Há um ano Yasmim Mendes de Paula Soares, de 8 anos, era uma garota alegre, inquieta, adorava novidades e tirava boas notas numa escola de Terezópolis de Goiás, a 32 quilômetros de Goiânia. Tudo mudou a partir de junho de 2013 quando a menina começou a vomitar com intensidade e a perder peso. A constatação de que a caçula de Nalva Mendes da Silva e Alexandre Paula Soares era portadora de um tumor na hipófise mudou o cotidiano da família. Inconformados com o sofrimento de Yasmim, que tem passado a maior parte do tempo sobre um leito, os pais buscam novos tratamentos apesar da difícil condição financeira. O alvo da família agora é um exame muito caro, sem cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS), para rastrear a mutação genética que provocou o tumor.A luta da família tem chamado a atenção de amigos, de familiares e de instituições filantrópicas. Enfermeira, Nalva conta que parou de trabalhar para cuidar de Yasmim. “Numa sexta-feira de junho do ano passado ela dançou quadrilha e passou muito mal quando chegou em casa”, conta Nalva. Após uma tomografia realizada no Hospital Municipal de Anápolis veio o diagnóstico.Yasmim foi encaminhada para o Hospital Araújo Jorge, da Associação de Combate ao Câncer de Goiás, em Goiânia, onde ficou internada por 15 dias. Como teria de ser submetida a uma cirurgia para colocar uma válvula para a retirada de líquido intracraniano, foi levada para o Hospital da Criança onde havia vaga de unidade de terapia intensiva (UTI) disponível. Foram duas intervenções cirúrgicas num período de duas semanas. A segunda, para retirada do tumor, durou mais de dez horas. A menina ficou durante 30 dias sob cuidados intensivos e quando teve alta, era outra pessoa. Deixou de andar e de falar, desenvolveu diabetes insipidus - que impede a perda de água através da urina -, problemas oftalmológicos, entre outros.“Todas essas complicações foram em decorrência do local onde o tumor está alojado, a hipófise”, explica a mãe. Localizada na base do cérebro, a hipófise é considerada a principal glândula do corpo humano por regular o trabalho de outras glândulas e por produzir uma série de hormônios. De acordo com a Assessoria de Comunicação da ACCG, Yasmim é acompanhada na instituição por uma razão benigna. Nalva sabe disso, mas não se tranquiliza diante das transformações impactantes ocorridas com a filha.Tumores da glândula hipófise costumam provocar sintomas neurológicos e hormonais. Os primeiros são de compressão ou invasão de estruturas adjacentes, como o nervo ótico. Yasmim passa por tudo isso. Numa sala de espera por tantas consultas a que a garota é submetida semanalmente, a mãe soube de uma oncogeneticista de Barretos (SP), cidade que sedia uma das unidades de referência em câncer no Brasil. “Fui lá, sem a Yasmim, fazer uma consulta. Ela me sugeriu o exame para detectar a mutação genética para traçar o provável tratamento”, explica. O exame sugerido custa quase R$ 12 mil.-Imagem (Image_1.586036)