A qualidade do ar em Goiânia e na região do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), mesmo que o elemento seja monitorado pelo Estado, é desconhecida. Isso ocorre porque apenas 1 entre os 8 poluentes que deveriam ser monitorados é verificado pelos três aparelhos estaduais, dois instalados na capital e um em Anápolis. Pesquisa do Instituto Saúde e Sustentabilidade, intitulada Monitoramento da qualidade do ar no Brasil, constata que esta fiscalização no Estado é desatualizada. Além disso, aponta que o número de equipamentos é insuficiente.Em Goiás o monitoramento é feito apenas em relação às Partículas Totais em Suspensão (PTS). A medida deste elemento tornou-se desatualizada, pois este não é mais considerado como um poluente relevante a ser monitorado, como indica as leis americanas e europeias. As PTS “têm pouca importância em efeitos para a saúde diante das medidas do material particulado de diâmetros menores (10 e 2,5 micrômetros - µm), hoje largamente utilizados”, diz a pesquisa. Estas partículas são aquelas que apresentam diâmetro de até 50 µm.As PTS afetam apenas as vias aéreas superiores, ou seja, as narinas e são mais importantes em relação às condições estéticas das cidades, já que gera aquele aspecto de fumaça sobre a cidade em determinadas épocas do ano. No entanto, estes mesmos aparelhos utilizados no Estado não conseguem medir a presença de substâncias bem mais nocivas, como o dióxido de nitrogênio, que é produzido pelos automóveis e são prejudiciais à saúde, já que causam irritação nas vias aéreas inferiores, ou seja, aos pulmões.A pesquisa também critica os amostradores de grande volume, que são os aparelhos do Estado utilizados no monitoramento do ar. Para os pesquisadores, os equipamentos são obsoletos, por serem do tipo manual que “demandam maior tempo de amostragem em número de medições horárias e diárias, e análise laboratorial após as medições, o que também explica não haver a atualização diária dos dados”. Os dados são colhidos uma vez por semana, às segundas-feiras, e divulgados no site da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).Superintendente de Qualidade Ambiental da Semarh, Luciano Henrique de Moura afirma que o Estado cumpre as normas previstas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), em relação às PTS. Diz ainda que a qualidade do ar nas regiões monitoradas permanece entre regular e moderada. A exigência do Conama é que o ar se mantenha em até 80 µg (micrograma) por metro cúbico de ar. Até 120 µg, o ar é considerado regular e, entre esse valor e 160 µg, é moderado. Dos três aparelhos de Goiás, o que registra a pior qualidade é o que fica no Daia, em função das indústrias na região.O superintendente afirma que é feita uma fiscalização, especialmente com relação às fábricas, que devem manter ações que diminuam a emissão de poluentes. Este trabalho também conta com apoio da Superintendência de Vigilância em Saúde, com o programa VigiAr. Em Goiás, a maior preocupação é com o tempo seco, em que o ar acumula mais partículas poluentes e a qualidade diminui.A pesquisa mostra que Sergipe e Distrito Federal monitoram 3 poluentes e que só 1,7% dos municípios brasileiros fazem monitoramento do ar,