A criação de casas de acolhimento para a população em situação vulnerável é uma exigência do Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) de 2003, quatro anos antes da inauguração da primeira casa da capital, localizada no Setor Campinas. De acordo com o último censo e perfil da população de rua de Goiânia em parceria entre a Semas e a Universidade Federal de Goiás (UFG), foram 410 pessoas vivendo nas ruas da capital no último ano. Mas o número tende a oscilar pela chegada de novos moradores e mortes, incluindo 61 assassinatos, nesse período.Segundo apontou a pesquisa os moradores são, em sua maioria, 80% homens e 70% pretos ou pardos. Dentre as principais motivações estariam problemas familiares, dependência de bebida alcoólica e outras drogas e também situação de violência. Mas o preconceito com quem mora na rua ainda preocupa quem trabalha com esse público. “Falta compreensão da própria sociedade de que eles não são vagabundos, possuem histórias complicadas e uma série de deficiências como educação, saúde e demais abusos”, pondera a diretora da Semas, Gardenia Furtado Lemos, ao assumir a dificuldade na aceitação da sociedade.Apesar dos avanços com a abertura da nova Casa de Acolhida, o coordenador estadual do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, Eduardo Matos, diz que muito ainda precisa ser feito, já que há uma luta constante para a garantia de direitos da população que vive nas ruas. Há alta demanda e dificuldade em obter vagas para atendimento em saúde, hospedagem e concorda com Gardenia, “preconceito é muito grande”. (Thales Dias é estagiário do Grupo Jaime Câmara em convênio com a PUC-GO)