A qualidade da água do reservatório do Ribeirão João Leite está ameaçada com a implantação dos loteamentos Flora Teresópolis e Jardim Potala - ambos ficam na entrada de Teresópolis, próximos ao reservatório do João Leite -, destacados em reportagem publicada na edição de ontem do POPULAR. A afirmação é do promotor do Meio Ambiente de Goiânia, Juliano de Barros de Araújo. Mais do que uma ameaça, de acordo com o membro do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), há irregularidades que inviabilizam a instalação de conjuntos de casas no local. Hoje, o promotor deve protocolar pedidos junto à Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) para impedir que a comercialização e as obras avancem. Os dois loteamentos apresentariam irregularidades e não poderiam sequer ter lotes comercializados. No caso do Flora Teresópolis, o qual a reportagem apurou que há vendas de unidades em andamento, a própria Semarh admite que licenciou o local, mas que suspendeu a licença para que o projeto fosse adequado. A expectativa do órgão é de que o empreendimento siga o mesmo trâmite do Jardim Potala, que foi autorizado a seguir com a construção desde que atendesse a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado junto ao MP-GO, com a anuência da Saneago, Semarh e Prefeitura de Teresópolis. O problema é que, de acordo com Juliano de Barros de Araújo, alguns itens do TAC não podem ser cumpridos e o acordo não tem mais validade, inviabilizando o empreendimento. Segundo o promotor, os projetos apresentados à Saneago não atenderam à requisitos de viabilidade técnica e operacional. Além disso, a licença ambiental não foi autorizada, em 25 de junho, pela própria Semarh, conforme consta no sistema de consulta pública. Sob o número de 16284/2011, o processo que envolve o Jardim Potala é listado como indeferido. O aviso é de que a ação foi um movimento automático feito pelo sistema, por conta de notificação não atendida há mais de 120 dias. “O loteamento (Jardim Potala) não tem viabilidade para esgoto, concedida pela Saneago, e não tem licenciamento ambiental válido. As obras que estão sendo feitas lá são irregulares. Iremos amanhã (hoje) recomendar à secretaria de Meio Ambiente que vá lá e faça o embargo administrativo das obras”, revelou o promotor. O Jardim Potala foi projetado para ter 600 lotes distribuídos em 25 quadras.-Imagem (Image_1.420390)