Diante da expectativa de recuperação da economia mundial, a venda de soja e carnes produzidas em Goiás para a China e União Europeia fez a balança comercial do Estado fechar abril com um saldo positivo de US$ 316,4 milhões. Este resultado é o melhor para o mês nos últimos dez anos e, segundo analistas, é possível que as contas do comércio exterior local fechem o primeiro semestre com recorde de transações.No acumulado do ano (janeiro a abril), a balança já tem um saldo, que é a diferença entre exportações e importações, de US$ 884,1 milhões. As vendas de produtos goianos para fora do País somam US$ 2,3 bilhões e as compras US$ 1,4 bilhão. O secretário da Indústria e Comércio, Bill O’Dwyer, prevê o encerramento do semestre com exportações de US$ 1,2 bilhão. Em 2013, o saldo no período era de US$ 1, 07 bilhão.Isso quer dizer que a previsão de cenário para a primeira metade do ano é de superávit: mais dinheiro vindo de fora sendo despejado na economia local, do que dinheiro gerado aqui indo para fora, conforme explica a professora de economia internacional da Universidade Federal de Goiás (UFG) Andrea Lucena. “Este é um cenário positivo e é fruto de uma venda maior de produtos primários, do que compra de maquinários e insumos nos últimos meses.”Apenas em abril, as exportações fecharam em US$ 685,1 milhões, enquanto as importações ficaram em US$ 368,6 milhões. “Goiás vem conseguindo recordes consecutivos de superávits, o que significa ingresso de moeda forte na economia goiana. Mesmo com uma economia nacional mais fraca, estamos conseguindo este resultado positivo”, avalia Andrea.ContextoMas, para especialistas, boa parte destes resultados positivos é fruto do posicionamento da economia goiana no comércio exterior. O Estado exporta basicamente produtos primários, como grãos, carnes e minérios, cuja venda não sofre tantas oscilações como acontece no mercado de produtos industrializados. “São commodities, cujo volume pode oscilar conforme o movimento da economia externa, mas dificilmente pode cessar”, explica Andrea.No último mês de abril, apenas soja e carnes representaram 73,7% do que Goiás vendeu para fora. A soja, que ocupa a primeira posição entre os produtos mais exportados, movimentou US$ 386,5 milhões (ou 56% de tudo o que o Estado comercializou). As carnes, por sua vez, somaram US$ 121 milhões (17,7%).O analista de mercado da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) Pedro Arantes avalia que a venda expressiva de soja é decorrente de mudanças no mercado internacional. Os produtores americanos venderam mais soja no mercado futuro do que conseguiram produzir. “Agora estão comprando soja de outros País para cumprir acordos e para atender o estoque interno”, diz.CarnesQuanto às carnes, embora as vendas estejam 11,7% menor do que no mesmo mês de 2013, a demanda do mercado externo por produtos alimentícios é a principal responsável pelo destaque. A China foi responsável pela compra de 40,7% do total de produtos exportados. Os chineses compraram, justamente, carne e soja.Já as importações, continuaram sendo puxadas pelos veículos automóveis, tratores e por produtos farmacêuticos. Juntos estes produtos representam 50,3% do total de importação. Apenas veículos, tratores e peças representaram 29,9% (US$106,5 milhões). Insumos para a indústria farmacêutica, por sua vez, representaram 21,4% (US$ 79,1 milhões). Coreia do Sul, Japão e Alemanha foram os países que mais venderam para Goiás.-Imagem (Image_1.543212)