidades. A desaceleração dos lançamentos em 2012 ajudou a equilibrar mais o mercado hoje. Ele lembra que, em 2005, as unidades ofertadas estavam nas mãos de duas dezenas de incorporadoras. Hoje, a pesquisa já abrange 145 empresas. Estoque menor No ritmo atual, o presidente da Ademi prevê que o setor fechará o ano com um estoque 15% menor. Mas ele acredita que esse volume ainda não deve se refletir nos preços, o que só ocorre com estoques abaixo de 6 mil unidades. Para ofertar mais lançamentos no mercado, a Ademi realiza um trabalho junto à Prefeitura de Goiânia para tentar acelerar mais a aprovação de projetos. Demanda Para o gerente de Lançamentos da Bambuí Empreendimentos, Roberto Luiz Ribeiro, esse foi um bom ano de vendas para os lançamentos. Ele conta que somente um empreendimento com um e dois quartos foi 90% vendido em 60 dias. Ao mesmo tempo, lançamentos previstos para este ano estão atrasados, aguardando licenças na prefeitura. Com isso, o estoque disponível está menor. “Já estamos precisando de produto hoje.” Os compradores têm perfis cada vez mais variados: namorados que vão se casar, famílias que vão aumentar, casais cujos filhos saíram de casa e procuram um apartamento em busca de comodidade, descasados que vendem um imóvel para comprar dois, além dos investidores. Em setembro, a pedagoga Zilda Jorge comprou dois apartamentos de três quartos na planta para investir, no Parque Eldorado. Cada imóvel de R$ 65 metros quadrados com três quartos saiu por cerca de R$ 200 mil. Para Zilda, o investimento em imóvel ainda é a melhor opção do mercado, por ser mais seguro e com valorização garantida, melhor que qualquer outra opção do mercado financeiro. Mas, para o empresário Moacyr Moreira, diretor da CMO Construtora, hoje a maioria está comprando mais para morar.-Imagem (Image_1.427340)