Detentos que cumpriam pena na Casa de Prisão Provisória (CPP) de Rio Verde, no sudoeste de Goiás, filmaram enquanto cavavam um túnel que possibilitou a fuga de 13 presidiários. As imagens foram postadas em redes sociais e mostravam os detentos rindo e festejando. A fuga ocorreu na madrugada de sábado (9). O túnel de aproximadamente três metros liga o banheiro à horta do complexo, que fica de frente para a rua. Os detentos passaram pelo túnel, pularam um alambrado e fugiram sem ninguém perceber. As câmeras de monitoramento da CPP também registraram o momento em que 13 presidiários conseguiram escapar. Segundo o juiz Felipe Morais, que avalia o caso, pelas imagens divulgadas, é possível notar que nenhum agente carcerário estava na parte externa do prédio quando houve a fuga. O juiz procura informações sobre quantos dias os presos levaram para cavar o túnel. De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária e Justiça (Sapejus), um dos foragidos foi recuperado no dia seguinte. A secretaria afirma ainda que abriu sindicância para apurar as circunstâncias e responsabilidades da fuga e do vídeo feito pelos detentos.<div attr-cid="policy:1.633491" attr-version="policy:1.633491" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.633491" data-onecms-type="image" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.633491', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.633491">Imagem (1.633491)</a></div>

Presos filmaram fuga de presídio e postaram imagens na internet

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Na corrida de rua, há oportunidades para todos os tipos de atletas. Alguns optam por aumentar progressivamente a distância até chegar aos 21 km (meias-maratonas), aos 42 km (maratonas) ou até mais do que isso (ultramaratonas). Outros preferem se especializar nos 5 km, não pela aparente facilidade, mas pelo estilo da distância.Na série Corre que Dá, do POPULAR, a reportagem buscou quatro atletas de certa experiência nos 5 km, além de uma treinadora, para contar os segredos da distância.A goianiense Suzana Aguiar, de 45 anos, possui as suas atividades voltadas para triatlo, natação e corrida de rua. Para ela, os circuitos de 5 km são a prova de que todos podem ser atletas.“É onde a paixão encontra o propósito, seja para o iniciante que busca o primeiro desafio, seja para o atleta experiente que persegue a máxima velocidade”, resumiu.De acordo com Suzana, os 5 km são uma distância de equilíbrio, em que o principal conselho é focar no treinamento intervalado de alta intensidade, como tiros mais curtos em ritmo forte, com recuperação. Isso aumenta o limiar de lactato (composto químico derivado do metabolismo da glicose) e a velocidade máxima.Suzana Aguiar afirma também que é necessário não se esquecer dos treinos contínuos para preparar o corpo para a distância. Segundo ela, é fundamental fortalecer a musculatura para ganhar potência e evitar lesões. “Pense nos 5 km como um sprint longo. Você precisa de velocidade e resistência para mantê-la”, explicou.A xará da treinadora, Suzana Gomes, de 37 anos, é uma empresária natural de Conceição do Araguaia (PA), que mora em Goiânia desde 1990. No esporte, ela começou com pequenas corridas no crossfit em 2023. Em março de 2024, iniciou na corrida de rua. Quatro meses depois, inscreveu-se para a primeira prova.Desde então, Suzana Gomes disputou 24 corridas. Em 23, subiu ao pódio, entre os de categoria e o geral. “Cada uma dessas conquistas me mostrou que, quando a gente se dedica de verdade, o corpo responde, a mente expande e o impossível começa a ficar mais perto”, pontuou.Nos 5 km, o principal resultado de Suzana Gomes foi alcançar um tempo de 19min35. “É um número que carrega muito mais do que performance. Ele representa disciplina, superação e tudo o que precisei enfrentar para chegar até aqui”, declarou.Suzana Gomes contou que, para se especializar em provas de 5 km, é preciso entender que essa distância exige uma combinação de velocidade, resistência, técnica e consistência de treino. É uma prova curta, mas extremamente intensa, e por isso os detalhes fazem toda a diferença.“Para começar nos 5 km, construa uma base com corridas leves e constância. Respeite seu ritmo, evolua aos poucos e inclua fortalecimento para evitar lesões. Varie os treinos para ganhar fôlego e confiança. E lembre-se: sua primeira prova é mais sobre viver a experiência do que sobre performance.”A diarista Neuriele Noleto, de 33 anos, é natural de Natividade (TO) e se mudou para Goiânia aos 6 anos. Assim como Suzana Gomes, ela também começou a correr em 2023. Antes, fazia apenas crossfit e musculação. No mês de novembro, participou da sua primeira corrida de rua. Com o tempo, foi aumentando a quantidade.“Para nos especializarmos em provas de 5 km, recomendamos ter uma ajuda de um bom profissional, uma assessoria, um professor, que vai passar treinos especializados. Mas o maior fator para ser bem-sucedido na modalidade é a constância e dedicação. Tem dias que não são fáceis. Não devemos nunca nos comparar a ninguém. Devemos ter perseverança”, destacou Neuriele.O treinador de corrida de rua goianiense Leandro Garcia, de 24 anos, começou a praticar corridas há três anos e, desde a primeira prova, percebeu que levava jeito para o esporte. Decidiu continuar e se dedicar para poder evoluir. Seu principal tempo foi no Circuito Junino de 2025, em que realizou os 5 km em 16min53 e terminou em 3º lugar - os dois primeiros fizeram 16min44 e 16min35, respectivamente.“O segredo está nos treinamentos personalizados e contínuos, pois se trata de uma distância com uma alta intensidade durante a prova, então a constância nos treinamentos te leva a conseguir manter um ritmo elevado durante toda a prova. A principal dica é respeitar as etapas de evolução, portanto iniciar com um acompanhamento específico e ir melhorando seu tempo de forma gradual”, comentou.Iriane Ferreira, de 50 anos, é natural de Natal (RN) e mora em Aparecida de Goiânia há cerca de 30 anos. Começou a praticar corrida há seis anos e, depois de um ano, já estava competindo em provas de 5 km. Suas principais conquistas foram conseguir realizar essas provas em menos de 20 minutos, com tempos entre 18 e 19 minutos.“Precisa de um treinamento direcionado para a modalidade de corrida em que você quer competir. Sozinho você não consegue evoluir e corre o risco de se lesionar. O fator mais importante é ter um treinador de corrida, se alimentar de forma saudável e, se possível, ter o apoio de um nutricionista e fazer fortalecimento muscular com ajuda de um personal”, contou.O que todas essas pessoas têm em comum? A paixão pela modalidade de 5 km. Existe no meio esportivo a opinião de que essa distância, por ser a porta de entrada perfeita para a corrida, conforme atesta a treinadora Suzana Aguiar, serve apenas para iniciantes. Segundo a profissional, isso não passa de um mito.“Os 5 km, no alto rendimento, são uma prova de extrema velocidade e resistência aeróbica e anaeróbica. Para ser um atleta de alto nível nessa distância, é preciso treinar em ritmos elevadíssimos. Os corredores de elite dos 5 km estão entre os atletas mais rápidos do mundo”, salientou.Suzana Aguiar acredita que é totalmente possível ser um atleta de alto nível focando exclusivamente nos 5 km. “O foco do treinamento muda da pura resistência (como na maratona, por exemplo) para a potência, explosão e manutenção de um ritmo insano por 15 a 20 minutos. É uma disciplina por si só. Os 5km podem ser uma excelente transição, mas não devem ser reduzidos apenas a isso”, complementou.Na parte mais técnica, Suzana Aguiar explicou que os 5 km criam uma base cardiovascular e muscular sólida, ensinam a gerenciar o ritmo e a lidar com o ambiente de prova, o que é valioso para qualquer distância. No entanto, para corredores mais experientes, os 5 km servem como um desafio de velocidade e podem ser usados como um excelente indicador de fitness.“Correr os 5 km mais rápido que o seu tempo anterior melhora o seu ritmo base para qualquer outra distância. Trate os 5 km com o respeito que eles merecem: é uma chance de ser rápido de verdade”, aconselhou a treinadora.Iriane Ferreira, por exemplo, já correu até 21 km, mas prefere as provas de 5 km, em que ela pode se desafiar no “máximo do máximo”. Para Leandro Garcia, que tem três maratonas percorridas na vida, a emoção dos 5 km ainda é a sua preferência pois se sente melhor, devido ao tempo menor de prova e à alta intensidade.O mesmo vale para as duas outras atletas. Neuriele já correu 10, 16 e até 21 km, porque queria saber como era a experiência de longas distâncias. Porém, sente que seu corpo reage melhor nos 5 km, que ela se sente mais segura para disputar. Suzana Gomes concorda.“Já corri outras distâncias, inclusive 16 km, e hoje meus treinos variam entre 8 e 12 km. Mas, mesmo com essa base maior, realmente me identifiquei com as provas curtas. Nos 5 km, consigo manter um ritmo forte do início ao fim, e isso fez com que eu me destacasse e conquistasse alguns pódios. É uma distância que combina com meu estilo de corrida e com a intensidade que eu gosto de entregar”, analisou a empresária.Há alguns conselhos. “Comece devagar, não tenha pressa. A evolução vem com o tempo e com a disciplina”, disse Iriane. “Não precisa correr tudo, o mais importante é começar, colocar os tênis e sair para caminhar. Só o ato de você levantar do sofá e sair para a rua já é uma vitória”, completou Neuriele.“Para finalizar, a mensagem principal é: respeite os 5 km. Não os veja apenas como um ponto de partida, mas como uma ferramenta poderosa para aprimorar sua velocidade e construir a disciplina que a corrida exige. Se você dominar a arte de correr 5 km rápido e forte, estará pronto para dominar qualquer distância”, finalizou a treinadora Suzana Aguiar.

Corre que dá: como ser especialista em provas de 5 km

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BOMBEIROS FOLGA MORTAL POP

<div attr-cid="policy:1.3346089" attr-version="policy:1.3346089:1764953925" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3346089" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3346089', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3346089">BOMBEIROS FOLGA MORTAL POP (1.3346089)</a></div>

Ronivon Almeida da Silva, de 39 anos, o homem que morreu ao dar um salto "mortal” em uma praça de Goiânia, foi socorrido após o acidente por um bombeiro que estava de folga. Uma câmera de monitoramento mostra o instante em que a vítima (de camisa azul) praticou a acrobacia no banco e caiu em cima do pescoço. Em seguida, pessoas se aglomeram ao perceberem a gravidade da situação, e o bombeiro aparece para prestar os primeiros socorros até a chegada da viatura (veja o vídeo acima).&nbsp;

O acidente aconteceu na noite de terça-feira (2), no Setor Novo Horizonte. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o Ronivon ainda apresentava sinais vitais, mas teve início de uma parada cardiorrespiratória. Contudo, mesmo com a aplicação da massagem cardíaca e dos atendimentos da viatura de suporte avançado com médico e enfermeiro, o homem não resistiu e morreu ainda no local.&nbsp;

Os bombeiros alertam para os riscos de morte nas práticas de saltos e acrobacias, sejam em piscinas de espuma, camas elásticas, águas rasas ou atividades ao ar livre, como o salto mortal.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3345734" attr-version="policy:1.3345734:1764886314" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3345734/Captura de tela 2025-12-04 191145.png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Banco onde ocorreu o incidente, na praça do Setor Novo Horizonte, em Goiânia (Reprodução / TV Anhanguera)

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/homem-morre-ao-dar-salto-mortal-em-praca-de-goiania-video-1.3344889" target="_blank">Homem morre ao dar salto mortal em praça de Goiânia; vídeo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/homem-que-morreu-ao-dar-salto-mortal-brincava-com-filho-em-praca-de-goiania-1.3345138" target="_blank">Homem que morreu ao dar salto mortal brincava com filho em praça de Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/adolescente-morre-apos-levar-soco-na-costela-durante-brincadeira-de-lutinha-em-formoso-diz-delegado-1.3289937" target="_blank">Adolescente morre após levar soco na costela durante brincadeira de 'lutinha', em Formoso, diz delegado</a></div>

<h2>Quem era a vítima&nbsp;&nbsp;</h2>

No instante do incidente, a vítima brincava com o filho, de 11 anos, que estava ao lado em uma bicicleta. Ele era considerado brincalhão e tinha o costume de dar saltos desde a infância, época que morava no interior de Goiás, segundo a prima, Tatiely Almeida&nbsp;

Era o primo mais velho da nossa família. Sempre alegre, brincalhão. Ele estava brincando com o filho. [...] A gente cresceu no interior brincando de salto, capoeira, fazia isso muito”, disse a prima à TV Anhanguera.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3345145" attr-version="policy:1.3345145:1764799244" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3345145/Proporção para foto do site (76).png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Ronivon Almeida da Silva, de 39 anos (Reprodução/TV Anhanguera)

Natural de Acreúna, o homem trabalhava em uma fábrica de bebidas. O POPULAR não conseguiu informações sobre o velório&nbsp;

Familiares relataram à TV Anhanguera que após o incidente, Ronivon teria conseguido avisar que machucou o pescoço antes de perder a consciência. Uma irmã dele, que não quis se identificar, contou que, no início, a família pensou que ele estava brincando que se machucou.&nbsp;

<cite>Minha irmã estava sentada virada de costas. Ela pensou que ele estava brincando, na hora.&nbsp; Ela falou: ‘Para, você está de brincadeira’. Aí deu no que deu”, afirmou.&nbsp;</cite>

A familiar disse ainda que estava em uma aula de zumba no instante do ocorrido e percebeu diversas pessoas se juntarem no local: “Vi aquela multidão em volta no chão, e não imaginaria que era ele, porque, no entanto, ele ia trabalhar. Eu deixei ele ir falando que ia trabalhar”.

<h2>Acidente</h2>

O Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO) informou que uma equipe foi acionada e, quando chegaram no local, Ronivon ainda estava vivo, conforme a TV Anhanguera. Contudo, apesar de serem realizadas as manobras de reanimação, a vítima morreu no local.&nbsp;

De acordo com a corporação, as Polícias Militar e Científica foram chamados para a ocorrência. O POPULAR entrou em contato com a Polícia Científica para obter informações sobre a dinâmica do acidente, mas não houve retorno.&nbsp;

A assessoria de imprenda da Polícia Civil de Goiás (PCGO) informou, nesta quarta-feira (3), que foi solicitado perícia para constatar a causa da morte do homem.&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3345319" attr-version="policy:1.3345319:1764844946" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3345319" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3345319', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3345319">Webstories - Homem que morreu ao dar mortal brincava com filho em praça (1.3345319)</a></div>

Homem que morreu ao dar salto mortal foi socorrido por bombeiro de folga até a chegada da viatura; vídeo

TRAGÉDIA

O Tribunal de Justiça de Goiás suspendeu, por meio de decisão liminar, o Edital de Chamamento Público nº 003/2025, publicado pela Prefeitura de Goiânia para o credenciamento de médicos na rede municipal de saúde. A determinação é do juiz William Fabian, da 4ª Vara da Fazenda Pública Municipal, após ação ajuizada pelo Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego). A decisão mantém todos os contratos firmados anteriormente, com os valores originais.

Na ação, o Simego apontou irregularidades como a redução da remuneração dos médicos. O sindicato chegou a apontar queda de 35% dos valores recebidos pelos profissionais da saúde. O sindicato também destacou que, no caso dos médicos generalistas com jornada de 20 horas semanais, a remuneração prevista caiu de R$ 10,5 mil para R$ 8 mil, uma redução de cerca de 23%.

A diretora administrativa do Simego, Sheila Suárez Ferro Lustosa, destacou que o próprio magistrado reconheceu que a manutenção dos valores atuais não causa prejuízo à administração pública. “O juiz enfatizou que manter a remuneração atual não prejudica a Prefeitura. Pelo contrário, garante segurança jurídica e estabilidade ao serviço prestado. Para nós, isso representa uma vitória significativa e mostra que o Cimego está atento, atuando de forma técnica e jurídica para impedir a precarização da remuneração médica”, afirmou.

Ainda foi levantado pelo setor a equiparação indevida de titulações — admitindo profissionais sem o Registro de Qualificação de Especialidade (RQE) para vagas que exigiam a certificação —, e condições contratuais consideradas abusivas, como jornadas de até 24 horas contínuas, metas excessivas de produtividade e possibilidade de remoção sem aviso prévio.

Um dos pontos reconhecidos pela Justiça foi a ausência de aprovação do novo modelo de remuneração pelo Conselho Municipal de Saúde. De acordo com a decisão, a legislação federal e normas do Tribunal de Contas dos Municípios exigem que qualquer tabela de valores para credenciamento de serviços de saúde seja obrigatoriamente apreciada e aprovada pelo Conselho. No caso do edital suspenso, não foi comprovada essa submissão prévia, o que, segundo o juiz, caracteriza um vício formal insanável.

O procurador do município Wandir Allan contou que vai recorrer da decisão por meio de agravo de instrumento junto ao Tribunal de Justiça. Segundo o procurador, o edital já havia recebido parecer favorável antes mesmo de ser publicado. “Antes da publicação do edital, eu fiz um parecer dizendo que era possível estabelecer valores distintos da tabela aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde, desde que houvesse justificativa técnica para isso”, explicou.

Ele destacou ainda que essas justificativas constam formalmente no processo. “A Secretaria de Saúde trouxe os parâmetros de valores, os preços praticados em outros municípios, inclusive na região metropolitana, além das limitações orçamentárias. Esse valor não saiu do nada, nem da ideia do secretário”, afirmou.

Wandir Allan ainda destacou que vai “demonstrar os danos decorrentes dessa suspensão, porque estamos falando de dois valores em confronto: de um lado, o interesse patrimonial de quem está sendo remunerado, e do outro, a saúde pública, que precisa da contratação de médicos para manter e ampliar a rede de atendimento”.

O magistrado ressaltou ainda que a redução dos valores, sem motivação técnica e econômica adequada, pode violar princípios constitucionais da razoabilidade, eficiência e motivação dos atos administrativos. Para a Justiça, valores incompatíveis com o mercado tendem a provocar a saída de profissionais qualificados, colocando em risco a continuidade dos serviços de saúde prestados à população.

Com isso, a Justiça determinou a suspensão integral do Edital nº 003/2025 e de todos os atos decorrentes, proibindo novas contratações, homologação do certame e o descredenciamento de médicos vinculados ao edital anterior. O município de Goiânia também foi obrigado a manter todos os contratos firmados pelo Edital nº 006/2024, com as condições originais, até nova decisão judicial ou a republicação de um edital que cumpra todas as exigências legais.

Justiça suspende novo credenciamento de médicos da Prefeitura de Goiânia

Edital

O <a href="https://opopular.com.br/cidades/doutorado-e-defendido-de-dentro-de-complexo-prisional-em-goias-1.3325998" target="_self">sistema prisional em Goiás</a> possui hoje um déficit de 17.041 vagas, dada a quantidade de pessoas presas em todos os regimes, de acordo com a plataforma Geopresídios, alimentada pelo Cadastro Nacional de Inspeções em Estabelecimentos Penais (Cniep), sistema interno do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Isso porque há 30.208 reeducandos no Estado, em regimes aberto, semiaberto ou fechado, enquanto há apenas 13.167 vagas nos 80 estabelecimentos goianos e inspecionados pelo órgão judicial. Com isso, a taxa de ocupação está em 229,4%.

Trata-se de um problema crônico, segundo especialistas. O advogado especialista em Criminologia e Direito Penal e presidente da Comissão Especial de Execução Penal da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Goiás (OAB-GO), Alan Cabral Jr., entende que o ponto central é que o déficit “expõe uma negligência histórica com as condições de custódia e é um reflexo da própria lógica da política criminal brasileira e goiana”.

Para o advogado, a política criminal opta reiteradamente “pelo aumento do encarceramento e pela confiança quase absoluta na pena privativa de liberdade”. “A superlotação resulta em pessoas dormindo em espaços sem qualquer garantia mínima de dignidade e segurança. Nesse ambiente, processos de desumanização se naturalizam, legitimando um encarceramento em massa que produz, e reproduz, situações como a que hoje se observa no sistema prisional goiano”, afirma.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/doutorado-e-defendido-de-dentro-de-complexo-prisional-em-goias-1.3325998" target="_self">Doutorado é defendido de dentro de complexo prisional em Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/acordo-amplia-vagas-de-trabalho-para-presos-do-sistema-penitenciario-de-goias-1.2210726" target="_self">Acordo amplia vagas de trabalho para presos do sistema penitenciário de Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-penal-coloca-scanners-em-presidios-de-goias-1.3321011" target="_self">Polícia Penal coloca scanners em presídios de Goiás</a></div>

O advogado criminalista Gabriel de Castro, que é mestre em Direitos Humanos e professor universitário, relaciona o tamanho desse déficit à forma de produção das prisões e ao perfil das pessoas encarceradas. Castro argumenta que o déficit de vagas no sistema carcerário é resultado de uma política voltada para a produção de prisões em flagrante em larga escala, o que invariavelmente leva à conversão em prisão preventiva, resultando em um grande número de presos provisórios que, embora não tenham sido julgados, estão encarcerados “como se condenados fossem”.

Para Cabral Jr., o déficit de 17 mil vagas é um número já conhecido, embora a quantidade varie em outros levantamentos. Ele explica que a variação é resultado de metodologias distintas, atualizações desiguais e diferentes critérios de contabilização usados pelos órgãos, o que evidencia a complexidade da gestão de dados penais no Brasil.

<h2>Monitoramento </h2>

A Polícia Penal de Goiás(PPGO) entende que os dados do Geopresídios não mostram a realidade de Goiás. “Os números do CNJ apontam a falta de 17 mil vagas em unidades prisionais do estado. Nesta conta, estão aproximadamente 10 mil pessoas que estão no monitoramento eletrônico (utilização de tornozeleira).” No entanto, a instituição reconhece que existe um déficit de vagas de aproximadamente 4 mil vagas em Goiás. Esse número, informa a PPGO, deve cair pela metade até o final de 2026 e zerar até 2028. “Até o final do próximo ano, estão previstas para serem entregues mais 2.050 vagas. São cinco unidades prisionais em construção e a ampliação da Unidade de Polícia Penal Estadual de Anápolis.”

Segundo o Geopresídios, cujos dados foram divulgados no final de novembro, a plataforma é atualizada a partir de inspeções feitas pelo Cniep nos estabelecimentos, que respondem a questionários. “Para fins de quantificação do número absoluto indicado na ‘lotação total’, foi considerado o somatório dos quantitativos de pessoas em prisão preventiva, em regime fechado, em regime semiaberto, regime aberto, medida de segurança e prisão civil, considerando os públicos privados de liberdade em cada estabelecimento penal”, de acordo com a plataforma. Em todos os casos, considerou-se a declaração feita pelo magistrado fiscal com base nas fontes de informação verificadas no dia da inspeção judicial realizada.

“Destaca-se a possibilidade de incongruência com outros bancos de dados e sistemas de informações oficiais do Conselho Nacional de Justiça ou outros órgãos da execução penal”, considera o CNJ. Os dados do Sistema Nacional de Informações Penais (Sisdepen), ligado à Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, contam 30.165 reeducandos, considerando as celas físicas e os presos domiciliares (monitorados ou não). Este sistema do governo federal, no entanto, só mede o déficit de vagas em relação às celas físicas, no sentido de que são 14.173 lugares em que estão 18.658 pessoas detidas.

A diferença entre as duas plataformas é a metodologia. O Sisdepen é realizado a partir das informações das administrações penitenciárias locais e realizado a cada seis meses, sendo os números atuais publicados em meados deste ano. Já o Geopresídios é uma plataforma do CNJ realizada a partir de inspeções feitas pelos magistrados. Ao todo, são sete formulários, sendo cinco de aspectos gerais, como habitabilidade, serviços e acesso à saúde integral, e dois para ação responsiva em situações como morte e tortura.

Essa é a primeira versão do Geopresídios com a nova metodologia de inspeções do CNJ, prevista na Resolução 593/2024. “A atualização amplia o escopo das inspeções e adota múltiplas fontes de verificação, gerando dados com maior consistência”, assegura o órgão. Assim, não é possível comparar os dados apresentados com o que já foi publicado nas versões anteriores da plataforma, já que foram redefinidas perguntas, formulários e padrões de coleta. Na versão anterior, são apontadas 13.440 vagas no sistema prisional de Goiás, com 18.549 detentos, um déficit de 5.109 vagas, em que também eram considerados apenas os reeducandos em celas fechadas.

O Geopresídios esclarece que as divergências entre os quantitativos de lotação das unidades prisionais observadas “decorrem de diferenças metodológicas, de periodicidade e de finalidade na coleta das informações”. Há ainda, além do Geopresídios e Sisdepen, o Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP 3.0) e o Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU), que são fomentados pelos registros judiciais atualizados conforme o andamento de cada processo judicial . 
&nbsp;

A taxa de ocupação dos presídios no Estado, de 229,4%, é a segunda maior de todos os tribunais de justiça do País, de acordo com a plataforma Geopresídios, do Cadastro Nacional de Inspeções em Estabelecimentos Penais (Cniep), sistema interno do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A primeira colocação é do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco (TJ-PE), que chega a 243,5%, com um déficit de 20.580 vagas. No estado da região Nordeste, há 14.338 vagas para 34.918 detentos. Apenas mais um estado possui mais de 200% de taxa de ocupação, sendo Roraima, com 216,6%, e um déficit que chega a 2.598 vagas atualmente.

O advogado criminalista Gabriel de Castro afirma que o sistema prisional goiano tem algumas questões problemáticas, de acordo com seu entendimento. “Temos sim unidades superlotadas, com condições que são piores, especialmente quando a gente fala da CPP (Casa de Prisão Provisória), embora tenha também apresentado melhorias. Eu ainda acho que o sistema prisional goiano necessita de mais policiais penais. Mas mais servidores que possam garantir dignidade a essas pessoas encarceradas, que não vão estar ali submetidas ao julgo da própria população carcerária.”

Castro considera que é preciso sempre observar a disponibilidade de <a href="https://opopular.com.br/cidades/acordo-amplia-vagas-de-trabalho-para-presos-do-sistema-penitenciario-de-goias-1.2210726" target="_self">vagas no presídio para acesso ao trabalho e ao emprego</a>. Segundo ele, esse trabalho tem sido bem realizado, mas ainda é uma questão que necessita de maior cuidado para, de fato, melhorar esse sistema carcerário. O advogado Alan Cabral considera que, em Goiás, a política carcerária enfrenta desafios estruturais “que se manifestam tanto na organização espacial dos presídios quanto na forma como a superlotação vem sendo administrada”.

De acordo com Cabral, no que diz respeito à disposição das unidades, a maior preocupação recai sobre o processo de regionalização e, sobretudo, sobre as transferências arbitrárias de pessoas privadas de liberdade. “Essas movimentações afetam diretamente dois direitos fundamentais: o convívio familiar e social, que é essencial para o cumprimento humanizado da pena, e o acesso à defesa técnica escolhida pela própria pessoa presa, muitas vezes comprometido quando ela é deslocada para unidades distantes ou de difícil acesso. Trata-se de um problema que corrói a própria finalidade declarada da pena.”

Já em relação à superlotação, Cabral cita que a situação é mais crítica nas unidades localizadas nos grandes centros urbanos. “O Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia e as unidades prisionais de Anápolis chamam atenção pela quantidade de pessoas custodiadas em números muito superiores à capacidade projetada. Contudo, a superlotação não é o único indicador de gravidade”, diz. O advogado acredita que há estabelecimentos em que as violações são também a ausência de contato regular com familiares e defensores, dificuldades no acesso à saúde, precariedade das condições de higiene e, em alguns casos, relatos consistentes de práticas que configuram tortura. “Esses elementos, somados, revelam um cenário que preocupa profundamente a advocacia criminal e os familiares das pessoas presas.”

<h3>Solução</h3>

Gabriel de Castro entende que a solução do déficit de vagas precisa se basear em medidas de políticas voltadas ao desencarceramento e revisão de processos. “Eu acho que esse é um caminho válido, e focar na política de reinserção social dessas pessoas, porque, justamente, os baixos índices de reincidência vão fazer com que essas pessoas não estejam retornando a essa condição de encarceramento e superlotando novamente as unidades prisionais.”

Para Alan Cabral, todas as vertentes precisam ser analisadas com racionalidade e com base em dados empíricos. “No entanto, na minha experiência, entendo que o caminho mais urgente e eficaz passa por uma ampla revisão das prisões, tanto definitivas quanto provisórias. No campo da prisão provisória, é imprescindível reavaliar, caso a caso, se realmente é necessário manter alguém encarcerado antes de qualquer sentença condenatória definitiva. Já em relação às prisões definitivas, é preciso verificar com rigor se a pessoa já não preenche requisitos para progressão de regime.”

Além disso, de acordo com ele, que é presidente da Comissão Especial de Execução Penal da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Goiás (OAB-GO), é possível a utilização de mecanismos de progressão antecipada, sobretudo para aqueles que estão prestes a cumprir os requisitos objetivos. “Quanto ao aumento de vagas, não me parece que essa seja uma solução estrutural para a superlotação. A gestão da prisão, em última análise, é gestão política do controle social. Em outras palavras, quanto mais vagas criarmos, maior tende a ser o número de pessoas presas”, acredita.

Até por isso, o criminalista avalia que uma alternativa interessante seria “a adoção de um modelo de numerus clausus progressivo”. Ele explica que isso significa que haveria uma espécie de “congelamento” do número de vagas, de modo que ninguém ingressaria no sistema sem que outro, já em vias de progredir de regime, deixasse aquela unidade. “Isso criaria um fluxo contínuo na gestão das vagas, exigindo avaliação rotineira e qualificada dos processos de execução penal e impondo um freio institucional aos processos de encarceramento em massa”, afirma.

<h3>Cerca de um a cada&nbsp;quatro presos é provisório</h3>

De acordo com os dados do Geopresídios, plataforma do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no caso de Goiás, 24,7% dos 30.208 detentos são presos preventivos, em que ainda não há a condenação ao final do processo. O presidente da Comissão Especial de Execução Penal da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Goiás (OAB-GO), Alan Cabral, enfatiza a necessidade de uma ampla revisão das prisões, tanto definitivas quanto provisórias, como o caminho mais urgente e eficaz para solucionar o déficit de vagas.&nbsp;

“É um dado que se repete em várias partes do país, o que por si só já é motivo de atenção. Quando falamos de prisão preventiva, falamos de pessoas privadas de liberdade sem qualquer título de culpa transitado em julgado. A utilização expressiva dessa medida indica uma compreensão ainda arraigada de que a prisão cautelar pode funcionar como resposta imediata ao crime, mesmo quando os requisitos legais não estão plenamente demonstrados”, afirma o advogado criminalista.&nbsp; 
 
Cabral destaca que há uma tendência de órgãos acusatórios a requererem a prisão preventiva como primeira opção, e não como instrumento excepcional. “Em paralelo, há magistrados que, por vezes, parecem adotar uma postura mais próxima da lógica de segurança pública do que da estritamente jurisdicional”, entende. No caso específico de Goiás, ele diz que os números sugerem que a excepcionalidade prevista pelo legislador não tem sido observada com o rigor necessário.&nbsp; 
 
“Quando a proporção de presos preventivos se aproxima da de pessoas em regime aberto, isso revela um descompasso preocupante: a medida cautelar, que deveria ser absolutamente excepcional, acaba se aproximando de uma regra prática”, acredita ele, ao citar que a quantidade de pessoas em regime aberto no Estado chega a 27,9%. O também advogado criminalista Gabriel de Castro relaciona o alto número de prisões preventivas à forma de produção das prisões no estado, que, em Goiás e no Brasil, é majoritariamente decorrente de prisão em flagrante. 
 
Para Castro, ao observar os problemas envolvendo a conversão de prisões em flagrante e preventivas, a decretação de novas prisões preventivas precisaria analisar o tipo de crime que está no caso. “Esses números aproximados de 24,7% de prisão preventiva e 27,9% de presos em regime aberto esclarecem algumas questões, porque quando a gente para para observar a aplicação da prisão preventiva, em muitos casos, ela se mostra desnecessária.” Para ele, a solução que pode ser adotada para esse problema é a aplicação de medidas alternativas à prisão, que não envolvam o encarceramento dessas pessoas.

<h3>Mutirão do CNJ encontra 26,9% processos com incidentes vencidos</h3>

O relatório do I Mutirão Processual Penal - Pena Justa, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que investigou processos nos últimos oito anos e todos os tribunais do País, encontrou ao menos 26,9% de casos no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) com incidentes vencidos. Ou seja, são processos em que ações em favor do apenado, como progressão de regime ou livramento condicional, já atingiram o prazo legal para decisão judicial, mas ainda não foram julgados. O documento não traz dados absolutos do TJ-GO, mas também analisou casos em relação à mudança no entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação a Lei das Drogas, prisões cautelares e de gestantes, mães e mulheres responsáveis por crianças e pessoas com deficiência. 
 
Neste último caso, foram analisados 677 casos e em 405 houve a alteração da situação. Válido lembrar que a análise dos processos se dá dentro dos dados do Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP 3.0). Segundo o CNJ, o documento foi encaminhado ao STF e um novo relatório deverá ser divulgado em fevereiro de 2026. O advogado criminalista Alan Cabral entende que é importante compreender os mutirões não como soluções isoladas, mas como parte de um esforço mais amplo de revisão contínua da execução penal.&nbsp; 
 
Para ele, as ações “revelam o quanto o sistema acumula decisões com erros, excessos ou interpretações ultrapassadas, o que demonstra a <a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-penal-coloca-scanners-em-presidios-de-goias-1.3321011" target="_self">necessidade de políticas permanentes de monitoramento</a>, revisão e correção”. “O mutirão é benéfico, mas também evidencia a urgência de uma política criminal menos punitivista, mais criteriosa e orientada por dados, para que revisões extraordinárias deixem de ser a única via de correção das distorções do encarceramento em massa.”