O empreendimento Bioplace Biotecnologia, ficou em segundo lugar na principal competição que envolve startups em ciências da vida do Brasil, a BioStartup Lab. O resultado foi anunciado na última quinta-feira (27), em Belo Horizonte.A empresa goiana ficou entre os 21 melhores projetos dos 313 empreendedores inscritos no concurso. Ao todo, os participantes vieram de 50 instituições de 14 estados e três países diferentes.A Bioplace Biotecnologia apresentou um projeto que visa poupar tempo e custo no processo de pesquisa e desenvolvimento de novas drogas. A ideia reúne novos softwares de bioinformática que realizam testes iniciais de segurança em moléculas de medicamentos.O CEO da startup, Arthur Scalzitti Duarte, contou como funciona a ideia. “De maneira virtual, a suíte Bioplace indica quais moléculas possuem alguma característica negativa. Dessa forma, em um estágio inicial de pesquisa, a utilização dessa estratégia, pode eliminar de 60% a 80% o número de moléculas que serão efetivamente testadas”, explica o biotecnologista formado Universidade Federal de Goiás (UFG).A startup goiana esteve por dois meses em Belo Horizonte, participando de um programa intensivo de pré-aceleração. “A participação no programa impulsionou o desenvolvimento no que diz respeito a parte técnica e de negócios. Tivemos acessos a coachings, workshop e capacitações”, relembra Arthur.A competição BioStartup Lab é uma iniciativa da Biominas Brasil e do Sebrae Minas e existe para inspirar, engajar e acelerar a nova geração de empreendedores e startups de ciências da vida.&nbsp;O foco está nas áreas de saúde humana, agronegócios/saúde animal, meio ambiente e digital health.

Empresa goiana conquista o segundo lugar na competição nacional em startups de biotecnologia

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Em sua primeira entrevista após ser contratado, o CEO do Goiás, Luciano Paciello, de 50 anos, disse nesta terça-feira (19) que o orçamento do clube para o futebol em 2024 será de R$ 50 milhões - para todas as áreas e não só para o futebol - e prometeu fazer "um projeto que mude o patamar do Goiás".

"Temos orçamento definido na ordem de R$ 50 milhões. Como vai ser utilizado, vamos discutir internamente. É um&nbsp;número expressivo para o ano de 2024. Com a situação financeira do Goiás e esse orçamento já definido, temos grandes possibilidades de termos um ano muito proveitoso, tanto do ponto de vista esportivo quanto financeiro. Estando o clube estruturado, isso faz diferença para fazer bons negócios", contou Paciello.

O dirigente, que tem experiência de ter trabalhado no Palmeiras de 2013 a 2019, falou que está perto de definir o diretor de futebol e a comissão técnica do Goiás para a próxima temporada. Paciello fez até uma comparação com o clube paulista dizendo que, há dez anos, o Palmeiras estava em situação desfavorável em relação ao que o Goiás vive hoje.

Paciello disse que o Palmeiras tinha receitas adiantadas e não tinha estádio para jogar porque o Allianz estava em reconstrução.

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"O&nbsp;Goiás está muito mais preparado hoje do que o Palmeiras estava em 2013, do ponto de vista financeiro e de governança. O Goiás não tem adiantamento de receita, tem situação financeira sólida, um centro de treinamento importante, local para jogar. O Palmeiras estava com estádio em construção, jogava em outors lugares. Isso te dá muito mais bagagem e potencial de fazer o que tem que ser feito", disse Paciello.

Sobre o projeto que tem para o clube, falou em projeto de mudança de patamar. "Venho para fazer um projeto que mude o patamar do Goiás e mostrar para o futebol brasileiro que pode ser feito com responsabilidade, metas, governança e resultados esportivos que podem ser alcançados. Na minha visão, é de fora para dentro do campo. Futebol é reflexo do que você faz e pode fazer fora das linhas."

Paciello também disse que terá liberdade total para tomar decisões e que só reportará seu trabalho ao Conselho de Administração do Goiás, estrutura que será adotada a partir de 2024 para gerir o clube - foram eleitos três conselheiros e outros dois serão contratados para integrar este conselho.

"Tenho total liberdade para executar minhas funções. Existe orçamento, metas e governança. Ao Conselho, simplesmente vou reportar as informações. Eles (conselheiros) não vão estar no dia a dia da operação. Tenho&nbsp;total liberdade para executar da maneira que estiver definida dentro do orçamento", contou Paciello.

CEO do Goiás revela orçamento de R$ 50 milhões e que vai fazer "projeto que mude o patamar" do clube

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Enquanto uma geração de jovens empreendedores na casa dos 30 anos funda e comanda suas startups e fintechs, novos negócios ligados a tecnologia, os senhores de cabeça branca ainda são maioria no posto de CEO, sigla em inglês para chief executive officer --ou presidente de empresa, numa tradução livre. A idade média nesse caso, é de 50 anos.Pelo manual das maiores organizações, o comando deve ser exercido por quem detém conhecimento técnico e prático sobre a natureza do negócio, mas também que reúna habilidades mais sutis e intangíveis, que normalmente são adquiridas ao longo do tempo, na vivência do dia a dia."As gerações mais novas não passaram por crises, não tiveram que reestruturar empresas, demitir em massa, fechar algumas unidades de negócios. São tarefas árduas e difíceis, que exigem repertório que usualmente profissionais mais velhos já vivenciaram", diz David Braga, presidente e headhunter da Prime Talent e professor da Fundação Dom Cabral.Braga afirma, porém, que existem profissionais jovens com parte dessa experiência e que a idade não deve ser usada como um desabonador."Nenhuma empresa vai arriscar entregar o comando de primeiro nível para uma pessoa que não tenha capacidade de entregar os resultados. É uma cadeira que não pode ter erros. Pode ser uma pessoa de 40 anos que tenha essa robustez", diz o professor.Nos levantamentos locais que tratam sobre a idade na alta cúpula, os jovens sempre são minoria. Uma pesquisa do jornal Valor Econômico, feita no início de 2020, mostra que, na época, apenas dois presidentes das 70 empresas listadas na Bolsa de Valores do Brasil tinham menos de 40 anos.Nos Estados Unidos, a idade média de idade dos &nbsp;CEOs do índice S&amp;P 500 é de 58 anos, segundo levantamento do Wall Street Journal.A maioria dos jovens presidentes de empresas no Brasil, e não raro no mundo, teve o que pode ser chamado de aula particular em vivência empresarial. São netos ou filhos dos fundadores, que ganharam experiência acompanhando, muito jovens, a rotina dos negócios da família."Meu único emprego foi na MRV Engenharia. Comecei com 18 anos como estagiário, fui trilhando um caminho tradicional até chegar ao cargo de CEO. Já são seis anos nessa função", diz Rafael Menin, 39.O executivo é filho de Rubens Menin, fundador da empresa, e diz que tem o seu pai como principal mentor da trajetória profissional."Ter o fundador como um coach facilitou. Tive muito mais contato com meu pai do que com qualquer outro executivo. Claro que a carga foi maior por ser pai e filho. Ajuda por esse lado [da proximidade], mas por outro lado o escrutínio era maior, colocam uma lupa", afirma.Quando Rafael assumiu a presidência da empresa, aos 33 anos, foi considerado um dos presidentes mais jovens do Brasil em uma companhia com o porte da MRV."Moramos no mesmo prédio, viajamos juntos, temos uma relação muito próxima. Claro que discordamos muitas vezes, mas sempre chegamos a um consenso", afirma ele.Segundo Rafael, sua gestão trouxe inovação para o negócio. "A empresa está cada vez mais digital, lançando vários serviços agregados. Nosso objetivo é oferecer mais do que um apartamento, mas uma solução de moradia", explica.Trazer "sangue novo" para os negócios é uma das atribuições mais reconhecidas entre jovens presidentes.Inovação também é um dos marcos da gestão de Pedro de Godoy Bueno, 33, que assumiu a presidência da Dasa, empresa do ramo de medicina diagnóstica, aos 24 anos. Ele diz que, desde então, a empresa cresceu e passou a investir na inteligência artificial como um complemento da medicina."Na época em que eu assumi como presidente, foi uma proposta ousada. Eu tinha 24 anos e nunca tinha tido experiência em gestão. Acabei topando, não tinha condição de ser CEO, mas fui", afirma ele.O pai de Pedro, Edson, é o fundador da Amil. A família havia vendido recentemente a empresa quando decidiu comprar a Dasa, em 2013."Não foi uma indicação do meu pai, ele se manteve neutro &nbsp;na escolha do meu nome. Quan- do meu pai faleceu, em 2017, notamos que poderíamos fazer &nbsp;muito mais e resolvemos reestruturar a companhia", diz.Segundo ele, no exercício do comando, percebeu que o negócio da empresa não era fazer exames, era fazer saúde. "Você consegue fazer mais quando atua como um ecossistema integrado. O problema da saúde é fragmentação. Acabamos fundindo e buscando outros alvos. Sempre focados na tecnologia e na atenção primária."Ele conta que nunca sofreu preconceito por ser jovem. "Até pelo fato de ser gay, sou minoria, e passei por outros preconceitos na vida. Nunca sofri preconceito por ser jovem, gerava estranheza. Mas ser sócio e parte da família acionista também gerava uma proteção natural."Não é sempre, no entanto. Fabrício Mitre, 36, diz que sofreu com o estranhamento das pessoas. A Mitre Realty, incorporadora de imóveis de luxo da capital paulista, tem mais de 50 anos e foi fundada pelo avô dele. Mitre tornou-se presidente aos 23. E se lembra de reuniões em que as pessoas se espantavam quando ele dizia que era o presidente."Já chegaram a me perguntar se meu pai estava chegando. Quando eu dizia que era o Fabrício, as pessoas ficavam muito surpresas", diz.Em 2020, a Mitre fez o seu IPO, dentro do movimento de modernização defendido pelo jovem empresário. "Foi a primeira abertura de capital do ano e a primeira de uma incorporadora desde a Direcional, que tinha sido em 2010.""Cada vez mais a nova geração está assumindo o poder, representada por pessoas que unificam o conhecimento técnico e de base", diz David Braga, presidente e headhunter da Prime Talent e professor da Fundação Dom Cabral.

CEO com menos de 40 anos ainda é raridade

A relação estabelecida entre a microcefalia e o zika vírus este ano rendeu um reconhecimento mundial que voltou os olhos de todos para o Brasil, especificamente para Goiás. A goianiense Celina Turchi, de 64 anos, doutora especialista em doenças infecciosas da Fiocruz Pernambuco, foi uma das escolhidas pela revista científica “Nature” para integrar a lista dos dez cientistas mais importantes do mundo em 2016.“Não imaginei que receberia este reconhecimento. Foi, com certeza, uma grata surpresa”, diz. Com formação em doenças infecciosas, Celina afirma que sempre gostou da área de epidemiologia. Após trabalhar por 25 anos na Universidade Federal de Goiás (UFG), onde se graduou em medicina, a pesquisadora entrou para a equipe da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) há oito anos a convite da instituição. Pouco tempo depois passou a fazer parte do grupo de pesquisadores da Fiocruz no Estado, onde mais tarde coordenaria uma equipe que conseguiu estabelecer a relação clara e certeira, pela primeira vez na história, entre a microcefalia em recém-nascidos e o zika vírus.Durante o período em que a epidemia de zika tomou o Brasil, não se imaginava o que viria em seguida. O aumento da quantidade de recém-nascidos com a cabeça menor que o normal foi rapidamente observado por médicos e pesquisadores do Pernambuco, local onde a incidência foi maior. Testes para doenças conhecidas que podem gerar a má-formação, como herpes ou toxoplasmose, davam negativo. A questão foi notada pelas neuropediatras Ana e Vanessa Van Der Linden, mãe e filha, que notificaram a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Vanessa chegou a receber o prêmio Liderança para as Américas, do centro de estudos Diálogo Interamericano, em Washington.Ao mesmo tempo, o médico e professor da UFPE Carlos Brito levantou a hipótese da relação entre a microcefalia e o zika vírus, que havia se tornado epidemia uns meses antes. “Mas era difícil observar esta relação, porque não tinha teste diagnóstico disponível. Quando nascia, já não era possível identificar o vírus na criança, porque a mãe havia sido infectada há tempos”, explica Celina.Enquanto a pesquisadora goiana estudava dengue, já de olho no que acontecia, o Ministério da Saúde já entrou em contato, por volta de setembro, pedindo para que ela fizesse uma avaliação das características e enviasse relatórios ao órgão federal. Nesse momento havia uma hipótese de pesquisa. “Não tinha na literatura que zika poderia causar má-formação. Nosso papel foi estabelecer a rede de cientistas interessados no tema e montar um projeto que pudesse responder de forma adequada essa associação”, diz.No grupo intitulado Microcephaly Epidemic Research Group (Merg), Celina reuniu pesquisadores do Pernambuco e de outras partes do mundo para o estudo que iria durar o ano todo. A pesquisa ficou concentrada em oito maternidades com maior incidência de casos no Pernambuco. Em setembro, o estudo preliminar foi publicado e mostrou que a hipótese se confirmava: grávidas infectadas com zika vírus haviam tido bebês com microcefalia. A pesquisa final foi finalizada no último dia quinze, e em cerca de dois meses deve ser publicada, após conclusão de análises.ReconhecimentoA cientista goianiense Celina Turchi diz que ser citada como uma das 10 cientistas mais importantes de 2016 pela revista Nature é uma mensagem sobre a “importância dos institutos de pesquisa que lidam com eventos” como a epidemia de zika. “Graças a um laboratório montado para observar, tínhamos capacidade técnica para rapidamente avançar nos testes, na identificação, testes em grandes quantidades. A gente contou com essa rede de especialistas da mais alta qualidade tanto em Recife quanto em outros locais.”Para ela, trabalhar na descoberta foi um “privilégio”. “Foi um privilégio ter participado desse momento, que era um evento trágico, mas ao mesmo tempo de muita oportunidade de pesquisas e intercâmbio de pesquisadores.”

Celina Turchi no radar mundial

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Em entrevista ao POPULAR, a cientista Celina Turchi explica sua pesquisa e como foi a descoberta da relação entre microcefalia e o zika vírus.A pesquisa sobre a relação entre microcefalia e o zika vírus foi iniciada em janeiro. Antes disto, a senhora realizava pesquisas e estudos sobre o quê?Antes eu trabalhava com projetos em dengue, e passar a trabalhar com zika foi quase como um passo natural. Muitos dos atuais pesquisadores de zika foram da área de dengue. Em setembro do ano passado, quando o Ministério da Saúde me convidou para estudar sobre o assunto, ainda tinha pouca coisa sobre zika, e vejo que o Brasil teve a coragem de identificar que isso era um problema de saúde pública importante. Logo o ministério solicitou que o grupo de pesquisa de Pernambuco fizesse um projeto que pudesse estabelecer esta associação. Foi aí que eu e um grupo de pesquisadores nacionais e internacionais nos mobilizamos para fazer esse projeto no menor espaço de tempo possível e dar evidência solicitado.Como se deu o início do estudo?Inicialmente o grupo precisava excluir que a microcefalia não se dava por vacina, exposição ambiental ou agrotóxico. Havia muita especulação no começo que era vacina ou agrotóxico. Em seguida, o acompanhamento com bebês em oito hospitais da rede pública foi iniciado. Foi um estudo que demandou bastante tempo e trabalho de laboratório.Antes que a pesquisa fosse iniciada, o Ministério da Saúde já havia divulgado sobre a relação entre o zika vírus e a microcefalia. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis (CDC) dos Estados Unidos e o Instituto Evandro Chagas, em Belém, já haviam falado sobre essa relação. Qual o diferencial da pesquisa coordenada pela senhora?Não é que eles já haviam estabelecido a relação. Eles ajudaram estudando casos que são evidências importantes. É importante descobrir os vírus em fragmentos de tecidos. A diferença é que estudamos casos de neonatos juntamente com um grupo controle de comparação muito bem estabelecido. É claro que toda a ciência juntou diferentes fontes. O que nos diferencia dos estudos anteriores é a perspectiva de ter um grupo de comparação que também foi investigado, nascido no mesmo período, no mesmo hospital. É possível excluir, por exemplo, fatores ambientais e ter uma avaliação mais acurada. Compartilho este reconhecimento com os outros profissionais e vejo que o Brasil foi um grande protagonista nisso tudo.Na época em que a descoberta estava sendo feita no Brasil, a Polinésia Francesa, onde houve um surto de zika vírus em 2013/2014, foi avisada para que observasse a possibilidade de relação com microcefalia. Como foi isso?Na Polinésia Francesa, a reanálise foi feita depois que os casos haviam acontecidos no Brasil e a possibilidade de relação estava sendo levantada. Foi o Brasil que fez o contato com a vigilância na França e pediu para que eles contassem o número de casos de microcefalia. Mas lá o aborto é permitido, então eles contaram os casos de aborto de crianças com a má-formação congênita.A senhora imaginava esta relação entre zika e microcefalia? A gente já conhecia a possibilidade, porque vários vírus causam má-formação. O que a gente não tinha ideia é que o zika vírus, transmitido por vetor, pudesse ter efeitos tão importantes nesta má-formação de crianças. No início, eu tinha a percepção de que era um evento de saúde muito importante, mas em nenhum momento eu pude imaginar que teria essa dimensão internacional.